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AOS PROFESSORES, NOSSOS MESTRES

                                 

         

Dia 15 de outubro próximo, dia de Santa Teresa de Jesus, grande mestra da vida espiritual, e exatamente por isso, é comemorado o dia do professor. Aos mestres, todo o nosso carinho. Deles dependem todos os outros profissionais.

Deixo aqui consignada a minha saudação e gratidão a todos os que se dedicam a essa nobre e benemérita carreira, difícil, mas nem sempre reconhecida e condignamente gratificada. Mais do que uma profissão, educar é uma arte, uma vocação e uma missão: formar, conduzir crianças, jovens e adultos no caminho da verdade, sugerindo opiniões conscientes, aconselhando e tornando-se amigos e irmãos dos seus alunos. Que Deus os abençoe e lhes dê coragem, paciência e perseverança nessa sua verdadeira missão. Missionários da educação!

A melhor definição de educação nós a encontramos no Direito Canônico, conjunto de normas da Igreja (cânon 795): é a formação integral da pessoa humana, dirigida ao seu fim último e, ao mesmo tempo, ao bem comum da sociedade, de modo que as crianças e jovens possam desenvolver harmonicamente seus dotes físicos, morais e intelectuais, adquirir um sentido mais perfeito da responsabilidade e um uso correto da liberdade, preparando-se para participar ativamente da vida social. Que missão nobre, sublime e difícil a do professor-educador! Indicando aos alunos o sentido da vida, ele vai ajudá-los a dominar seus instintos e a dirigi-los pela razão, a desenvolver o conjunto de suas faculdades, a combater as más paixões e desenvolver as boas, a adquirir o domínio de si e a orientar seus sentimentos, levando em conta as diversas fases da vida e as características do seu temperamento, formando assim sua personalidade e seu caráter. Sendo assim, o mestre é cooperador da Graça de Deus, que, como Pai, só quer o bem dos seus filhos. 

Recordo algumas célebres citações que envolvem educação: “Ser-se-á tudo ou nada, conforme a educação recebida” (Clemente XIV). “Educação, o teu nome é paciência” (Marcel Prévost). “Pegam-se mais moscas com uma gota de mel do que com um barril de vinagre” (São Francisco de Sales). “Não há um só de nós que não tenha em si a raiz dum santo ou dum celerado” (Lacordaire). “Educação para a vida, valores para sempre” (Lema do Colégio Três Pastorinhos). “Ser mestre não é só contar a história/ de um certo Pedro Álvares Cabral/ Mas descobrir, de novo, a cada dia, / um mundo grande, livre, fraternal. - Ser mestre não é só mostrar nos mapas/ onde se encontra o Pico da Neblina/ Mas é subir, guiando os alunos,/ à montanha da vida que se empina... Ser mestre é ser o pai, a mãe, o amigo,/ mostrando sempre a direção da luz,/ pois a palavra Mestre – sobretudo –/ também é um dos nomes de Jesus” (Antônio Roberto Fernandes).

            A você, portanto, caro professor e querida professora, a nossa homenagem por ter recebido de Deus tão nobre e importante missão e a nossa gratidão reconhecida pelo seu trabalho, que não se mede pela produção imediata, mas por frutos, muitas vezes escondidos, que só vão aparecer ao longo da vida e que estarão escritos no livro da eternidade. “Os que educaram a muitos para a justiça brilharão como estrelas para sempre” (Dn 12,3).

 

        *Bispo da Administração Apostólica Pessoal

                                                                         São João Maria Vianney

                                                                         http://domfernandorifan.blogspot.com.br/

 

 

O BISPO NA IGREJA

 

Celebramos no domingo passado a solenidade da Assunção de Nossa Senhora, ou seja, a verdade de fé, baseada na Tradição, que ensina que Jesus, querendo honrar a sua Mãe, especialmente aquele corpo onde foi formada a sua humanidade, levou Maria Santíssima de corpo e alma para o Céu, antecipando assim, por especialíssimo privilégio, o destino reservado a todos os justos com a vitória sobre a morte e a ressurreição da carne. Jesus, como bom filho, glorificando a sua Mãe, antecipa o ponto culminante da condição escatológica da Igreja.

Há 19 anos, numa festa da Assunção de Nossa Senhora que, naquele ano de 2002 se festejou no domingo, dia 18 de agosto, eu recebia a ordenação episcopal, oficiada pelo saudoso Cardeal Dom Darío Castrillón Hoyos, prefeito da Sagrada Congregação para o Clero. A ele e a todos os que cooperaram para que esse dia acontecesse minha imorredoura gratidão. Faço menção especial dos saudosos Dom Antônio de Castro Mayer, Bispo que me ordenou sacerdote, Dom Carlos Alberto Navarro, que muito ajudou na solução do impasse na Diocese de Campos, Dom Licínio Rangel, meu antecessor e sustentáculo, e Dom Roberto Guimarães, o então Bispo Diocesano.

A Sagração de um Bispo é algo da maior importância na Igreja. Trata-se da perpetuação da sucessão apostólica, pois Jesus enviou os Apóstolos e “quis que os sucessores deles, os Bispos, fossem pastores na sua Igreja até ao fim dos tempos” (Lumen Gentium, 18). São aqueles que “o Espírito Santo colocou como Bispos para reger a Igreja de Deus” (At 20,28). Em comunhão com o Papa, “cada Bispo é o princípio e o fundamento visível da unidade da sua Igreja particular, formada à imagem da Igreja universal: nas quais e a partir das quais resulta a Igreja Católica una e única” (ibidem, 23). Cada celebração eucarística é feita em união não só com o próprio Bispo, mas também com o Papa...” (Eccl. de Eucharistia, S. J. Paulo II, 39). Conforme nos lembra agora o Papa Francisco, os Bispos são os guardas da Tradição doutrinária e litúrgica, da fidelidade ao Magistério e à comunhão com o Papa (“Traditionis custodes” - Lumen Gentium).

E, no caso da nossa Administração Apostólica Pessoal, Igreja particular equiparada a uma Diocese (CDC Cânon 368), torna-se necessário um Bispo próprio, nomeado pelo Papa, para custodiar essa unidade de doutrina e a fidelidade e comunhão com o Sumo Pontífice e o Magistério da Igreja, evitando qualquer risco de cisma. Sem a sua autoridade isso se tornaria difícil e mesmo impossível, dadas as características da Administração Apostólica, com costumes e um rito próprio, o rito romano antigo. Foi o que a Santa Sé desejou e almejou, quando criou a Administração Apostólica, com um Bispo próprio com sucessores, como prometeu São João Paulo II, em união com o qual se celebra a Santa Missa e se demonstra a comunhão com o Papa e com a Igreja. E isso em perfeita comunhão com o Bispo Diocesano local, hoje Dom Roberto Francisco Ferrería Paz, nosso irmão e amigo, a quem pertence a jurisdição territorial. A ele e à Igreja prestamos esse serviço de guardar esse rebanho da Administração Apostólica na plena comunhão eclesial.

Graças a Deus, em nossa ação, fora do âmbito jurisdicional da nossa Administração Apostólica, a pedido dos fiéis, os Bispos, em cujas dioceses exercemos o ministério com as devidas faculdades dadas por eles próprios, são unânimes em dizer que já seguimos as orientações dadas agora pelo Papa Francisco, agindo sempre em perfeita comunhão com eles e seguindo suas orientações. Por isso, não houve problemas para nós com o Motu Proprio Traditionis Custodes, pois já seguimos essas orientações agora lembradas pelo Papa. Somos contra qualquer instrumentalização da Missa no rito romano antigo, como meio de atacar o Magistério da Igreja, os Sumos Pontífices e o Concílio Vaticano II. Isso falei pessoalmente ao Papa Francisco, que ficou ciente e tranquilo quanto à nossa posição. 

A Administração Apostólica, por graça de Deus e concessão da Santa Sé, conserva o Rito Romano da Missa na sua forma antiga, não por motivos heterodoxos, mas por ser uma das riquezas litúrgicas católicas, como bem explicou o Papa São João Paulo II, ao falar sobre esse assunto: “Todos os pastores e os outros fiéis devem também ter uma nova consciência não somente da legitimidade, mas também da riqueza que representa para a Igreja a diversidade dos carismas e das tradições da espiritualidade e do apostolado. Esta diversidade constitui assim a beleza da unidade na variedade: tal é a sinfonia que, sob a ação do Espírito Santo, a Igreja faz subir ao Céu” (M. P. Ecclesia Dei, 1o de julho de 1988). E pela riqueza, beleza, elevação, nobreza e solenidade das suas cerimônias, pelo seu sentido de mistério, pela sua maior precisão e rigor nas rubricas, segurança contra os abusos, ela se torna um enriquecimento da liturgia católica, una na essência e múltipla nos seus ritos. E cito o grande teólogo e liturgista Cardeal Joseph Ratzinger (depois Bento XVI): “Se bem que haja numerosos motivos que possam ter levado um grande número de fiéis a encontrar refúgio na liturgia tradicional, o mais importante dentre eles é que eles aí encontram preservada a dignidade do sagrado” (Conferência aos Bispos, Santiago 13/7/1988). 

Que Deus conserve sempre a nossa Administração Apostólica na plena comunhão da Igreja e que Deus dê a fidelidade, a mim e a meus sucessores, a essa missão, para a qual conto com o apoio e as orações de todos. “Ecce venio: eis que venho para fazer a vossa vontade” (Hb 10,9).

 

        *Bispo da Administração Apostólica Pessoal

                                                                         São João Maria Vianney

                                                                         http://domfernandorifan.blogspot.com.br/

 

 

 

confiança e prevenção!

 

Vendo a morte levar nossos conhecidos e entes queridos pela COVID-19, é difícil, mesmo confiando em Deus, não ficarmos tristes nem nos preocuparmos com esse flagelo. E não nos consola o fato de o mundo já ter passado por pestes semelhantes, por muita gente ter morrido nas guerras, por sabermos que a vida é mesmo assim... Mas quando chega a nossa vez, quando a morte bate na porta dos nossos vizinhos, todos trememos de medo. Rezando pela nossa saúde e confiando em Deus, precisamos estar preparados para tudo.      

            Deus não é autor do mal. O mal é proveniente da nossa finitude, pois só Deus é o sumo bem e a suma perfeição.  O mal é consequência às vezes do mau uso da nossa liberdade e, muitas vezes, dos nossos pecados. Mas Deus só permite um mal para dele tirarmos algum bem. E podemos tirar sim.

Essa doença vem nos lembrar a nossa pequenez. O homem, orgulhoso de sua ciência e de suas conquistas tecnológicas em todos os campos, prostra-se de joelhos diante de um ser ultramicroscópico, que põe toda a humanidade temerosa. Realmente nós não somos onipotentes e tão poderosos: só Deus o é. Portanto, a primeira lição é de humildade.

            Por isso, recorramos a Deus onipotente, pedindo-lhe que afaste de nós esta calamidade: “ela não é enviada por Ele, mas permitida, para que nos convertamos de nossa soberba e desmando na organização dos recursos da criação...” (Dom Pedro Cipollini). Segunda lição: oração. E a lembrança de que a nossa pátria definitiva não é aqui. Somos cidadãos do Céu.

            “Nas tempestades da vida, nos momentos de desorientação, o homem não pode contar apenas com as próprias forças. É preciso ter fé e recordar que Deus pode nos salvar de todas as tempestades”. Foram as palavras do Cardeal Angelo Comastri, arcipreste da Basílica de São Pedro, lembrando da tempestade no Mar da Galileia, com os Apóstolos temerosos acordando Jesus. “Temos que recordar sempre que Deus pode nos tirar de todas as tempestades, desde que tenhamos fé e abramos o nosso coração a Ele”. Oração com fé e humildade.

            Se de um lado devemos recorrer à oração, com confiança em Deus, por outro lado devemos usar todos os recursos, prevenções e assepsias que os médicos e os profissionais da saúde nos recomendam. Jesus disse: “Os doentes precisam de médico” (Mt 9, 12).

            E não devemos “tentar a Deus”, ou seja, fazer coisas imprudentes e perigosas para a nossa saúde, confiando erradamente que Deus nos protegerá (Mt 4, 7). Prevenção e cuidados. Ouvindo o que nos dizem os médicos, todos devemos ser vacinados, evitar aglomerações, usar máscaras, lavar as mãos e usar álcool para assepsia.

            Essa calamidade nos ensina ainda que todos somos iguais em natureza, sem distinção de classes, cor, nacionalidade, sexo, etc., fracos e débeis, precisando sempre e dependentes uns dos outros. Isso nos obriga a cuidarmos uns dos outros, à solidariedade e à caridade.

            Que Maria Santíssima, saúde dos enfermos, nos proteja.

           

        *Bispo da Administração Apostólica Pessoal

                                                                         São João Maria Vianney

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COM CORAÇÃO DE PAI

 


            Com essas palavras “com coração de Pai”, o Papa Francisco começa a sua carta apostólica comemorativa dos 150 anos da declaração de São José como Padroeiro universal da Igreja. Como celebramos a sua festa no dia 19 deste mês, todo o mês de março é a ele dedicado.

“Com coração de pai: assim José amou a Jesus, designado nos quatro Evangelhos como ‘o filho de José’. Os dois evangelistas que puseram em relevo a sua figura, Mateus e Lucas, narram pouco, mas o suficiente para fazer compreender o gênero de pai que era e a missão que a Providência lhe confiou”.

“Sabemos que era um humilde carpinteiro, desposado com Maria; um ‘homem justo’, sempre pronto a cumprir a vontade de Deus manifestada na sua Lei e através de quatro sonhos. Depois duma viagem longa e cansativa de Nazaré a Belém, viu o Messias nascer num estábulo, ‘por não haver lugar para eles’ em outro local. Foi testemunha da adoração dos pastores e dos Magos, que representavam respetivamente o povo de Israel e os povos pagãos”.

“Teve a coragem de assumir a paternidade legal de Jesus, a quem deu o nome revelado pelo anjo: dar-Lhe-ás ‘o nome de Jesus, porque Ele salvará o povo dos seus pecados’. Entre os povos antigos, como se sabe, dar o nome a uma pessoa ou a uma coisa significava conseguir um título de pertença, como fez Adão na narração do Génesis (cf. 2, 19-20)”.

“No Templo, quarenta dias depois do nascimento, José – juntamente com a mãe – ofereceu o Menino ao Senhor e ouviu, surpreendido, a profecia que Simeão fez a respeito de Jesus e Maria. Para defender Jesus de Herodes, residiu como forasteiro no Egito. Regressado à pátria, viveu no recôndito da pequena e ignorada cidade de Nazaré, na Galileia – donde (dizia-se) ‘não sairá nenhum profeta’ (Jo 7, 52), nem ‘poderá vir alguma coisa boa’ (Jo 1, 46) –, longe de Belém, a sua cidade natal, e de Jerusalém, onde se erguia o Templo. Foi precisamente durante uma peregrinação a Jerusalém que perderam Jesus (tinha ele doze anos) e José e Maria, angustiados, andaram à sua procura, acabando por encontrá-Lo três dias mais tarde no Templo discutindo com os doutores da Lei”.

“Depois de Maria, a Mãe de Deus, nenhum Santo ocupa tanto espaço no magistério pontifício como José, seu esposo. Os meus antecessores aprofundaram a mensagem contida nos poucos dados transmitidos pelos Evangelhos para realçar ainda mais o seu papel central na história da salvação: o Beato Pio IX declarou-o ‘Padroeiro da Igreja Católica’, o Venerável Pio XII apresentou-o como ‘Padroeiro dos operários’; e São João Paulo II, como ‘Guardião do Redentor’. O povo invoca-o como ‘padroeiro da boa morte’.

Que São José proteja todas as nossas famílias, dê força e coragem aos trabalhadores, ajude-nos a termos uma boa e santa morte, ensine-nos o amor por Jesus e Maria, encoraje as almas consagradas a viverem no recolhimento, dê-nos o amor ao silêncio e à oração, e a todos a sempre fazermos a vontade de Deus. 

                

                                                                  *Bispo da Administração Apostólica Pessoal

                                                                   São João Maria Vianney

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O MUNDANISMO

              “Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos, renovando vossa maneira de pensar e julgar, para que possais distinguir o que é da vontade de Deus, a saber, o que é bom, o que lhe agrada, o que é perfeito”, porque “nós não recebemos o espírito do mundo, mas recebemos o Espírito que vem de Deus, para conhecermos os dons que Deus nos concedeu”, nos admoesta São Paulo (Rm 12, 2 e 1 Cor 2, 12).
            O mundo “está sob o poder do Maligno” (1Jo 5, 19). O cristão, como seu mestre Jesus, não é deste mundo (Jo 17, 14). “Se o mundo vos odeia, sabei que primeiro odiou a mim. Se fosseis do mundo, o mundo vos amaria como ama o que é seu” (Jo 15, 18).
            Na esteira de Jesus e dos Apóstolos, o Papa Francisco ensina: “Há um problema que não faz bem aos cristãos: o espírito do mundo, o espírito mundano, o mundanismo espiritual. Isto faz-nos sentir autônomos, viver o espírito do mundo, e não o de Jesus” (18/5/2013).
            “Desde o primeiro batizado, todos somos Igreja e todos devemos caminhar pela senda de Jesus, que percorreu Ele mesmo um caminho de despojamento. Tornou-se servo, servidor; quis ser humilhado até à Cruz. E se nós quisermos ser cristãos, não há outro percurso. Mas não podemos fazer um cristianismo um pouco mais humano – dizem – sem cruz, sem Jesus, sem despojamento? Desta forma tornar-nos-íamos cristãos de pastelaria, como lindos bolos, como boas coisas doces! Muito lindos, mas não cristãos verdadeiros! Alguém dirá: ‘Mas do que se deve despojar a Igreja?’ Deve despojar-se hoje de um perigo gravíssimo, que ameaça todas as pessoas na Igreja, todos: o perigo do mundanismo. O cristão não pode conviver com o espírito do mundo. O mundanismo nos leva à vaidade, à prepotência, ao orgulho. E isto é um ídolo, não é Deus. É um ídolo! E a idolatria é o maior pecado!... Todos nós devemos nos despojar desse mundanismo: o espírito contrário ao espírito das bem-aventuranças, o espírito contrário ao espírito de Jesus. O mundanismo nos faz mal. É tão triste encontrar um cristão mundano, convencido – ao seu parecer – daquela certeza que a fé lhe dá e certo da segurança que lhe oferece o mundo. Não se pode misturar os dois espíritos. A Igreja – todos nós – deve despojar-se do mundanismo, que a leva à vaidade, ao orgulho, que é a idolatria. O próprio Jesus dizia-nos: ‘Não se pode servir a dois senhores: ou serves a Deus ou serves ao dinheiro’ (cf. Mt 6, 24). No dinheiro estava todo este espírito do mundo; dinheiro, vaidade, orgulho. É triste cancelar com uma mão o que escrevemos com a outra. O Evangelho é o Evangelho! Deus é único! E Jesus fez-se servo por nós e o espírito do mundo não tem lugar aqui...”
              “O mundanismo espiritual mata! Mata a alma! Mata as pessoas! Mata a Igreja! Quando Francisco, aqui, fez aquele gesto de se despojar... foi a força de Deus que o estimulou a fazê-lo, a força de Deus que nos queria recordar o que Jesus nos dizia sobre o espírito do mundo... Que o Senhor dê a todos nós a coragem de nos despojarmos... do espírito do mundo, que é a lepra, é um cancro da sociedade... O espírito do mundo é o inimigo de Deus!” (Assis, 4/10/2013).