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A PAZ ESTEJA CONVOSCO

 

    Em sua mensagem de Páscoa – Urbi et Orbi – para este ano de 2022, o Papa Francisco repete a mensagem de paz de Jesus: “Jesus, o Crucificado, ressuscitou! Veio ter com aqueles que choram por Ele, fechados em casa, cheios de medo e angústia. Veio a eles e disse: «A paz esteja convosco!» (Jo 20, 19). Mostra as chagas nas mãos e nos pés, a ferida no lado: não é um fantasma, é mesmo Ele, o mesmo Jesus que morreu na cruz e esteve no sepulcro. Diante dos olhos incrédulos dos discípulos, repete: «A paz esteja convosco!» (20, 21)”.

“Também os nossos olhos estão incrédulos, nesta Páscoa de guerra. Demasiado sangue, vimos; demasiada violência. Também os nossos corações se encheram de medo e angústia, enquanto muitos dos nossos irmãos e irmãs tiveram de se fechar nos subterrâneos para se defender das bombas. Sentimos dificuldade em acreditar que Jesus tenha verdadeiramente ressuscitado, que tenha verdadeiramente vencido a morte. Terá porventura sido uma ilusão? Um fruto da nossa imaginação?”

“Não; não é uma ilusão! Hoje, mais do que nunca, ressoa o anúncio pascal tão caro ao Oriente cristão: «Cristo ressuscitou! Verdadeiramente ressuscitou!» Hoje mais do que nunca precisamos d’Ele, no termo duma Quaresma que parece não querer acabar. Temos atrás de nós dois anos de pandemia, que deixaram marcas pesadas. Era o momento de sairmos do túnel juntos, de mãos dadas, juntando as forças e os recursos... Em vez disso, estamos demostrando que ainda não existe em nós o Espírito de Jesus, mas existe ainda em nós o espírito de Caim, que vê Abel não como um irmão, mas como um rival, e pensa como há de eliminá-lo. Temos necessidade do Crucificado ressuscitado para acreditar na vitória do amor, para esperar na reconciliação. Hoje mais do que nunca precisamos d’Ele, precisamos que venha colocar-Se no meio de nós e nos diga mais uma vez: «A paz esteja convosco!»”.

“Só Ele o pode fazer. Só Ele tem hoje o direito de anunciar-nos a paz. Só Jesus, porque traz as chagas, as nossas chagas. Aquelas chagas d’Ele são nossas duas vezes: são nossas, porque Lh’as provocamos nós com os nossos pecados, a nossa dureza de coração, o ódio fratricida; e são nossas, porque Ele as traz por nós, não as cancelou do seu Corpo glorioso, quis conservá-las, trazê-las consigo para sempre. São um timbre indelével do seu amor por nós, uma perene intercessão ao Pai celeste para que as veja e tenha misericórdia de nós e do mundo inteiro. As chagas no Corpo de Jesus ressuscitado são o sinal da luta que Ele travou e venceu por nós, com as armas do amor, para podermos ter paz, estar em paz, viver em paz. Contemplando aquelas chagas gloriosas, os nossos olhos incrédulos escancaram-se, os nossos corações endurecidos abrem-se e deixam entrar o anúncio pascal: «A paz esteja convosco!» Irmãos e irmãs, deixemos entrar a paz de Cristo nas nossas vidas, nas nossas casas, nos nossos países!” ...

Irmãos e irmãs, deixemo-nos vencer pela paz de Cristo! A paz é possível, a paz é um dever, a paz é responsabilidade primária de todos!

A CRUZ E AS CRUZES

Estamos na Semana Santa, a mais importante do ano litúrgico, memória dos últimos acontecimentos da vida de Jesus, sua Paixão, Morte na Cruz e sua Ressurreição, a nossa Páscoa. 

Nesses últimos tempos, em que todos temos sofrido por diversos modos, vale a pena refletir sobre o valor do sofrimento, inerente à nossa condição humana, preço da nossa finitude e, também, dos nossos pecados. Teremos uma luz especial contemplando o Calvário, teatro dos sofrimentos de Cristo, que abraçou a sua cruz por amor, exemplo de como devemos aceitar a nossa cruz e os nossos sofrimentos, por amor a Ele e ao nosso próximo.

No Calvário, havia três cruzes, porque Jesus foi crucificado entre dois ladrões (Mt 27, 38), para, como queriam seus inimigos, sua maior humilhação, cumprindo assim a profecia de Isaías (Is 53,12): “Ele foi contado entre os criminosos” (Lc 22,37).

Um dos ladrões crucificados com Jesus, Gestas, blasfemava contra Deus e injuriava a Jesus. Revoltado, não aceitou a sua cruz. E assim terminou muito mal os seus dias. 

O outro ladrão, também crucificado, Dimas, repreendeu o seu companheiro: “‘Nem sequer temes a Deus, tu que sofres a mesma pena? Para nós, é justo sofrermos, pois estamos recebendo o que merecemos; mas ele não fez nada de mal’. E acrescentou: ‘Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino’. Ele lhe respondeu: ‘Em verdade te digo: hoje estarás comigo no paraíso’” (Lc 23 39-43). 

Duas cruzes iguais, mas recebidas de modo diferente: um, revoltado; o outro, conformado, penitente, humilde: por isso ganhou o perdão de Jesus. Que maravilha essa misericórdia e esse perdão de Jesus! Esse ladrão, que agonizou e morreu ao seu lado, no Calvário, não era um dos seus amigos. Não viveu com Jesus, nem sequer o conhecia. Conheceu-o no julgamento, quando o viu flagelado e coroado de espinhos, proclamando que era Rei e que tinha um reino. E teve a coragem e a humildade de pedir, no Reino de Jesus, um lugar, que a sua misericórdia não teve coragem de lhe negar. Jesus demonstra aqui o que é o amor, a misericórdia e o perdão. Ele pediu uma lembrança e recebeu de Jesus a promessa do Paraíso. Que valor tem a oração acompanhada do sofrimento! Foi o primeiro santo canonizado em vida, por Jesus: São Dimas, o bom ladrão!

Na cruz onde pagava seus crimes, o Bom Ladrão praticou todas as virtudes: a Fé, reconhecendo em Jesus o Rei Messias, a humildade, confessando os próprios pecados que lhe fizeram merecer a morte de cruz, a caridade e o apostolado para com o outro ladrão, dando-lhe bons conselhos, a paciência e a oração, pedindo a Jesus que se lembrasse dele. 

Mas a Cruz mais importante do Calvário é a de Jesus: nela nós encontramos todas as lições: “A alegria do amor, a resposta ao drama da tribulação e do sofrimento, a força do perdão face à ofensa recebida e a vitória da vida sobre o vazio da morte” (Bento XVI, Porta Fidei, 13). 

Feliz Páscoa para todos, com a vitória de Jesus Ressuscitado!   


                            


A VITÓRIA APÓS A MORTE

Estamos na semana da Páscoa, maior festa do calendário cristão, celebração da gloriosa Ressurreição de Jesus Cristo, a sua vitória sobre o pecado, sobre a morte e sobre a aparente derrota da Cruz. Cristo ressuscitou glorioso e triunfante para nunca mais morrer, dando-nos o penhor da nossa vitória e da nossa ressurreição. Choramos a sua Paixão e nos alegramos com a vitória da sua Ressurreição. Para se chegar a ela, para vencer com ele, aprendemos que é preciso sofrer com ele: “Quem quiser vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” (Mt 16,24). A morte não é o fim. O Calvário não foi o fim. Foi o começo de uma redenção, de uma nova vida. A Páscoa é, portanto, a festa da alegria e a da esperança na vitória futura. 
E hoje é dia de São Fidélis, grande mártir capuchinho, em cuja honra foi construída a cidade de São Fidélis, minha terra natal. Nascido em Sigmaringa, Alemanha, doutorou-se em Filosofia e Direito na Universidade de Friburgo, exerceu com distinção e integridade a advocacia, mas, sentindo-se chamado por Deus, doou os seus bens ao seminário e entrou na Ordem dos Franciscanos Capuchinhos. Grande pregador e missionário, foi enviado a combater os erros do calvinismo, na Suíça. Lá sofreu o martírio pela fé, assassinado por um grupo de calvinistas, em 24 de abril de 1622, aos 45 anos de idade. Foi canonizado em 1745.
Em 1781, os índios Coroados, que habitavam as margens do Rio Paraíba, no aldeamento chamado Gamboa, que já conheciam o cristianismo, pois haviam se desmembrado da tribo dos Goytacazes, pediram missionários para catequizá-los. Foram-lhes enviados Frei Ângelo de Lucca e Frei Vitório de Cambiasca que, com os índios, edificaram a aldeia e a belíssima Igreja em honra do seu confrade recém-canonizado, São Fidélis, mártir da fé.
“Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor da justiça, porque deles é o reino dos céus” (Mt 5,10). Esta é a oitava bem-aventurança, com as quais Jesus começou o seu “sermão da montanha”, resumo do seu Evangelho. Assim, a perseguição e o martírio se tornaram uma característica dos seus discípulos e sempre estiveram presentes na Igreja, desde os primórdios.
O escritor Andrea Riccardi, professor de história contemporânea na Universidade de Roma, teve acesso aos arquivos do Vaticano sobre a perseguição aos cristãos no século XX e lançou o livro “Eles foram mortos por causa de sua Fé”, de 455 páginas impressionantes sobre o martírio recente e atual dos católicos em todo o mundo. Impressiona a descrição do “holocausto” cristão no Nazismo, no Comunismo, nas terras de missões, no México, na Espanha, na África, etc. Além dos mártires da Fé, temos os mártires da caridade, da pureza e da justiça. Entre os 12.818 mártires, temos 4 cardeais, 122 bispos, 5.173 padres diocesanos, 4.872 religiosos, 159 seminaristas, além de centenas de leigos. É realmente a visão do 3o segredo de Fátima: o Papa caminhando sobre os cadáveres dos cristãos mártires que tombaram, vitoriosamente, pela sua Fé.
Feliz e Santa Páscoa para todos, alegres na esperança de Jesus Cristo vitorioso!





ALGO EXTRAORDINÁRIO

           A Páscoa, maior festa religiosa do calendário cristão, é a celebração da gloriosa Ressurreição de Jesus Cristo, a sua vitória sobre o pecado, sobre a morte e sobre a aparente derrota da Cruz. Cristo ressuscitou glorioso e triunfante para nunca mais morrer, dando-nos o penhor da nossa vitória e da nossa ressurreição. Choramos a sua Paixão e nos alegramos com a vitória da sua Ressurreição. Para se chegar a ela, para vencer com ele, aprendemos que é preciso sofrer com ele: “Quem quiser vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” (Mt 16,24). “Que por sua Paixão e Cruz cheguemos à glória da Ressurreição!”. A morte não é o fim. O Calvário não foi o fim. Foi o começo de uma redenção, de uma nova vida. A Páscoa é, portanto, a festa da alegria e a da esperança na vitória futura. 
            Como figura, esta festa já existia no Antigo Testamento. Era a celebração da libertação da escravidão do Egito, na qual sofreram os israelitas, povo de Deus, por muitas gerações, sendo libertados por Moisés que, por ordem do Senhor, fulminou os egípcios com as célebres dez pragas. Na última dessas pragas, na passagem do anjo de Deus (Páscoa quer dizer passagem, em hebraico), os egípcios foram castigados com a morte dos seus primogênitos, ao passo que os hebreus foram poupados por causa do sangue do cordeiro que imolaram, conforme o Senhor havia prescrito. Todos os anos, em ação de graças, eles repetiam, por ordem de Deus, essa ceia de Páscoa: milhares de cordeiros eram imolados na sexta-feira antes da Páscoa.
           Assim o cordeiro ficou sendo por excelência a vítima do sacrifício. São João Batista, ao apresentar Jesus ao povo, disse: “Eis o Cordeiro de Deus, aquele que tira o pecado do mundo!” Esse Cordeiro de Deus, numa sexta-feira antes da Páscoa foi também imolado, realizando, com o seu sangue, a libertação do mundo do pecado, ressuscitando no terceiro dia. Essa é a nossa festa da Páscoa, a festa da Ressurreição de Cristo, o verdadeiro Cordeiro de Deus, o fim do Antigo Testamento e o começo da nova Aliança entre Deus e os homens, o início da Igreja.
            “Se se considera a importância que tem o sábado na tradição do Antigo Testamento, baseada no relato da criação e no Decálogo, torna-se evidente que só um acontecimento com uma força extraordinária poderia provocar a renúncia ao sábado e sua substituição pelo primeiro dia da semana. Só um acontecimento que se tivesse gravado nas almas com uma força fora do comum poderia haver suscitado uma mudança tão crucial na cultura religiosa da semana. Para isso não teriam bastado as meras especulações teológicas. Para mim, a celebração do Dia do Senhor, que distingue a comunidade cristã desde o princípio, é uma das provas mais fortes de que aconteceu uma coisa extraordinária nesse dia: o descobrimento do sepulcro vazio e o encontro com o Senhor Ressuscitado” (Bento XVI – Jesus de Nazaré II).
            Feliz e Santa Páscoa para todos: que todos fiquemos alegres com a esperança que Jesus Cristo nos dá com o seu triunfo, penhor da nossa vitória um dia no Céu, onde todos esperamos nos encontrar.

A VITÓRIA DE CRISTO

      Estamos na semana da Páscoa, maior festa do calendário cristão, celebração da gloriosa Ressurreição de Jesus Cristo, a sua vitória sobre o pecado, sobre a morte e sobre a aparente derrota da Cruz. Cristo ressuscitou glorioso e triunfante para nunca mais morrer, dando-nos o penhor da nossa vitória e da nossa ressurreição. Choramos a sua Paixão e nos alegramos com a vitória da sua Ressurreição. Para se chegar a ela, para vencer com ele, aprendemos que é preciso sofrer com ele: “Quem quiser vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” (Mt 16,24). “Que por sua Paixão e Cruz cheguemos à glória da Ressurreição!”. A morte não é o fim. O Calvário não foi o fim. Foi o começo de uma redenção, de uma nova vida. A Páscoa é, portanto, a festa da alegria e a da esperança na vitória futura. 
Como figura, esta festa já existia no Antigo Testamento. Era a celebração da libertação da escravidão do Egito, na qual sofreram os israelitas, povo de Deus, por muitas gerações, sendo libertados por Moisés que, por ordem do Senhor, fulminou os egípcios com as célebres dez pragas. Na última dessas pragas, na passagem do anjo de Deus (Páscoa quer dizer passagem, em hebraico), os egípcios foram castigados com a morte dos seus primogênitos, ao passo que os hebreus foram poupados por causa do sangue do cordeiro que imolaram, conforme o Senhor havia prescrito. Todos os anos, em ação de graças, eles repetiam, por ordem de Deus, essa ceia de Páscoa: milhares de cordeiros eram imolados na sexta-feira antes da Páscoa.
Assim o cordeiro ficou sendo por excelência a vítima do sacrifício. São João Batista, ao apresentar Jesus ao povo, disse: “Eis o Cordeiro de Deus, aquele que tira o pecado do mundo!” Esse Cordeiro de Deus, numa sexta-feira antes da Páscoa foi também imolado, realizando, com o seu sangue, a libertação do mundo do pecado, ressuscitando no terceiro dia. Essa é a nossa festa da Páscoa, a festa da Ressurreição de Cristo, o verdadeiro Cordeiro de Deus, o fim do Antigo Testamento e o começo da nova Aliança entre Deus e os homens, o início da Igreja.
“Se se considera a importância que tem o sábado na tradição do Antigo Testamento, baseada no relato da criação e no Decálogo, torna-se evidente que só um acontecimento com uma força extraordinária poderia provocar a renúncia ao sábado e sua substituição pelo primeiro dia da semana. Só um acontecimento que se tivesse gravado nas almas com uma força fora do comum poderia haver suscitado uma mudança tão crucial na cultura religiosa da semana. Para isso não teriam bastado as meras especulações teológicas. Para mim, a celebração do Dia do Senhor, que distingue a comunidade cristã desde o princípio, é uma das provas mais fortes de que aconteceu uma coisa extraordinária nesse dia: o descobrimento do sepulcro vazio e o encontro com o Senhor Ressuscitado” (Bento XVI – Jesus de Nazaré II).
Feliz e Santa Páscoa para todos: que todos fiquemos alegres com a esperança que Jesus Cristo nos dá com o seu triunfo, penhor da nossa vitória um dia no Céu, onde todos esperamos nos encontrar.

ALGO EXTRAORDINÁRIO

          A Páscoa, maior festa religiosa do calendário cristão, é a celebração da gloriosa Ressurreição de Jesus Cristo, a sua vitória sobre o pecado, sobre a morte e sobre a aparente derrota da Cruz. Cristo ressuscitou glorioso e triunfante para nunca mais morrer, dando-nos o penhor da nossa vitória e da nossa ressurreição. Choramos a sua Paixão e nos alegramos com a vitória da sua Ressurreição. Para se chegar a ela, para vencer com ele, aprendemos que é preciso sofrer com ele: “Quem quiser vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” (Mt 16,24). “Que por sua Paixão e Cruz cheguemos à glória da Ressurreição!”. A morte não é o fim. O Calvário não foi o fim. Foi o começo de uma redenção, de uma nova vida. A Páscoa é, portanto, a festa da alegria e a da esperança na vitória futura. 
Como figura, esta festa já existia no Antigo Testamento. Era a celebração da libertação da escravidão do Egito, na qual sofreram os israelitas, povo de Deus, por muitas gerações, sendo libertados por Moisés que, por ordem do Senhor, fulminou os egípcios com as célebres dez pragas. Na última dessas pragas, na passagem do anjo de Deus (Páscoa quer dizer passagem, em hebraico), os egípcios foram castigados com a morte dos seus primogênitos, ao passo que os hebreus foram poupados por causa do sangue do cordeiro que imolaram, conforme o Senhor havia prescrito. Todos os anos, em ação de graças, eles repetiam, por ordem de Deus, essa ceia de Páscoa: milhares de cordeiros eram imolados na sexta-feira antes da Páscoa.
Assim o cordeiro ficou sendo por excelência a vítima do sacrifício. São João Batista, ao apresentar Jesus ao povo, disse: “Eis o Cordeiro de Deus, aquele que tira o pecado do mundo!” Esse Cordeiro de Deus, numa sexta-feira antes da Páscoa foi também imolado, realizando, com o seu sangue, a libertação do mundo do pecado, ressuscitando no terceiro dia. Essa é a nossa festa da Páscoa, a festa da Ressurreição de Cristo, o verdadeiro Cordeiro de Deus, o fim do Antigo Testamento e o começo da nova Aliança entre Deus e os homens, o início da Igreja.
“Se se considera a importância que tem o sábado na tradição do Antigo Testamento, baseada no relato da criação e no Decálogo, torna-se evidente que só um acontecimento com uma força extraordinária poderia provocar a renúncia ao sábado e sua substituição pelo primeiro dia da semana. Só um acontecimento que se tivesse gravado nas almas com uma força fora do comum poderia haver suscitado uma mudança tão crucial na cultura religiosa da semana. Para isso não teriam bastado as meras especulações teológicas. Para mim, a celebração do Dia do Senhor, que distingue a comunidade cristã desde o princípio, é uma das provas mais fortes de que aconteceu uma coisa extraordinária nesse dia: o descobrimento do sepulcro vazio e o encontro com o Senhor Ressuscitado” (Bento XVI – Jesus de Nazaré II).
            Feliz e Santa Páscoa para todos: que todos fiquemos alegres com a esperança que Jesus Cristo nos dá com o seu triunfo, penhor da nossa vitória um dia no Céu, onde todos esperamos nos encontrar.

O FATO DA RESSURREIÇÃO

       A revista VEJA da Semana da Páscoa (8 de abril) trouxe interessante reportagem sobre a Ressurreição de Jesus, “o grande dogma do cristianismo”, ressaltando que a comemoração do domingo de Páscoa reafirma o poder da fé na Ressurreição do Filho de Deus morto na Cruz, “ideia”, constata a reportagem, “que se fortalece com a passagem dos milénios”. E pergunta: “por que, depois de pouco menos de 2000 anos, a crença na ressurreição de Jesus Cristo, um dos mais extraordinários mistérios da fé, ainda exerce efeito tão arrebatador?” E constata que, se nada houvesse ocorrido na Páscoa daquele ano, ou seja, se a Ressurreição do Senhor não fosse um fato extraordinário atestado e comprovado, não se conseguiria explicar a miraculosa e extraordinária expansão do cristianismo diante de tantas forças contrárias do paganismo.
            Houve tentativas modernas de se negar a Ressurreição de Jesus como fato histórico. Segundo algumas dessas teorias, Jesus teria ressuscitado “dentro do Kerigma”, segundo a fórmula de Rudolf Bultmann, famoso teólogo protestante, ou seja, a ressurreição significaria apenas que os discípulos haviam reconhecido que “a causa de Jesus continua”! Por isso, torna-se muito elucidativa para nós a tese de Heinrich Schlier, discípulo de Bultmann, sobre a Ressurreição de Jesus, provando o fato histórico, base da fé cristã.
            Heinrich Schelier era pastor luterano, professor de exegese na Alemanha, e, depois, fez parte da “Igreja confessante”, ou seja, a parte da comunidade evangélica alemã que tentava salvaguardar a substância cristã do luteranismo, não aceitando que esse se desintegrasse no movimento que apoiava o nazismo. Depois da guerra, lecionou Novo Testamento e História da Igreja na Faculdade Teológica Evangélica de Bonn. Em 1953, para surpresa do seu mestre Bultmann, converteu-se à Igreja Católica e disse que sua conversão ocorrera de uma forma completamente protestante, ou seja, a partir de sua relação com a Escritura, segundo nos conta Ratzinger. Em 24 de outubro de 1953, foi recebido na Igreja Católica. No dia seguinte, recebe a primeira comunhão e, depois, a confirmação. Tem inúmeras obras teológicas, especialmente essa sobre a Ressurreição de Jesus, prefaciada pelo então Cardeal Joseph Ratzinger.  

            Baseado na história e na Escritura, Schelier  demonstra que “a Igreja primitiva não falou da ressurreição de Jesus Cristo com distanciamento e de modo descompromissado, mas com emoção e num ato de profissão de fé”. E ele argumenta tratar-se de um fato incontestável, embora conserve seu caráter de mistério. Segundo ele, os textos neotestamentários entendem a Ressurreição como um evento, um acontecimento histórico concreto. A Ressurreição não veio da pregação, mas sim a pregação partiu do fato da Ressurreição. E da sua Ressurreição deriva a conclusão lógica de que Ele é o Senhor, como se lê no discurso de São Pedro aos judeus: “De fato, Deus ressuscitou este mesmo Jesus, e disso todos nós somos testemunhas... Portanto, que todo o povo de Israel reconheça com plena certeza: Deus constituiu Senhor e Cristo a este Jesus que vós crucificastes” (At 2, 32-36). 

O AMOR VENCEU O ÓDIO

           A Páscoa, maior festa religiosa do calendário cristão, é a celebração da gloriosa Ressurreição de Jesus Cristo, a sua vitória sobre o pecado, sobre a morte e sobre a aparente derrota da Cruz. Cristo ressuscitou glorioso e triunfante para nunca mais morrer, dando-nos o penhor da nossa vitória e da nossa ressurreição. Choramos a sua Paixão e nos alegramos com a vitória da sua Ressurreição. Para se chegar a ela, para vencer com ele, aprendemos que é preciso sofrer com ele: “Quem quiser vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” (Mt 16,24). “Que por sua Paixão e Cruz cheguemos à glória da Ressurreição!”. A morte não é o fim. O Calvário não foi o fim. Foi a vitória do Céu sobre o Inferno, da humildade sobre o orgulho. Foi o começo de uma redenção, de uma nova vida. A Páscoa é, portanto, a festa da alegria e a da esperança na vitória futura.
“Jesus Cristo ressuscitou! O amor venceu o ódio, a vida venceu a morte, a luz afugentou as trevas! Por nosso amor, Jesus Cristo despojou-Se da sua glória divina; esvaziou-Se a Si próprio, assumiu a forma de servo e humilhou-Se até à morte, e morte de cruz. Por isso, Deus O exaltou e fê-Lo Senhor do universo. Jesus é Senhor! Com a sua morte e ressurreição, Jesus indica a todos o caminho da vida e da felicidade: este caminho é a humildade, que inclui a humilhação. Esta é a estrada que leva à glória. Somente quem se humilha pode caminhar para as “coisas do alto”, para Deus (cf.Col 3, 1-4). O orgulhoso olha de cima para baixo, o humilde olha de baixo para cima”.
“Na manhã de Páscoa, informados pelas mulheres, Pedro e João correram até ao sepulcro e encontraram-no aberto e vazio. Então se aproximaram e inclinaram-se para entrar no sepulcro. Para entrar no mistério, é preciso inclinar-se, abaixar-se. Somente quem se abaixa compreende a glorificação de Jesus e pode segui-Lo na sua estrada”.
“A proposta do mundo é impor-se a todo o custo, competir, fazer-se valer… Mas os cristãos, pela graça de Cristo morto e ressuscitado, são os rebentos duma outra humanidade, em que se procura viver ao serviço uns dos outros, ser não arrogantes, mas disponíveis e respeitadores. Isto não é fraqueza, mas verdadeira força! Quem traz dentro de si a força de Deus, o seu amor e a sua justiça, não precisa usar violência, mas fala e age com a força da verdade, da beleza e do amor”.
“Do Senhor ressuscitado imploramos hoje a graça de não cedermos ao orgulho que alimenta a violência e as guerras, mas termos a coragem humilde do perdão e da paz. A Jesus vitorioso pedimos que alivie os sofrimentos de tantos irmãos nossos perseguidos por causa do seu nome, bem como de todos aqueles que sofrem injustamente as consequências dos conflitos e das violências em curso, e que são tantas” (Papa Francisco, Mensagem Urbi et Orbi).

       Feliz e Santa Páscoa para todos: que todos fiquemos alegres com a esperança que Jesus Cristo, humilde, nos dá com o seu triunfo, penhor da nossa vitória um dia no Céu.