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SEJAMOS PATRIOTAS

 

Estamos na Semana da Pátria. No próximo dia 7 comemoraremos a Independência do Brasil, o nascimento do nosso país como nação. Data especial para cultivarmos a virtude do patriotismo, dever e amor para com o nosso país, incluído no 4º Mandamento da Lei de Deus.

Jesus, nosso divino modelo, amava tanto sua pátria, que chorou sobre sua capital, Jerusalém, ao prever os castigos que sobre ela viriam, consequência da sua infidelidade aos dons de Deus. Não temos também motivos para chorar sobre nossa pátria amada? Nação que nasceu cristã, mas que anda esquecida dos valores cristãos legados pelos nossos missionários, presa de ideologias espúrias; povo nem sempre bem educado, nem sempre pacífico nem cortês e que não sabe escolher bem seus representantes; na política, além da falta de harmonia e equilíbrio entre os poderes,  a corrupção, a falta de honestidade, ética, honradez, com total desprezo das virtudes humanas e cristãs, necessárias ao bom convívio e à vida em sociedade.

Observando as redes sociais, notamos a ausência total do respeito à opinião alheia, o ódio, a incitação à violência, a falta de humildade e modéstia, o desaparecimento da tolerância, do respeito pelas consciências, do apreço pela verdade, o disseminar de calúnias, intrigas e suspeitas. Tudo isso se constitui no oposto às virtudes humanas e cristãs, que são a base da civilização. 

E as virtudes da honestidade, da não acepção de pessoas, da caridade desinteressada, do comedimento no falar, do respeito para com o próximo, do amor pela verdade, da convicção religiosa, da constância, da fidelidade nas promessas, do cumprimento da palavra dada?

Segundo Aristóteles, “o homem é por natureza um animal político, destinado a viver em sociedade” (Política, I, 1,9). Política vem do grego pólis, que significa cidade. E, continua Aristóteles, “toda a cidade é evidentemente uma associação, e toda a associação só se forma para algum bem, dado que os homens, sejam eles quais forem, tudo fazem para o fim do que lhes parece ser bom”. E Santo Tomás de Aquino cunhou o termo bem comum, ou bem público, que é o bem de toda a sociedade, dando-o como finalidade do Estado. “A comunidade política existe... em vista do bem comum; nele encontra a sua completa justificação e significado e dele deriva o seu direito natural e próprio. O bem comum compreende o conjunto das condições de vida social que permitem aos indivíduos, famílias e associações alcançar mais plena e facilmente a própria perfeição” (Gaudium et Spes, 74). Daí se conclui que a cidade – o Estado - exige um governo que a dirija para o bem comum. Não se pode separar a política da direção para o bem comum. Procurar o bem próprio na política é um contrassenso.

Como cristãos, nós sabemos que a base da moral e da ética é a lei de Deus, natural e positiva, traduzida na conduta pelo que se chama o santo temor de Deus ou a consciência reta e timorata. Uma vez perdido o santo temor de Deus, perde-se a retidão da consciência, que passa a ser regida pelas paixões. Uma vez abandonados os valores morais e os limites éticos, a sociedade fica ao sabor das paixões desordenadas do egoísmo, da ambição e da cobiça.

 

        *Bispo da Administração Apostólica Pessoal

                                                                         São João Maria Vianney

                                                                         http://domfernandorifan.blogspot.com.br/

 

 

O DIA DO PADRE

 

Hoje é o dia de cumprimentarmos todos os nossos sacerdotes, que seguindo a sua vocação, se tornaram “outro Cristo”, seus ministros, dedicando-se totalmente às nossas almas, esgotando-se ao seu “serviço”, não tendo outra profissão que a dedicação a Deus e à sua Igreja.

            Por que hoje? Porque hoje se celebra o patrono de todos os padres, São João Maria Vianney, o Cura ou Pároco da cidadezinha francesa de Ars, “modelo sem par, para todos os países, do desempenho do ministério e da santidade do ministro”, no dizer de São João Paulo II, paradigma para a nova evangelização. 

Nascido de uma família de camponeses católicos e muito caridosos, João Maria tinha sete anos quando o “Terror” da Revolução Francesa reinava em Paris e os padres eram exilados ou mortos. Recebeu a primeira comunhão aos treze anos, durante o segundo Terror, quando a igreja de sua cidade foi fechada e as tropas revolucionárias atravessavam a paróquia. O governo revolucionário estabeleceu a constituição civil do clero e só os padres que faziam esse juramento cismático eram conservados nos cargos. Os outros padres, fiéis à Igreja e que não aceitavam aquele cisma, eram perseguidos, mas atendiam secretamente os fiéis nos paióis das fazendas. Foi a visão desses heróis da fé que fez surgir no jovem Vianney a sua vocação sacerdotal. Candidato, pois, ao heroísmo e à cruz no ministério.

Enfrentou dificuldades no Seminário, donde chegou a ser despedido por incapacidade nos estudos, teve problemas com o serviço militar, conseguiu, porém, aos vinte e nove anos, ser ordenado sacerdote, mas sem permissão para ouvir confissões. Após três anos, foi enviado a uma pequeníssima paróquia, Ars, onde permaneceu durante 42 anos, até o fim da sua vida.

“Há pouco amor de Deus nessa paróquia”, disse-lhe o Vigário Geral ao nomeá-lo, “Vossa Reverendíssima procurará colocá-lo lá”. De fato, Ars, nesse período pós Revolução Francesa, estava esquecida de Deus: pouca frequência às Missas, trabalho contínuo nos domingos, bailes, blasfêmias, etc. O Pe.Vianney começou com penitências e orações próprias. Pregação e catequese contínuas, visitas às famílias e caridade para com os pobres. A Igreja foi se enchendo. Ouvia confissões desde a madrugada até a noite. Peregrinos de toda a França acorriam a Ars, chegando a cem mil por ano. Suas pregações eram assistidas por bispos e cardeais. Seu catecismo era ouvido por grandes pregadores que ali vinham aprender com tanta sabedoria. Morreu aos 74 anos, esgotado pelas penitências e trabalhos apostólicos no ministério sacerdotal. Dizia esse herói da Fé: “É belo morrer depois de ter vivido na cruz”.

Durante a JMJ, na Missa na Catedral do Rio, o Papa Francisco nos lembrou: “Não é a criatividade, por mais pastoral que seja, não são os encontros ou os planejamentos que garantem os frutos, embora ajudem e muito, mas o que garante o fruto é sermos fiéis a Jesus, que nos diz com insistência: ‘Permanecei em mim, como eu permaneço em vós’ (Jo 15,4)”. Rezemos sempre pelos nossos sacerdotes. Sua santificação nos interessa muito.

 

        *Bispo da Administração Apostólica Pessoal

                                                                         São João Maria Vianney

                                                                         http://domfernandorifan.blogspot.com.br/

 

 

 

 

A BELEZA DO MATRIMÔNIO

 

A intenção do Papa Francisco para esse mês de junho é “A beleza do matrimônio”, para que rezemos, não só pelos casados, mas para os que se preparam para o matrimônio, para que o vejam com generosidade, fidelidade e paciência.

            Ele assim começa a sua Exortação Apostólica Amoris Laetitia: “A ALEGRIA DO AMOR que se vive nas famílias é também o júbilo da Igreja. Apesar dos numerosos sinais de crise no matrimônio ‘o desejo de família permanece vivo, especialmente entre os jovens, e isto incentiva a Igreja’. Como resposta a este anseio, o ‘anúncio cristão sobre a família é verdadeiramente uma boa notícia’”.

            O Papa recorda que na família “se realiza aquele desígnio primordial que o próprio Cristo evoca com decisão: ‘Não lestes que o Criador, desde o princípio, fê-los homem e mulher?’ (Mt 19, 4). E retoma o mandato do livro do Gênesis: ‘Por esse motivo, o homem deixará o pai e a mãe, para se unir à sua mulher; e os dois serão uma só carne’ (Gn 2, 24)”.

            E o matrimônio, nos recorda o Papa, vem ser a solução para dois problemas: o primeiro é a inquietação vivida pelo homem, que busca “uma auxiliar semelhante” (Gn 2, 18-20), “capaz de resolver esta solidão que o perturba e que não encontra remédio na proximidade dos animais e da criação inteira”. “Deste encontro, que cura a solidão, surge a geração e a família. Este é um segundo detalhe, que podemos evidenciar: Adão, que é também o homem de todos os tempos e de todas as regiões do nosso planeta, juntamente com a sua esposa, dá origem a uma nova família, como afirma Jesus citando o Gênesis: ‘Unir-se-á à sua mulher e serão os dois um só’ (Mt 19, 5; cf. Gn 2, 24)... Deste modo, evoca-se a união matrimonial não apenas na sua dimensão sexual e corpórea, mas também na sua doação voluntária de amor. O fruto desta união é ‘tornar-se uma só carne’, quer no abraço físico, quer na união dos corações e das vidas e, porventura, no filho que nascerá dos dois e, em si mesmo, há de levar as duas ‘carnes’, unindo-as genética e espiritualmente”.

            Citando o Salmo, Francisco recorda a alegria que reina no lar: “Lá, dentro da casa onde o homem e a sua esposa estão sentados à mesa, aparecem os filhos que os acompanham ‘como rebentos de oliveira’ (Sl 128/127, 3), isto é, cheios de energia e vitalidade. Se os pais são como que os alicerces da casa, os filhos constituem as ‘pedras vivas’ da família (cf. 1Ped 2, 5) ... Os filhos são uma bênção do Senhor; o fruto das entranhas, uma verdadeira dádiva... A presença dos filhos é, em todo o caso, um sinal de plenitude da família na continuidade da mesma história de salvação, de geração em geração”.

            “Cada família tem diante de si o ícone da família de Nazaré, com o seu dia-a-dia feito de fadigas e até de pesadelos... Como Maria, são exortadas a viver, com coragem e serenidade, os desafios familiares tristes e entusiasmantes, e a guardar e meditar no coração as maravilhas de Deus (cf. Lc 2, 19.51)”.

 

        *Bispo da Administração Apostólica Pessoal

                                                                         São João Maria Vianney

                                                                         http://domfernandorifan.blogspot.com.br/

 

 

 

O TRABALHO SANTIFICADO

      Hoje celebramos a festa de São José operário, patrono dos trabalhadores. Desejoso de ajudar os trabalhadores a santificar o seu dia, já mundialmente comemorado, o Papa Pio XII instituiu esta festa de São José, modelo do trabalhador. De origem nobre da Casa de Davi, ganhando a vida como simples carpinteiro, São José harmoniza bem a união, não a luta, de classes que deve existir em uma sociedade cristã.
      O trabalho é obra de Deus. Deus, ao criar o homem, colocou-o no jardim do Éden para nele trabalhar. O trabalho existe, portanto, antes do pecado. Depois deste, passou a ter a conotação de penitência, pois adquiriu uma nota de dificuldade e o necessário esforço para desempenhá-lo: “Comerás o pão com o suor do teu rosto” (Gn 3,19). 
      Assim, o trabalho tem o aspecto natural necessário para o nosso sustento e o aspecto adicional de penitência, pois ele contraria nossa tendência, exacerbada pelo pecado, à preguiça e ao relaxamento.         O trabalho é algo muito digno e nobre, seja ele qual for, desde que seja honesto e nos encaminhe para Deus, seu autor. Desse modo, o trabalho é santificador. O nobre e o mais humilde.
      O trabalho é também expressão do amor.  “A expressão quotidiana deste amor na vida da Família de Nazaré é o trabalho. O texto evangélico especifica o tipo de trabalho mediante o qual José procurava garantir a sustentação da Família: o trabalho de carpinteiro. Esta simples palavra envolve toda a extensão da vida de José. Para Jesus este período abrange os anos da vida oculta, de que fala o Evangelista, a seguir ao episódio que sucedeu no templo: “Depois, desceu com eles para Nazaré e era-lhes submisso” (Lc 2, 51). Esta submissão, ou seja, a obediência de Jesus na casa de Nazaré é entendida também como participação no trabalho de José. Aquele que era designado como o ‘filho do carpinteiro’, tinha aprendido o ofício de seu ‘pai’ adotivo. Se a Família de Nazaré, na ordem da salvação e da santidade, é exemplo e modelo para as famílias humanas, é-o analogamente também o trabalho de Jesus ao lado de José carpinteiro. Na nossa época, a Igreja pôs em realce isto mesmo, também com a memória de São José Operário, fixada no primeiro de maio. O trabalho humano, em particular o trabalho manual, tem no Evangelho uma acentuação especial. Juntamente com a humanidade do Filho de Deus, ele foi acolhido no mistério da Encarnação, como também foi redimido de maneira particular. Graças ao seu banco de trabalho, junto do qual exercitava o próprio ofício juntamente com Jesus, José aproximou o trabalho humano do mistério da Redenção” (S. João Paulo II, Ex. Apost. Redemptoris Custos).  
      Para uma sadia economia, são necessários o trabalho e o capital, como ensina o Papa Leão XIII na sua clássica formulação: “Elas (as duas classes – a dos detentores do capital e a dos que oferecem a mão-de-obra) têm imperiosa necessidade uma da outra: não pode haver capital sem trabalho, nem trabalho sem capital” (Rerum Novarum 28). E fundamenta o “direito de propriedade mobiliária e imobiliária” (incluídos os bens de produção) no fato de ela, a propriedade, nada mais ser do que “o salário transformado” (Rerum Novarum 9).  

O PAI PRESENTE

         A família é composta de pai e mãe, que geram os filhos. A presença do pai é necessária, não só para a geração, mas, sobretudo, para a educação dos filhos. O filho precisa do pai, da figura do pai, da presença do pai na sua vida. É dele que os filhos esperam o exemplo e a proteção, e a esposa espera a ajuda, a defesa e a cooperação na edificação e conservação da família. Isso é tão marcante que o próprio Pai eterno, quando enviou o seu filho ao mundo, Deus feito homem, concebido de maneira virginal, quis que alguém o substituísse visivelmente como Pai adotivo na Sagrada Família de Belém e Nazaré e fosse o guarda e protetor daquela que viria a ser a mãe do Filho de Deus feito homem: o escolhido foi São José, cuja solenidade celebramos ontem e festejamos durante todo o mês de março.
          São José era de família nobre, a família real de Davi. Se a sua família ainda estivesse reinando, ele seria um príncipe. Quando ele tinha apenas desposado Maria, primeira parte do casamento hebraico, mas antes de recebê-la em casa, ocorreu a Anunciação e a Encarnação do Filho de Deus. Maria objetou ao Anjo mensageiro a impossibilidade de ter um filho, pois “não conhecia varão” (Lc 1,34), isso apesar de ser noiva de José, o que claramente indica o seu voto de virgindade, de pleno conhecimento do seu futuro esposo. O Anjo, da parte de Deus, lhe garantiu que a concepção daquele filho não seria por obra humana, mas sim “por virtude do Espírito Santo” (Mt 1,18). O próprio José, em sonho, foi advertido pelo anjo do que ocorrera. E ele teria como missão ser o guarda daquela Virgem Mãe e pai nutrício daquele Filho, que era realmente o Filho de Deus. E Jesus lhe dava o nome de pai, sendo conhecido como “o filho do carpinteiro” (Mt 13,55), tido por todos “como sendo filho de José” (Lc 3,23).
          São José protegeu a Sagrada Família, sobretudo na fuga para o Egito, quando da perseguição de Herodes ao Menino Jesus. Como chefe e protetor da Sagrada Família, ele se tornou o patrono de todas as famílias. E seu modelo de amor, humildade, paciência e obediência a Deus. : “Do exemplo de São José chega a todos um forte convite a desenvolver com fidelidade, simplicidade e modéstia a tarefa que a Providência nos designou” (Bento XVI). 
          São José é também o padroeiro dos trabalhadores porque, como carpinteiro, sustentava a Sagrada Família com o seu suor e o trabalho de suas mãos. A festa de São José, como padroeiro dos trabalhadores, se comemora no dia 1º de maio, dia do trabalho.
          Antigamente havia uma festa especial para honrar o Patrocínio de São José, ou seja, sua proteção, seu amparo. Daí o nome muito comum a pessoas e cidades, Patrocínio e José do Patrocínio, em honra do patrocínio de São José. Tendo tido a mais bela das mortes, pois morreu assistido por Jesus, que ainda não tinha começado a sua vida pública, e por Maria Santíssima, São José é invocado como padroeiro dos moribundos e patrono da boa morte. 
          O Papa Pio IX proclamou São José patrono da Igreja, que é a família de Deus. Por tantos gloriosos motivos, São José faz jus à honra e à devoção especial que lhe tributamos.  

FOGO! SOCORRO! ACUDAM!

         Junto com a divulgação da imoralidade fantasiada de arte e a propaganda maciça do homossexualismo travestido de respeito à diversidade, reaparece a doutrinação da Ideologia de Gênero, também com ares de liberdade e de orientação sexual.      São Paulo já advertia: “Fostes chamados à liberdade. Porém, não façais da liberdade um pretexto para servirdes à carne” (Gl 5, 13). A família está sendo alvo de ataques que visam a sua destruição. Se a crise social, política e familiar por que passamos é, sobretudo, moral, essa propaganda em nada a faz diminuir, mas, pelo contrário, aumenta-a rompendo todas as barreiras éticas que deveriam pautar o comportamento humano. Os bons ficam acuados. A família perde seus direitos na educação dos seus filhos, que se tornam alvo fácil da propaganda destruidora da moral. E os meios de comunicação, através de novelas e entrevistas direcionadas, vão divulgando essa mentalidade de modo bem orquestrado. 
         É preciso dar um basta! É preciso que as forças morais de toda a humanidade se levantem e deem o seu brado de inconformidade com tudo isso. É hora de gritar com São Luiz Maria Grignion de Montfort: “Fogo! fogo! fogo! Socorro! socorro! socorro!... Socorro, que assassinam nosso irmão! Socorro, que degolam nossos filhos!...”. 
A Igreja levanta a sua voz de repúdio a tudo isso: sua doutrina clara já condena esses erros. É preciso que os católicos sejam lógicos e coerentes com o que a Igreja lhes ensina.
        É hora, principalmente de os leigos agirem. Não fiquem se perguntando: o que a Igreja vai falar ou fazer sobre isso? Vocês também são a Igreja. A pergunta deve ser: o que nós estamos fazendo contra tudo isso? Não fiquem esperando pelos pastores. As ovelhas têm o direito de se defenderem dos lobos que as atacam. Falem, protestem, escrevam, alertem os filhos, os amigos. Gritem nas redes sociais! Pais de família, reajam! É preciso que o mundo escute a voz dos bons e saiba que ainda existem famílias corretas, pessoas de bem e de coragem que não concordam com a imposição dessas ideologias.
     Dom Prosper Guérranger (L’Année Liturgique), sobre o episódio em que um leigo, Eusébio, levantou-se em meio à multidão contra a impiedade de Nestório, salvando assim a fé de Bizâncio, comenta: “Há no tesouro da Revelação pontos essenciais, cujo conhecimento necessário e guarda vigilante todo cristão deve possuir, em virtude de seu título de cristão. O princípio não muda, quer se trate de crença ou procedimento, de moral ou de dogma. Traições como a de Nestório são raras na Igreja; não assim o silêncio de certos Pastores que, por uma ou outra causa, não ousam falar, quando a Religião está engajada.  Os verdadeiros fiéis são homens que extraem de seu Batismo, em tais circunstâncias, a inspiração de uma linha de conduta; não os pusilânimes que, sob pretexto especioso de submissão aos poderes estabelecidos, esperam, pra afugentar o inimigo, ou para se opor a suas empresas, um programa que não é necessário, que não lhes deve ser dado”.

A RELIGIÃO NA ESCOLA


     Quando, nos EEUU, se promulgou a primeira lei compulsória sobre a educação pública, o “Boston’s Catholic Newspaper” assim comentou: “A própria compreensão do mundo, e desse modo uma educação acertada, é aquela centrada em torno de Deus. Qualquer outra coisa leva ao ateísmo ou à rejeição de Deus”. [...] As crianças são, em primeiro lugar, da responsabilidade de seus pais. A família é a ‘célula vital’ da sociedade. É anterior ao Estado, tanto cronológica quanto ontologicamente. O Estado pode oferecer ajuda à família, mas nunca suplantar sua estrutura básica ou integridade”. 
        Para a doutrina moral católica, a sadia laicidade, entendida como autonomia da esfera civil e política da religiosa e eclesiástica – mas não da moral – é um valor adquirido e reconhecido pela Igreja, no mundo atual. “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”, ensinou Jesus (Mt 22, 21). César não pode se intrometer nas coisas de Deus, nem a religião ditar normas que pertencem a César (o Estado). Mas César também tem deveres para com Deus, que lhe é superior. O Estado brasileiro é leigo e, por isso, não pode se intrometer no conteúdo da religião. Mas não é ateu, por isso não pode propagar o ateísmo ou a irreligião, que também são formas de religião. Deve sim oferecer às famílias, para auxiliá-las, o ensino religioso em suas escolas, sendo o conteúdo da alçada das autoridades religiosas de cada religião. Assim, a Constituição Federal do Brasil (art. 19) proíbe ao Estado, que é laico, estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvenciona-los, embaraçar-lhes o funcionamento, etc, mas, por não ser ateu, estabelece (art. 210 §1º) que “o ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental”. 
        Por respeitar a Deus – e a Constituição Federal declara explicitamente, no seu Preâmbulo, que é promulgada “sob a proteção de Deus” – o Estado brasileiro ordena o ensino religioso nas escolas públicas. Por ser laico, e respeitar os ateus, a lei declara que a matrícula é facultativa. Por ser laico também, e não ter competência em matéria religiosa, o Supremo Tribunal Federal decidiu acertadamente que o Ensino Religioso nas escolas públicas deve ser confessional e plural, ou seja, o conteúdo do Ensino Religioso é da competência das autoridades religiosas dos diversos credos credenciados e não do Estado. Aos pais dos menores compete decidir se querem e qual o ensino religioso desejam para seus filhos. É confessional e plural, por seguir as normas de cada religião existente. Não é ensino religioso sincrético, ou sincretismo religioso, uma mistura de religiões, porque essa religião não existe. 
        Há que se notar a diferença entre ensino religioso e catequese. Esta se faz nas Igrejas, endereçada à vida cristã e à participação na vida da comunidade paroquial. Ensino religioso, que se faz na escola, é a instrução religiosa básica da fé e da moral, especialmente dos valores humanos e cristãos, as virtudes a praticar, os vícios a evitar e a dignidade da pessoa humana, sem proselitismo nem opressão das consciências. 

A FAMÍLIA E A SOCIEDADE

         Teve início com o dia dos pais, a Semana Nacional da Família, de 13 a 19 de agosto. O tema deste ano é “Família, uma luz para vida em sociedade”. Se houver uma verdadeira renovação da família, célula da sociedade, todo o corpo social se renovará. É lá que tudo começa. Ali é o lugar do cultivo dos valores humanos e cristãos. Ali se aprendem o respeito, a mútua convivência, a fraternidade, o senso de hierarquia, a responsabilidade pelos próprios atos, o correto uso da liberdade, a disciplina, o amor, que se refletirão na vida em sociedade.
A Igreja sempre deu enorme importância à família, tratando-a como “Igreja doméstica e santuário da vida”, porque ambas nos transmitem a Fé: “tal como uma mãe ensina os seus filhos a falar e, dessa forma, a compreender e a comunicar, a Igreja, nossa Mãe, ensina-nos a linguagem da fé, para nos introduzir na inteligência e na vida da fé” (C.I.C. n.171).
“A família é a base da sociedade e o lugar onde as pessoas aprendem pela primeira vez os valores que os guiarão durante toda a vida”, dizia São João Paulo II.  O Papa Bento XVI, no Encontro Mundial das Famílias, em Valência, Espanha, afirmou que “esta é uma instituição insubstituível segundo os planos de Deus e cujo valor fundamental a Igreja não pode deixar de anunciar e promover, para que seja vivido sempre com sentido de responsabilidade e alegria”.
Naquele memorável encontro mundial das famílias, refletiu-se no tema “a transmissão da Fé na família”. “Nenhum homem se deu o ser a si mesmo nem adquiriu sozinho os conhecimentos elementares da vida. Todos recebemos de outros a vida e as verdades básicas para ela, e estamos chamados a alcançar a perfeição em relação e comunhão amorosa com os demais. A família, fundada no matrimônio indissolúvel entre um homem e uma mulher, expressa esta dimensão relacional, filial e comunitária, e é o âmbito no qual o homem pode nascer com dignidade, crescer e desenvolver-se de maneira integral”. E o Papa emérito corroborava seu ensinamento com os exemplos bíblicos de Ester e de São Paulo: “Ester confessa: ‘No seio da família, ouvi desde criança, Senhor, escolheste Israel entre todos os povos’ (4, 16). Paulo segue a tradição dos seus antepassados judeus prestando culto a Deus com consciência pura. Louva a fé sincera de Timóteo e recorda-lhe: ‘a tua fé, que se encontrava já na tua avó, Loide, e na tua mãe Eunice e que, estou seguro, se encontre também em ti’ (2 Tm 1, 5). Nestes testemunhos bíblicos a família compreende não só pais e filhos, mas também avós e antepassados. Assim, a família se nos apresenta como uma comunidade de gerações e garantia de um patrimônio de tradições”.
E o Papa Francisco nos recorda o quanto “é importante que os pais cultivem as práticas comuns de fé na família, que acompanhem o amadurecimento da fé dos filhos” (Carta Enc. Lumem Fidei, 53). E nos ensinou a rezar assim: “Sagrada Família de Nazaré, tornai também as nossas famílias lugares de comunhão e cenáculos de oração, escolas autênticas do Evangelho e pequenas Igrejas domésticas”.


FAMÍLIA, MISSÃO DE AMOR

      Teve início, com o dia dos pais, a Semana Nacional da Família, de 9 a 15 de agosto. O tema central deste ano é “O amor é a nossa missão: a família plenamente viva”. “A temática família perpassa o ano todo, sendo uma reflexão transversal de toda ação evangelizadora da Igreja. A escolha de uma semana especial sobre a família é justamente para a reflexão não ficar apenas no âmbito eclesial, mas se trata de uma oportunidade de oferecer também à sociedade o debate referente aos desafios da família”... “A Semana Nacional da Família é um evento que vem crescendo a cada ano. Ela acontece num contexto importante de agosto, mês vocacional. É um mês que faz referência às diferentes vocações como a vida consagrada, dos pais, religiosos” explica o Bispo de Osasco (SP) e presidente da Comissão para a Vida e a Família da CNBB, Dom João Bosco Barbosa.
       “A família é a base da sociedade e o lugar onde as pessoas aprendem pela primeira vez os valores que os guiarão durante toda a vida”, dizia São João Paulo II.  O Papa Bento XVI, no Encontro Mundial das Famílias, em Valência, Espanha, afirmou que “esta é uma instituição insubstituível segundo os planos de Deus e cujo valor fundamental a Igreja não pode deixar de anunciar e promover, para que seja vivido sempre com sentido de responsabilidade e alegria”.
      Naquele memorável encontro mundial das famílias, refletiu-se no tema “a transmissão da Fé na família”. “Nenhum homem se deu o ser a si mesmo nem adquiriu sozinho os conhecimentos elementares da vida. Todos recebemos de outros a vida e as verdades básicas para ela, e estamos chamados a alcançar a perfeição em relação e comunhão amorosa com os demais. A família, fundada no matrimônio indissolúvel entre um homem e uma mulher, expressa esta dimensão relacional, filial e comunitária, e é o âmbito no qual o homem pode nascer com dignidade, crescer e desenvolver-se de maneira integral”. E o Papa emérito corroborava seu ensinamento com os exemplos bíblicos de Ester e de São Paulo: “Ester confessa: ‘No seio da família, ouvi desde criança, Senhor, que escolheste Israel entre todos os povos’ (4, 16). Paulo segue a tradição dos seus antepassados judeus prestando culto a Deus com consciência pura. Louva a fé sincera de Timóteo e recorda-lhe: ‘a tua fé, que se encontrava já na tua avó, Loide, e na tua mãe Eunice e que, estou seguro, se encontra também em ti’ (2 Tm 1, 5). Nestes testemunhos bíblicos a família compreende não só pais e filhos, mas também avós e antepassados. Assim, a família se nos apresenta como uma comunidade de gerações e garantia de um patrimônio de tradições”.
      E o Papa Francisco nos recorda o quanto “é importante que os pais cultivem as práticas comuns de fé na família, que acompanhem o amadurecimento da fé dos filhos” (Carta Enc. Lumen Fidei, 53). E nos ensinou a rezar assim: “Sagrada Família de Nazaré, tornai também as nossas famílias lugares de comunhão e cenáculos de oração, escolas autênticas do Evangelho e pequenas Igrejas domésticas”.

FAMÍLIAS COMO COELHOS

          “É para se deplorar de modo particular a imprensa que, de tempos em tempos, volta sobre a questão (da família numerosa) com a intenção manifesta de lançar a confusão no espírito do povo simples e induzi-lo ao erro por documentações tendenciosas, por pesquisas discutíveis e mesmo por declarações falseadas deste ou aquele eclesiástico”. Assim dizia o Papa Pio XII, no seu discurso aos dirigentes e representantes das Associações de Famílias Numerosas, em 20 de janeiro de 1958.
A imprensa sensacionalista procurou ressaltar negativamente uma afirmação do Papa Francisco, na viagem de volta das Filipinas para Roma, em 18 de janeiro de 2015, pinçada do colóquio informal com os jornalistas no avião, sobre o número de filhos de uma família: “Alguns acham, desculpem-me pela palavra, que para ser bons católicos precisamos ser como coelhos. Não! Paternidade responsável. Isto é claro”.
Uma frase fora do contexto pode ser apenas um pretexto. Não se pode dizer tudo, toda a doutrina, em todos os lugares e em todas as afirmações,ao mesmo tempo. Há que se ver o conjunto. O conjunto  de que falo é toda a doutrina católica. Como na Bíblia. Citando frases fora do contexto e do conjunto, pode-se provar qualquer coisa. Pinçando frases e doutrinas, sem o conjunto, é que se fizeram as heresias.
            Antes da frase dos “coelhos”, o papa Francisco tinha dito: “A presença das famílias numerosas é uma esperança para a sociedade. O fato de termos irmãos e irmãs nos faz bem; os filhos e filhas de uma família numerosa são mais capazes de comunhão fraterna desde a primeira infância. Em um mundo marcado tantas vezes pelo egoísmo, a família numerosa é uma escola de solidariedade e de fraternidade, e estas atitudes se orientam depois em benefício de toda a sociedade” (28-XII-2014).
No avião, ele disse aos jornalistas: “A abertura à vida é a condição do sacramento do matrimônio, a ponto de que esse matrimônio é nulo caso se possa provar que ele ou ela se casou com a intenção de não estar aberto à vida. É causa de nulidade matrimonial. Isto não significa que o cristão tem que ter filhos em série. Isto é tentar a Deus. E alguns, talvez, não são prudentes nisto. Falamos de paternidade responsável. Esse é o caminho”.
Depois das interpretações erradas das suas palavras, o papa disse: “Dá consolação e esperança ver tantas famílias numerosas que acolhem os filhos como um verdadeiro dom de Deus. Eles sabem que cada filho é uma bênção. Escutei que as famílias com muitos filhos e o nascimento de muitos filhos estão entre as causas da pobreza. Acho uma opinião simplista. Eu posso dizer, todos podemos dizer, que a causa principal da pobreza é um sistema econômico que tirou a pessoa do centro e colocou o deus dinheiro, um sistema econômico que exclui, exclui sempre, exclui as crianças, os idosos, os jovens sem trabalho... e que cria a cultura do descarte em que vivemos. Nós nos acostumamos a ver pessoas sendo descartadas. Este é o motivo principal da pobreza, não as famílias numerosas” (21-I-2015) (Cf. ZENIT, 30/1/2015).


A SEMANA DA FAMÍLIA

        Teve início com o dia dos pais, a Semana Nacional da Família, de 10 a 16 de agosto. O tema deste ano é “A espiritualidade cristã na família: um casamento que dá certo”. “São gestos de espiritualidade que podem fazer a grande diferença na convivência dos esposos, no crescimento dos filhos na fé, na renovação da alegria pelo amor que se renova no dia a dia pelo dom da graça de Deus”, explica Dom João Carlos Petrini, Bispo de Camaçari (BA) e presidente da Comissão Episcopal para a Vida e a Família da CNBB.  
          A Igreja sempre deu enorme importância à família, tratando-a como “Igreja doméstica e santuário da fé, para nos introduzir na inteligência e na vida da fé” (C.I.C. n.171). da vida”, porque ambas nos transmitem a Fé: “tal como uma mãe ensina os seus filhos a falar e, dessa forma, a compreender e a comunicar, a Igreja, nossa Mãe, ensina-nos a linguagem
         “A família é a base da sociedade e o lugar onde as pessoas aprendem pela primeira vez os valores que os guiarão durante toda a vida”, dizia São João Paulo II.  O Papa Bento XVI, no Encontro Mundial das Famílias, em Valência, Espanha, afirmou que “esta é uma instituição insubstituível segundo os planos de Deus e cujo valor fundamental a Igreja não pode deixar de anunciar e promover, para que seja vivido sempre com sentido de responsabilidade e alegria”.
       Naquele memorável encontro mundial das famílias, refletiu-se no tema “a transmissão da Fé na família”. “Nenhum homem se deu o ser a si mesmo nem adquiriu sozinho os conhecimentos elementares da vida. Todos recebemos de outros a vida e as verdades básicas para ela, e estamos chamados a alcançar a perfeição em relação e comunhão amorosa com os demais. A família, fundada no matrimônio indissolúvel entre um homem e uma mulher, expressa esta dimensão relacional, filial e comunitária, e é o âmbito no qual o homem pode nascer com dignidade, crescer e desenvolver-se de maneira integral”. E o Papa emérito corroborava seu ensinamento com os exemplos bíblicos de Ester e de São Paulo: “Ester confessa: ‘No seio da família, ouvi desde criança, Senhor, escolheste Israel entre todos os povos’ (4, 16). Paulo segue a tradição dos seus antepassados judeus prestando culto a Deus com consciência pura. Louva a fé sincera de Timóteo e recorda-lhe: ‘a tua fé, que se encontrava já na tua avó, Loide, e na tua mãe Eunice e que, estou seguro, se encontre também em ti’ (2 Tm 1, 5). Nestes testemunhos bíblicos a família compreende não só pais e filhos, mas também avós e antepassados. Assim, a família se nos apresenta como uma comunidade de gerações e garantia de um patrimônio de tradições”.
       E o Papa Francisco nos recorda o quanto “é importante que os pais cultivem as práticas comuns de fé na família, que acompanhem o amadurecimento da fé dos filhos” (Carta Enc. Lumem Fidei, 53). E nos ensinou a rezar assim: “Sagrada Família de Nazaré, tornai também as nossas famílias lugares de comunhão e cenáculos de oração, escolas autênticas do Evangelho e pequenas Igrejas domésticas”.

NOTA DOUTRINAL

CONSIDERAÇÕES SOBRE OS PROJETOS DE RECONHECIMENTO LEGAL
DAS UNIÕES ENTRE PESSOAS HOMOSSEXUAIS (Trechos)

              O ensinamento da Igreja sobre o matrimônio e sobre a complementaridade dos sexos propõe uma verdade, evidenciada pela reta razão e reconhecida como tal por todas as grandes culturas do mundo. O matrimônio não é uma união qualquer entre pessoas humanas. Foi fundado pelo Criador, com uma sua natureza, propriedades essenciais e finalidades. Nenhuma ideologia pode cancelar do espírito humano a certeza de que só existe matrimônio entre duas pessoas de sexo diferente, que através da recíproca doação pessoal, que lhes é própria e exclusiva, tendem à comunhão das suas pessoas. Assim se aperfeiçoam mutuamente para colaborar com Deus na geração e educação de novas vidas.
Não existe nenhum fundamento para equiparar ou estabelecer analogias, mesmo remotas, entre as uniões homossexuais e o plano de Deus sobre o matrimónio e a família. O matrimônio é santo, ao passo que as relações homossexuais estão em contraste com a lei moral natural. Os atos homossexuais, de facto, « fecham o ato sexual ao dom da vida. Não são fruto de uma verdadeira complementaridade afetiva e sexual. Não se podem, de maneira nenhuma, aprovar  ».( Catecismo da Igreja Católica, n.2357)

É imperativo da consciência moral dar, em todas as ocasiões, testemunho da verdade moral integral, contra a qual se opõem tanto a aprovação das relações homossexuais como a injusta discriminação para com as pessoas homossexuais.

Em presença do reconhecimento legal das uniões homossexuais ou da equiparação legal das mesmas ao matrimônio, com acesso aos direitos próprios deste último, é um dever opor-se-lhe de modo claro e incisivo. Há que abster-se de qualquer forma de cooperação formal na promulgação ou aplicação de leis tão gravemente injustas e, na medida do possível, abster-se também da cooperação material no plano da aplicação. Nesta matéria, cada qual pode reivindicar o direito à objeção de consciência.

A legalização das uniões homossexuais acabaria, portanto, por ofuscar a percepção de alguns valores morais fundamentais e desvalorizar a instituição matrimonial.

Em defesa da legalização das uniões homossexuais não se pode invocar o princípio do respeito e da não discriminação de quem quer que seja. Uma distinção entre pessoas ou a negação de um reconhecimento ou de uma prestação social só são inaceitáveis quando contrárias à justiça. Não atribuir o estatuto social e jurídico de matrimônio a formas de vida que não são nem podem ser matrimoniais, não é contra a justiça; antes, é uma sua exigência.

Porque os casais matrimoniais têm a função de garantir a ordem das gerações e, portanto, são de relevante interesse público, o direito civil confere-lhes um reconhecimento institucional. As uniões homossexuais, invés, não exigem uma específica atenção por parte do ordenamento jurídico, porque não desempenham essa função em ordem ao bem comum.

Não é verdadeira a argumentação, segundo a qual, o reconhecimento legal das uniões homossexuais tornar-se-ia necessário para evitar que os conviventes homossexuais viessem a perder, pelo simples fato de conviverem, o efetivo reconhecimento dos direitos comuns que gozam enquanto pessoas e enquanto cidadãos. Na realidade, eles podem sempre recorrer – como todos os cidadãos e a partir da sua autonomia privada – ao direito comum para tutelar situações jurídicas de interesse recíproco. Constitui, porém, uma grave injustiça sacrificar o bem comum e o reto direito de família a pretexto de bens que podem e devem ser garantidos por vias não nocivas à generalidade do corpo social. (Deve, além disso, ter-se presente que existe sempre «  o perigo de uma legislação, que faça da homossexualidade uma base para garantir direitos, poder vir de facto a encorajar uma pessoa com tendências homossexuais a declarar a sua homossexualidade ou mesmo a procurar um parceiro para tirar proveito das disposições da lei  » (Congregação para a Doutrina da Fé, Algumas Considerações sobre a Resposta a propostas de lei em matéria de não discriminação das pessoas homossexuais, 24 de Julho de 1992, n. 14)).

No caso que se proponha pela primeira vez à Assembleia legislativa um projeto de lei favorável ao reconhecimento legal das uniões homossexuais, o parlamentar católico tem o dever moral de manifestar clara e publicamente o seu desacordo e votar contra esse projeto de lei. Conceder o sufrágio do próprio voto a um texto legislativo tão nocivo ao bem comum da sociedade é um ato gravemente imoral.

CONCLUSÃO: A Igreja ensina que o respeito para com as pessoas homossexuais não pode levar, de modo nenhum, à aprovação do comportamento homossexual ou ao reconhecimento legal das uniões homossexuais. O bem comum exige que as leis reconheçam, favoreçam e protejam a união matrimonial como base da família, célula primária da sociedade. Reconhecer legalmente as uniões homossexuais ou equipará-las ao matrimônio, significaria, não só aprovar um comportamento errado, com a consequência de convertê-lo num modelo para a sociedade atual, mas também ofuscar valores fundamentais que fazem parte do patrimônio comum da humanidade. A Igreja não pode abdicar de defender tais valores, para o bem dos homens e de toda a sociedade.


(Congregação para a Doutrina da Fé – 3 de junho de 2003 – Assinado pelo Cardeal Joseph Ratzinger, com a provação e ordem de publicar do Sumo Pontífice João Paulo II). 

FELIZ ANO NOVO DE PAZ!

            Em sua mensagem para a celebração do 47º Dia Mundial da Paz, hoje, o Papa Francisco toma como tema “Fraternidade, fundamento e caminho para a paz”.  Ele lembra que devemos ver nos outros não  “inimigos ou concorrentes, mas irmãos que devemos acolher e abraçar; sem tal consciência, torna-se impossível a construção duma sociedade justa, duma paz firme e duradoura. E a fraternidade se começa a aprender habitualmente no seio da família, graças, sobretudo, às funções responsáveis e complementares de todos os seus membros, mormente do pai e da mãe. A família é a fonte de toda a fraternidade, sendo por isso mesmo também o fundamento e o caminho primário para a paz, já que, por vocação, deveria contagiar o mundo com o seu amor”.
            Francisco lamenta a situação do mundo atual, “caracterizado pela globalização da indiferença, que lentamente nos faz habituar ao sofrimento alheio, fechando-nos a nós mesmos. Em muitas partes do mundo, parece não conhecer tréguas a grave lesão dos direitos humanos fundamentais, sobretudo dos direitos à vida e à liberdade de religião. Exemplo preocupante disso mesmo é o dramático fenômeno do tráfico de seres humanos, sobre cuja vida e desespero especulam pessoas sem escrúpulos. Às guerras feitas de confrontos armados juntam-se guerras menos visíveis, mas não menos cruéis, que se combatem nos campos econômico e financeiro com meios igualmente demolidores de vidas, de famílias, de empresas.”
“A globalização, como afirmou Bento XVI, torna-nos vizinhos, mas não nos faz irmãos. As inúmeras situações de desigualdade, pobreza e injustiça indicam não só uma profunda carência de fraternidade, mas também a ausência duma cultura de solidariedade. As novas ideologias, caracterizadas por generalizado individualismo, egocentrismo e consumismo materialista, debilitam os laços sociais, alimentando aquela mentalidade do «descartável» que induz ao desprezo e abandono dos mais fracos, daqueles que são considerados inúteis”.
“Surge espontaneamente a pergunta: poderão um dia os homens e as mulheres deste mundo corresponder plenamente ao anseio de fraternidade, gravado neles por Deus Pai? Conseguirão, meramente com as suas forças, vencer a indiferença, o egoísmo e o ódio, aceitar as legítimas diferenças que caracterizam os irmãos e as irmãs? Parafraseando as palavras do Senhor Jesus, poderemos sintetizar assim a resposta que Ele nos dá: dado que há um só Pai, que é Deus, vós sois todos irmãos (Mt 23, 8-9). A raiz da fraternidade está na paternidade de Deus”.
“A fraternidade humana foi regenerada em e por Jesus Cristo, com a sua morte e ressurreição. A cruz é o «lugar» definitivo de fundação da fraternidade que os homens, por si sós, não são capazes de gerar. Jesus Cristo, que assumiu a natureza humana para a redimir, amando o Pai até à morte e morte de cruz (cf. Fl 2, 8), por meio da sua ressurreição constitui-nos como humanidade nova, em plena comunhão com a vontade de Deus, com o seu projeto, que inclui a realização plena da vocação à fraternidade”.


A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA

             Nesta semana, de 11 a 17 de agosto, com início no dia dos pais, celebramos a Semana Nacional da Família, cujo tema este ano é: “A transmissão e educação da fé cristã na família”.
“A família é base da sociedade e o lugar onde as pessoas aprendem pela primeira vez os valores que os guiarão durante toda a vida", dizia o saudoso Papa João Paulo II. “Na medida em que a família cristã acolhe o Evangelho e amadurece na fé torna-se comunidade evangelizadora. A família, como a Igreja, deve ser um lugar onde se transmite o Evangelho e donde o Evangelho irradia. Portanto no interior de uma família consciente desta missão, todos os componentes evangelizam e são evangelizados... Tal família torna-se, então, evangelizadora de muitas outras famílias e do ambiente no qual está inserida” (Familiaris Consortio, 52).
             O Papa Bento XVI nos ensinava que “esta é uma instituição insubstituível, segundo os planos de Deus, e cujo valor fundamental a Igreja não pode deixar de anunciar e promover, para que seja vivido sempre com sentido de responsabilidade e alegria”.
Em sua mensagem especial para esta semana, o Santo Padre o Papa Francisco encoraja “os pais nessa nobre e exigente missão que possuem de serem os primeiros colaboradores de Deus na orientação fundamental da existência e a segurança de um bom futuro. Para isso, ‘é importante que os pais cultivem as práticas comuns de fé na família, que acompanhem o amadurecimento da fé dos filhos’ (Carta Enc. Lumem Fidei, 53). E o Papa volta a falar contra “a cultura do descartável”, hoje em voga, caminho para o aborto e para o desprezo dos idosos, lembrando aos pais que eles “são chamados a transmitir, tanto por palavras como, sobretudo, pelas obras, as verdades fundamentais sobre a vida e o amor humano, que recebem uma nova luz da Revelação de Deus. De modo particular, diante da cultura do descartável, que relativiza o valor da vida humana, os pais são chamados a transmitir aos seus filhos a consciência de que esta deva sempre ser defendida, já desde o ventre materno, reconhecendo ali um dom de Deus e garantia do futuro da humanidade, mas também na atenção aos mais velhos, especialmente aos avós, que são a memória viva de um povo e transmissores da sabedoria da vida”.  

Na JMJ, durante a oração do Angelus, no dia 26 de julho último, dia dos avós de Jesus, São Joaquim e Sant’Ana, o Papa Francisco já tinha lembrado a importância dos mais velhos: Olhando para o ambiente familiar, queria destacar uma coisa: hoje, na festa de São Joaquim e Sant’Ana, no Brasil como em outros países, se celebra a festa dos avós. Como os avós são importantes na vida da família, para comunicar o patrimônio de humanidade e de fé que é essencial para qualquer sociedade! E como é importante o encontro e o diálogo entre as gerações, principalmente dentro da família. O Documento de Aparecida nos recorda: ‘Crianças e anciãos constroem o futuro dos povos; as crianças porque levarão por adiante a história, os anciãos porque transmitem a experiência e a sabedoria de suas vidas’ (DAp 447). Esta relação, este diálogo entre as gerações é um tesouro que deve ser conservado e alimentado!”.