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MÁRTIRES ATUAIS


              O martírio é o testemunho, pelo sofrimento e mesmo a morte, da verdade de uma causa. Tiradentes, por exemplo, é considerado mártir da independência. O maior de todos os mártires foi Jesus Cristo, cuja Paixão e Morte por nosso amor celebramos na Semana Santa e cuja vitória sobre a morte comemoramos na Páscoa.
“Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor da justiça, porque deles é o reino dos céus” (Mt 5,10). Esta é a oitava bem-aventurança, exclamações com as quais Jesus começou o seu “sermão da montanha”, resumo do seu Evangelho.
      A perseguição e o martírio se tornaram uma característica dos discípulos de Jesus. “Sereis expulsos, perseguidos, presos, açoitados, mortos, por causa do meu nome, levados à presença de reis e governadores, para testemunhar de mim perante eles” (Mc13,9 - Lc21,13 – Jo16,2, passim).       Assim o martírio, testemunho pelo sofrimento por causa da Fé ou da virtude, sempre esteve presente na Igreja, desde os primeiros tempos, como vemos nos Atos dos Apóstolos, passando pelas perseguições romanas até aos tempos modernos.
Os arquivos do Vaticano contêm farta documentação sobre a perseguição dos cristãos no século XX. Baseado neles, no seu livro de 455 páginas “Eles foram mortos por causa de sua Fé”, o escritor Andrea Riccardi, professor de história contemporânea na Universidade de Roma, narra o martírio dos católicos em todo o mundo no século passado, que continuam atualmente. Impressiona a descrição do “holocausto” cristão no Nazismo, no Comunismo, nas terras de missões, no México, na Espanha, na África, etc. Além dos mártires da Fé, temos os mártires da caridade, da pureza e da justiça, os mártires das guerras, do terrorismo e das máfias. Entre os 12.818 mártires, temos 4 cardeais, 122 bispos, 5.173 padres diocesanos, 4.872 religiosos, 159 seminaristas, além de centenas de leigos.
E atualmente são milhares de cristãos que são feridos, presos e mortos por causa da sua fé em países comunistas e muçulmanos.
           É realmente a visão do 3o segredo de Fátima: o Papa caminhando sobre os cadáveres dos cristãos mártires que tombaram, vitoriosamente, pela sua Fé.
Também podemos considerar mártires, nessa pandemia do Covid-19, os que estão arriscando sua saúde e vida, em prol do atendimento ao próximo. Sacerdotes, médicos, enfermeiros, ajudantes, serventes, policiais, etc. Que Deus os abençoe e proteja, preparando para eles uma grande recompensa por tão generosa dedicação.
             Jesus disse: “Ninguém tem amor maior do que aquele que dá a vida por seus amigos” (Jo 15,13). Como, aliás, ele mesmo o fez: “Amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei” (Jo 15, 12). “Estava doente, e cuidastes de mim... Em verdade, vos digo: todas as vezes que fizestes isso a um destes mais pequenos, que são meus irmãos, foi a mim que o fizestes!” (Mt 25, 36 e 40).


SÃO SEBASTIÃO

          No próximo dia 20, celebraremos a solenidade do glorioso mártir São Sebastião, padroeiro da Cidade maravilhosa e do nosso Estado do Rio de Janeiro.
          Segundo nos explica Dom Orani João Tempesta, Cardeal Arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro, ele nasceu em Narbona, uma cidade ao Sul da França, no século III. Era filho de uma família ilustre. Ficou órfão do pai ainda menino, e então, foi levado para Milão por sua mãe, onde passou os primeiros anos da infância e juventude.
          A mãe educou-o com esmero e muito zelo. Ele ingressou no exército imperial, e, por sua cultura e grande capacidade atingiu os mais altos graus da hierarquia militar, chegando a ocupar o posto de Comandante do Primeiro Tribunal da Guarda Pretoriana durante o reinado de Diocleciano, um dos mais severos imperadores romanos, perseguidor dos cristãos.
          Foi denunciado ao Imperador como sendo cristão. Mesmo sendo um bom soldado romano, suas atitudes demonstravam sua fé cristã, e, diante de todos, confessou bravamente sua convicção. Foi acusado, então, de traição. Na época, o imperador tinha abolido os direitos civis dos cristãos. Por não aceitar renunciar a Cristo, São Sebastião foi condenado à morte, sendo amarrado a um tronco de árvore e flechado. Porém, não morreu ali. Foi encontrado vivo por uma mulher cristã piedosa que tinha vindo buscar o seu corpo. Diante do ocorrido, recuperada a saúde, apresentou-se diante do Imperador e reafirmou sua convicção cristã. E nova sentença de morte veio sobre ele: foi condenado ao martírio no Circo. Sebastião foi executado, então, com pauladas e boladas de chumbo, sendo açoitado até a morte e jogado nos esgotos perto do Arco de Constantino. Era 20 de janeiro.
          Seu corpo foi resgatado e levado para as catacumbas romanas com grande honra e piedade. Sua fama se espalhou rapidamente. Suas relíquias repousam sobre a Basílica de São Sebastião, na via Apia, em Roma. O Papa Caio escolheu-o como defensor da Igreja e da fé.
          Nesses tempos de grande negação da fé e de valores espirituais e religiosos, humanos e sociais, São Sebastião torna-se um grande modelo de ajuda para nós hoje, principalmente aos jovens, envoltos em grande confusão moral e espiritual. Ele é um sinal de fidelidade a Cristo mesmo com as pressões contrárias. Dessa forma, ele continua anunciando Jesus Cristo, por quem viveu, até os dias de hoje. Ele nos ensina a não desanimarmos com as flechadas que recebemos e a continuarmos firmes na fé.
          Um mártir não deve ser um estranho para nós. Ainda em pleno século XXI encontramos irmãos e irmãs nossas que são mortos em tantos países, outros têm ainda seus direitos civis cassados por serem cristãos, outros são condenados à prisão ou à morte por aderirem ao Cristianismo, e ainda são expulsos de suas cidades e suas igrejas queimadas. Além disso, muitos são martirizados em sua fama, em sua honra e tantas outras maneiras modernas de “matar” pessoas por causa da fé ou de suas convicções cristãs.

O PREÇO A PAGAR

              “Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor da justiça, porque deles é o reino dos céus” (Mt 5,10). Esta é a oitava das bem-aventuranças, exclamações com as quais Jesus começou o seu “sermão da montanha”, resumo do seu Evangelho. A perseguição e o martírio se tornaram então uma característica dos seus discípulos. “Sereis expulsos, perseguidos, presos, açoitados, mortos, por causa do meu nome, levados à presença de reis e governadores, para testemunhar de mim perante eles” (Mc13,9 - Lc21,13 – Jo16,2, passim). Assim o martírio, testemunho pelo sofrimento por causa da Fé ou da virtude, sempre esteve presente na Igreja, desde os primeiros tempos, como vemos nos Atos dos Apóstolos, passando pelas perseguições romanas até aos tempos modernos. A Igreja sempre teve mártires e os tem hoje.
            Entre os inúmeros exemplos de cristãos perseguidos atualmente nos países muçulmanos, está o interessante caso de Mohammed al-Sayyid al-Moussawi, nascido no Iraque, em uma família xiita rica e aristocrática, descendente de Maomé.
Muçulmano convicto, foi prestar o serviço militar, onde descobriu, com terror e assombro que teria que dividir a caserna com um cristão, a quem ele tinha aprendido a detestar e evitar. Pensava em convertê-lo ao islamismo, mas depois foi cativado pela gentileza e amizade do seu colega. Um dia, na ausência do companheiro, Mohammed folheou o seu livro sobre Jesus, que, sem saber por que, lhe provocou uma alegria que lhe fez bem. Ele pediu depois ao colega que lhe desse o Evangelho. O colega cristão recusou, dizendo que só lhe daria, se ele primeiro lesse honestamente o Alcorão. Essa leitura, feita com seriedade, o decepcionou e perturbou, ao ver as contradições e constatar que o comportamento e a vida de Maomé, um amontoado de adultérios e de roubos, eram para ele uma fonte de vergonha.
Ao ler o Evangelho, ficou encantado com o Pão da Vida, com o qual misteriosamente ele havia sonhado. E surgiu nele um sentimento fortíssimo e amoroso por esse Jesus Cristo de que os Evangelhos falam. Só uma ideia vinha à sua mente: converter-se ao cristianismo, uma loucura que podia custar-lhe a vida, pois no islamismo a mudança de religião é um crime, punido com pena de morte. Sua família fez tudo para que desistisse da sua decisão. Sofreu intimidações, murros, a prisão e a tortura, um longo calvário, mas ele não cedeu. A autoridade religiosa muçulmana pronunciou contra ele uma fatwa, sentença de morte. Seus irmãos dispararam contra ele em plena rua. Gravemente ferido, desmaiou. Perdeu tudo. Conseguiu fugir e hoje, com o nome de Joseph Fadelle, vive na França com a sua família. É cristão católico, com nacionalidade francesa. Sua história ele a descreve no seu livro “O PREÇO A PAGAR por me tornar cristão”, publicado aqui pelas Paulinas, cuja leitura fascinante recomendo a todos.

Hoje ele nos diz: “Eu ganhei tudo com Cristo. Todo cristão é chamado a tomar a sua cruz seguindo Jesus Cristo... Isso traz uma paz e uma alegria profundas... É preciso pôr Cristo no centro das famílias e no centro de nossas vidas”. 

LEITURAS FUNDAMENTALISTAS

           O Alcorão, livro sagrado dos muçulmanos, ensina: “Em verdade, os incrédulos, dentre os adeptos do Livro (cristãos e judeus, diz a nota do Alcorão), bem como os idólatras entrarão no fogo infernal onde permanecerão eternamente. Estas são as piores das criaturas! (98, 6); “Ó crentes, combatei os vossos vizinhos incrédulos” (9, 123); “Matai os idólatras, onde quer que os acheis” (9,5); “decapitai-os e decepai-lhes os dedos” (8,12); “os cristãos dizem: O Messias é filho de Allah... Que Allah os combata! Como se desviam! (9, 30); “Para Allah a religião é o Islam” (3, 19); “o castigo, para aqueles que lutam contra Allah e contra o Seu Mensageiro, e semeiam a corrupção na terra, é que sejam mortos, ou crucificados, ou lhes seja decepada a mão e o pé de lados opostos, ou banidos. Tal será, para eles, uma desonra neste mundo e, no Outro, sofrerão um severo castigo” (5, 33). São citações do Alcorão Sagrado, na edição publicada pela Folha de São Paulo.
            Fatos recentes: Rafaat Aziz Mina, motorista de táxi de Alexandria, no Egito, com vinte anos de idade, foi massacrado na rua e seu corpo decapitado, em 16 de agosto último, por uma multidão de radicais muçulmanos, porque viram que tinha pendurado no espelho de seu táxi um crucifixo (Agência Zenit Asia News).
            A Custódia da Terra Santa, com sede em Jerusalém, afirma que em 23 de junho passado, o sacerdote franciscano François Murad foi assassinado num convento pertencente à Ordem Franciscana na Síria, onde se encontrava alojado para refugiar-se e ajudar os mais necessitados. O convento foi saqueado. O religioso foi decapitado diante de dezenas de pessoas que gritavam “Alá é grande”. A Custódia explica que o sequestro de dois bispos dos quais não se tem notícias há dois meses e o bombardeio de um convento em território sírio em dezembro são o reflexo da difícil situação vivida no país (Rádio Vaticano).
            Um marroquino foi condenado pelo Tribunal de Primeira Instância de Taunat, no centro de Marrocos, a dois anos e meio de prisão por abandonar a religião muçulmana e cumprir o mandato de evangelizar. Seu crime: o condenado, de trinta anos de idade, pregou o evangelho a um menor (infocatolica.com).
            Chegam, porém, notícias de que muitos muçulmanos, atendendo ao convite do Papa Francisco, jejuaram no último sábado, dia 7 de setembro, e rezaram em particular pela paz na Síria e em solidariedade com o povo sírio (Agência Fides). Graças a Deus, existem muçulmanos que não fazem uma leitura fundamentalista do Alcorão.

            Sobre a Síria, o Papa Francisco comentou: “Infelizmente, dói ver que muitos interesses têm prevalecido desde o início do conflito sírio, impedindo uma solução que evite o massacre desnecessário que estamos presenciando”. E renovou o seu apelo aos líderes do G-20 para encontrar formas de superar os contrastes e abandonar toda a vã pretensão de uma solução militar, mas sim uma solução pacífica através do diálogo e da negociação (Zenit).