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UMA SOCIEDADE JUSTA



Estou em Portugal, Sintra, onde vim participar, a convite, como todos os anos, de um Congresso internacional para Bispos, este ano com a presença de 134 Bispos, incluídos 5 Cardeais, de 50 países, promovido pelo Acton Institute, instituição universitária americana voltada para estudos de economia e sociologia à luz da Doutrina social da Igreja. O congresso deste ano versa sobre: “Fé, Razão e a Sociedade Justa”.  
Faz parte também do Congresso uma peregrinação dos Bispos ao Santuário de Nossa Senhora em Fátima, onde rezarei por todas as nossas intenções diante dos graves problemas políticos, religiosos e morais da nossa sociedade brasileira e mundial.
            A Doutrina Social da Igreja, tratada nesse congresso, abarca todos os problemas da chamada “Justiça Social”. Eis o que nos ensina o seu Magistério, expresso no Catecismo da Igreja Católica:
            Sociedade Justa é aquela na qual se pratica a justiça social, ou seja, quando realiza as condições que permitem a todos, associações e cada membro seu, obter o que lhes é devido conforme sua natureza e sua vocação. A justiça social está ligada ao bem comum e ao exercício da autoridade (CIC 1928). Só se pode conseguir a justiça social no respeito à dignidade transcendente do homem. A pessoa representa o fim último da sociedade, que por sua vez lhe está ordenada. Nisso todos são responsáveis. E o respeito à pessoa humana implica que se respeitem os direitos que decorrem da sua dignidade de criatura de Deus. Esses direitos são anteriores à sociedade e se lhe impõem. São eles que fundam a legitimidade moral de toda autoridade. Sem esse respeito, uma autoridade só pode apoiar-se na força ou na violência para obter a obediência de seus súditos.
            O respeito pela pessoa humana passa pelo respeito deste princípio: “Que cada um respeite o próximo, sem exceção, como ‘outro eu’, levando em consideração antes de tudo sua vida e os meios necessários para mantê-la dignamente. Nenhuma lei seria capaz, por si só, de fazer desaparecer os temores, os preconceitos, as atitudes de orgulho e egoísmo que constituem obstáculos para o estabelecimento de sociedades verdadeiramente fraternas. Esses comportamentos só podem cessar com a caridade, que vê em cada homem um “próximo”, um irmão. O dever de tornar-se próximo do outro e servi-lo ativamente se torna ainda mais urgente quando este se acha mais carente, em qualquer setor que seja. “Todas as vezes que fizestes a um destes meus irmãos menores, a mim o fizestes”, disse Jesus (Mt 25, 40).
            Este mesmo dever se estende àqueles que pensam ou agem diferentemente de nós. A doutrina de Cristo vai até o ponto de exigir o perdão das ofensas. Estende o mandamento do amor, que é o da nova lei, a todos os inimigos. A libertação no espírito do Evangelho é incompatível com o ódio ao inimigo, como pessoa, mas não com o ódio ao mal que este pratica, como inimigo (cf. CIC 1928-1933).

                                                              

SOMOS PATRIOTAS

       Estamos na Semana da Pátria, porque no dia 7 comemoraremos a Independência do Brasil, o nascimento do nosso país como nação. Data especial para cultivarmos a virtude do patriotismo, dever e amor para com o nosso país, incluído no 4º Mandamento da Lei de Deus. 
        Jesus, nosso divino modelo, amava tanto sua pátria, que chorou sobre sua capital, Jerusalém, ao prever os castigos que sobre ela viriam, consequência da sua infidelidade aos dons de Deus. Não temos também motivos para chorar sobre nossa pátria amada? Nação que nasceu cristã, mas que anda esquecida dos valores cristãos legados pelos nossos missionários, presa de ideologias espúrias; povo nem sempre bem educado, nem sempre pacífico nem cortês e que não sabe escolher bem seus representantes; na política, corrupção, falta de honestidade, ética, honradez, com total desprezo das virtudes humanas e cristãs, necessárias ao bom convívio e à vida em sociedade. 
       Observando as redes sociais notamos a ausência total do respeito à opinião alheia, o ódio, a incitação à violência, a falta de humildade e modéstia, o desaparecimento da tolerância, do apreço pela verdade, o disseminar de calúnias, intrigas e suspeitas. Tudo isso se constitui no oposto às virtudes humanas e cristãs, que são a base da verdadeira civilização.  
      E as virtudes da honestidade, da não acepção de pessoas, da caridade desinteressada, do comedimento no falar, do respeito para com o próximo, do amor pela verdade, da convicção religiosa, da constância, da fidelidade nas promessas, do cumprimento da palavra dada? 
         Segundo Aristóteles, “o homem é por natureza um animal político, destinado a viver em sociedade” (Política, I, 1,9). Política vem do grego pólis, que significa cidade. E, continua Aristóteles, “toda a cidade é evidentemente uma associação, e toda a associação só se forma para algum bem, dado que os homens, sejam eles quais forem, tudo fazem para o fim do que lhes parece ser bom”. E Santo Tomás de Aquino cunhou o termo bem comum, ou bem público, que é o bem de toda a sociedade, dando-o como finalidade do Estado. “A comunidade política existe... em vista do bem comum; nele encontra a sua completa justificação e significado e dele deriva o seu direito natural e próprio. O bem comum compreende o conjunto das condições de vida social que permitem aos indivíduos, famílias e associações alcançar mais plena e facilmente a própria perfeição” (Gaudium et Spes, 74). Daí se conclui que a cidade – o Estado - exige um governo que a dirija para o bem comum. Não se pode separar a política da direção para o bem comum. Procurar o bem próprio na política é um contrassenso. 
        Como cristãos, nós sabemos que a base da moral e da ética é a lei de Deus, natural e positiva, traduzida na conduta pelo que se chama o santo temor de Deus ou a consciência reta e timorata. Uma vez perdido o santo temor de Deus, perde-se a retidão da consciência, que passa a ser regida pelas paixões. Uma vez abandonados os valores morais e os limites éticos, a sociedade fica ao sabor das paixões desordenadas do egoísmo, da ambição e da cobiça.

POLÍTICAS PÚBLICAS

     A Quaresma é tempo de conversão, oração e esmolas, como preparação para a Páscoa. A Igreja no Brasil, incentivando-nos a esses exercícios espirituais, convida-nos também a um gesto concreto na área social, através da Campanha da Fraternidade, que trata, este ano, das políticas públicas.
     Para não julgarem que a Igreja estaria se intrometendo em coisas próprias do Estado, o Papa Francisco explica: “Muito embora aquilo que se entende por política pública seja primordialmente uma responsabilidade do Estado cuja finalidade é garantir o bem comum dos cidadãos, todas as pessoas e instituições devem se sentir protagonistas das iniciativas e ações que promovam ‘o conjunto das condições de vida social que permitem aos indivíduos, famílias e associações alcançar mais plena e facilmente a própria perfeição’ (Gaudium et spes, 74)” (Papa Francisco – Mensagem para a CF desse ano).
     Segundo Aristóteles, Política é a ciência que tem por objeto a felicidade humana e divide-se em ética (que se preocupa com a felicidade individual do homem na “polis-cidade”) e na política propriamente dita (que se preocupa com a felicidade coletiva da “polis”). Santo Tomás de Aquino cunhou o termo bem comum, ou bem público, que é o bem de toda a sociedade, finalidade do Estado,  termo adotado pela Doutrina Social da Igreja, como sendo “o conjunto das condições da vida social que permitem, tanto aos grupos como a cada membro, alcançar mais plena e facilmente a própria perfeição” (Gaudium et Spes, n. 26). 
     Pode-se considerar o bem comum como a dimensão social e comunitária do bem moral. A dignidade da pessoa humana implica a busca do bem comum. O bem comum é um dever de todos os membros da sociedade: ninguém está isento de colaborar, segundo as próprias capacidades, em sua realização e desenvolvimento. Todos devem preocupar-se em criar e sustentar instituições que melhorem as condições da vida humana. O Reino de Deus é de todos e para todos, portanto sua construção é coletiva e deve envolver todos os seus destinatários. “Onde está o teu irmão? Por acaso eu sou responsável pelo meu irmão?” (cf Gn 4, 9). Ser indiferente ao sofrimento humano é responder a Deus com a mesma dureza de coração de Caim.
     Nesse sentido, o bem comum se equivale ao que chamamos “políticas públicas”, que são ações programadas para que todos os cidadãos possam ter vida digna. 
     É necessário que os leigos católicos não permaneçam indiferentes à vida pública, nem fechados nos seus templos, nem sequer esperem as diretrizes e as recomendações eclesiais para lutar a favor da justiça e de formas de vida mais humanas para todos”. (Francisco, 2017). “Ninguém pode exigir de nós que releguemos a religião para a intimidade secreta das pessoas, sem qualquer influência na vida social e nacional. Uma fé autêntica – que nunca é cômoda nem individualista – comporta sempre um desejo de mudar o mundo, transmitir valores, deixar a terra um pouco melhor depois da nossa passagem por ela” (Francisco, EG, n. 183)


TOLERÂNCIA E MAL MENOR

         No próximo dia 28 de abril, ocorrerão importantes eleições na Espanha e, devido às grandes repercussões na vida de todos os cidadãos e às graves consequências para toda a sociedade, a pedido de amigos espanhóis, escrevi umas ponderações, dando-lhes algumas pistas para que saibam se posicionar e escolher os melhores candidatos ou, se esses não existem ou não são viáveis, os menos maus entre os que são viáveis, os que possam fazer menos mal à sociedade. Como muitas vezes nós também nos encontramos nas mesmas situações, não só em eleições, mas em diversas ocasiões, trago citações de autoridades competentes e respeitáveis sobre a doutrina da tolerância e a possibilidade de se escolher um mal menor.
Recordo que “tolerância” vem do latim tolerare, suportar algo pesado, negativo ou mal, com o qual não concordamos, aturar. “A tolerância só existe com relação ao mal” (Santo Agostinho). Mal que não aprovamos, mas suportamos, em vista de um bem maior. “Dizemos que são toleradas as coisas que admitimos sem resistência, enquanto não podemos ou não devemos por graves razões proibir ou retirar, ainda que em nosso julgamento não possam ser aprovadas” (Cardeal Ottaviani). Tolerância é “a permissão negativa de um mal” (F. Cappello). Permissão negativa, por oposição à autorização positiva, ou seja, a que supõe uma aprovação. É assim que Deus tolera o mal. 
“... não se opõe a Igreja, entretanto, à tolerância por parte dos poderes públicos de algumas situações contrárias à verdade e à justiça para evitar um mal maior ou para adquirir ou conservar um maior bem. Deus mesmo, em sua providência, mesmo sendo infinitamente bom e todo-poderoso, permite, entretanto, a existência de alguns males no mundo, em parte para que não se impeçam maiores bens e em parte para que não se sigam maiores males (Santo Agostinho)” (Papa Leão XIII, Encíclica Libertas, 23).
“Votar é um dever. É compreensível que alguns se sintam inclinados a abster-se de emitir seu voto, quando comprovam que nenhum partido oferece o programa que eles desejariam. Embora nenhuma das ofertas políticas seja também plenamente conforme com o ideal evangélico, nem sequer com o ideal racional de uma ordem social plenamente justa, no entanto, umas o são mais e outras o são menos. É necessário fazer um esforço e optar pelo bem possível” (Conferência Episcopal Espanhola - Nota para as eleições de 2004). 
“Deus, embora seja onipotente e sumamente bom, permite que sucedam males no universo, podendo impedi-los, para que não sejam impedidos maiores bens ou para evitar males piores. De igual maneira, os que governam, na gestão humana, corretamente toleram alguns males para que não sejam impedidos outros bens ou para evitar males maiores” (Santo Tomás).
Em situações difíceis e perplexas, quando não se tem outra opção, escolher algo menos mal, para que seja excluído o pior, tem razão de bem. A intenção é em direção ao bem, o bem possível, e em evitar maiores males para a sociedade. 

A RAINHA DO BRASIL


         No próximo dia 12, celebraremos a Rainha e Padroeira do Brasil. Estaremos, pois, em prece pedindo sua proteção e bênção para o segundo turno das eleições, no difícil momento político e social por que passamos. Que Nossa Senhora Aparecida interceda junto de Deus para que essa eleição seja correta, pacífica e reformadora.
        Que o Brasil, que nasceu católico desde a sua descoberta, cujo primeiro monumento foi um altar e uma cruz, que teve como primeira cerimônia uma Missa, que tem essa Senhora Padroeira, mostre-se digno de tais origens e de tal Patrona, em suas instituições, suas leis, seus governantes, sua política, seus legisladores, sua população e seu modo de viver, na verdadeira justiça e caridade, na ordem e no verdadeiro progresso, na harmonia e no bem comum, na lei de Deus e na coerência com os princípios da fé cristã, base da nossa identidade pátria e princípio de toda a convivência honesta, solidária e pacífica.
        Graves males ameaçam a nossa pátria: a institucionalização do aborto (“nazismo de luvas brancas”, no dizer do Papa Francisco), a implantação da ideologia de gênero, a exaltação da prática do homossexualismo, a erotização da infância e da adolescência, a desconstrução da família natural, a implantação do socialismo e do comunismo, o abandono e a exploração dos pobres e miseráveis, a insegurança, o incentivo à criminalidade, a liberação das drogas e seus males, o desprezo da religião e suas trágicas consequências, etc, enfim, a destruição da civilização cristã e dos seus valores.
        Quando o nazismo e o comunismo, regimes totalitários, adversários no campo político, mas iguais na mesma luta contra a fé cristã, ameaçavam os povos, o primeiro com uma fé pagã e o segundo com o materialismo marxista, o Papa Pio XI escreveu, em 14 de março de 1937, a encíclica “Mit Brennender Sorge”, contra o Nazismo, que com o seu “provocador neopaganismo” instituía “leis que suprimem ou dificultam a profissão e a prática da fé, em oposição ao direito natural”, e em 19 de março do mesmo ano, escreveu a encíclica “Divini Redemptoris”, contra o comunismo ateu, onde repete as mesmas condenações dos seus antecessores, chamando o comunismo de “doutrina nefanda, contrária ao próprio direito natural, a qual, uma vez admitida, levaria à subversão radical dos direitos, das coisas, das propriedades de todos e da própria sociedade humana”, “peste mortífera, que invade a medula da sociedade humana e a conduz a um perigo extremo”. 
      E, referindo-se ao comunismo, Pio XI esperava que, “além de todos aqueles que se gloriam do nome de Cristo, se oponham também denodadamente todos quantos creem em Deus e o adoram, que são ainda a imensa maioria da humanidade’, apelando a eles para que também concorram “para afastar da humanidade o grande perigo que a todos ameaça”; “todos os que não querem a anarquia e o terror devem trabalhar energicamente para que os inimigos da religião não alcancem o fim que tão abertamente proclamam”. 

O TRABALHO DIGNIFICADO

      Hoje, dia 1º de maio, celebramos a festa de São José operário, patrono dos trabalhadores. Desejoso de ajudar os trabalhadores a santificar o seu dia, já mundialmente comemorado, o Papa Pio XII instituiu esta festa de São José, modelo do trabalhador. De origem nobre da Casa de Davi, ganhando a vida como simples carpinteiro, São José harmoniza bem a união de classes que deve existir em uma sociedade cristã.
         O trabalho é obra de Deus. Deus, ao criar o homem, colocou-o no jardim do Éden para nele trabalhar. O trabalho existe, portanto, antes do pecado. Depois deste, passou a ter a conotação de penitência, pois adquiriu uma nota de dificuldade e o necessário esforço para desempenhá-lo: “Comerás o pão com o suor do teu rosto” (Gn 3,19).
          Assim, o trabalho tem o aspecto natural necessário para o nosso sustento e o aspecto adicional de penitência, pois ele contraria nossa tendência, exacerbada pelo pecado, à preguiça e ao relaxamento. O trabalho é algo muito digno e nobre, seja ele qual for, desde que seja honesto e nos encaminhe para Deus, seu autor.
        O trabalho é também expressão do amor.  A expressão quotidiana deste amor na vida da Família de Nazaré é o trabalho. O texto evangélico especifica o tipo de trabalho mediante o qual José procurava garantir a sustentação da Família: o trabalho de carpinteiro. Esta simples palavra envolve toda a extensão da vida de José. Para Jesus este período abrange os anos da vida oculta, de que fala o Evangelista, a seguir ao episódio que sucedeu no templo: “Depois, desceu com eles para Nazaré e era-lhes submisso” (Lc 2, 51). Esta submissão, ou seja, a obediência de Jesus na casa de Nazaré é entendida também como participação no trabalho de José. Aquele que era designado como o ‘filho do carpinteiro’, tinha aprendido o ofício de seu ‘pai’ adotivo. Se a Família de Nazaré, na ordem da salvação e da santidade, é exemplo e modelo para as famílias humanas, é-o analogamente também o trabalho de Jesus ao lado de José carpinteiro. Na nossa época, a Igreja pôs em realce isto mesmo, também com a memória de São José Operário, fixada no primeiro de maio. O trabalho humano, em particular o trabalho manual, tem no Evangelho uma acentuação especial. Juntamente com a humanidade do Filho de Deus, ele foi acolhido no mistério da Encarnação, como também foi redimido de maneira particular. Graças ao seu banco de trabalho, junto do qual exercitava o próprio ofício juntamente com Jesus, José aproximou o trabalho humano do mistério da Redenção” (S. João Paulo II, Ex. Apost. Redemptoris Custos). 
        Para uma sadia economia, são necessários o trabalho e o capital, como ensina o Papa Leão XIII na sua clássica formulação: “Elas (as duas classes – a dos detentores do capital e a dos que oferecem a mão-de-obra) têm imperiosa necessidade uma da outra: não pode haver capital sem trabalho, nem trabalho sem capital” (Rerum Novarum 28). E fundamenta o “direito de propriedade mobiliária e imobiliária” (incluídos os bens de produção) no fato de ela, a propriedade, nada mais ser do que “o salário transformado” (Rerum Novarum 9). 

A RELIGIÃO NA ESCOLA


     Quando, nos EEUU, se promulgou a primeira lei compulsória sobre a educação pública, o “Boston’s Catholic Newspaper” assim comentou: “A própria compreensão do mundo, e desse modo uma educação acertada, é aquela centrada em torno de Deus. Qualquer outra coisa leva ao ateísmo ou à rejeição de Deus”. [...] As crianças são, em primeiro lugar, da responsabilidade de seus pais. A família é a ‘célula vital’ da sociedade. É anterior ao Estado, tanto cronológica quanto ontologicamente. O Estado pode oferecer ajuda à família, mas nunca suplantar sua estrutura básica ou integridade”. 
        Para a doutrina moral católica, a sadia laicidade, entendida como autonomia da esfera civil e política da religiosa e eclesiástica – mas não da moral – é um valor adquirido e reconhecido pela Igreja, no mundo atual. “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”, ensinou Jesus (Mt 22, 21). César não pode se intrometer nas coisas de Deus, nem a religião ditar normas que pertencem a César (o Estado). Mas César também tem deveres para com Deus, que lhe é superior. O Estado brasileiro é leigo e, por isso, não pode se intrometer no conteúdo da religião. Mas não é ateu, por isso não pode propagar o ateísmo ou a irreligião, que também são formas de religião. Deve sim oferecer às famílias, para auxiliá-las, o ensino religioso em suas escolas, sendo o conteúdo da alçada das autoridades religiosas de cada religião. Assim, a Constituição Federal do Brasil (art. 19) proíbe ao Estado, que é laico, estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvenciona-los, embaraçar-lhes o funcionamento, etc, mas, por não ser ateu, estabelece (art. 210 §1º) que “o ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental”. 
        Por respeitar a Deus – e a Constituição Federal declara explicitamente, no seu Preâmbulo, que é promulgada “sob a proteção de Deus” – o Estado brasileiro ordena o ensino religioso nas escolas públicas. Por ser laico, e respeitar os ateus, a lei declara que a matrícula é facultativa. Por ser laico também, e não ter competência em matéria religiosa, o Supremo Tribunal Federal decidiu acertadamente que o Ensino Religioso nas escolas públicas deve ser confessional e plural, ou seja, o conteúdo do Ensino Religioso é da competência das autoridades religiosas dos diversos credos credenciados e não do Estado. Aos pais dos menores compete decidir se querem e qual o ensino religioso desejam para seus filhos. É confessional e plural, por seguir as normas de cada religião existente. Não é ensino religioso sincrético, ou sincretismo religioso, uma mistura de religiões, porque essa religião não existe. 
        Há que se notar a diferença entre ensino religioso e catequese. Esta se faz nas Igrejas, endereçada à vida cristã e à participação na vida da comunidade paroquial. Ensino religioso, que se faz na escola, é a instrução religiosa básica da fé e da moral, especialmente dos valores humanos e cristãos, as virtudes a praticar, os vícios a evitar e a dignidade da pessoa humana, sem proselitismo nem opressão das consciências. 

A PÁTRIA E O POVO

              Amanhã, dia da Pátria, é dia de cultivarmos a virtude do patriotismo, dever e amor para com o nosso país, incluído no quarto Mandamento da Lei de Deus. Jesus, nosso divino modelo, amava tanto sua pátria, que chorou sobre sua capital, Jerusalém, ao prever os castigos que sobre ela viriam, consequência da sua infidelidade aos dons de Deus. É tempo oportuno, pois, para refletirmos sobre a nação, na qual vivemos e da qual esperamos o nosso bem comum. Será que também não devemos chorar sobre nossa pátria amada, ao vermos, na política, tanta corrupção, falta de honestidade, ética, honradez, com total desprezo das virtudes humanas e cristãs, dos pequenos e dos grandes?  E, como se diz, o povo tem o governo que merece, não será sobre o povo brasileiro que devemos chorar?
  “Estamos perdidos há muito tempo... O país perdeu a inteligência e a consciência moral. Os costumes estão dissolvidos, as consciências em debandada. Os caracteres corrompidos. A prática da vida tem por única direção a conveniência. Não há princípio que não seja desmentido. Não há instituição que não seja escarnecida. Ninguém se respeita... Ninguém crê na honestidade dos homens públicos... A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia. O povo está na miséria. Os serviços públicos são abandonados a uma rotina dormente. O Estado é considerado na sua ação fiscal como um ladrão e tratado como um inimigo. A certeza deste rebaixamento invadiu todas as consciências. Diz-se por toda a parte, o país está perdido! Algum opositor do atual governo? Não!”(Eça de Queirós, ano 1871).  
Segundo Aristóteles, “o homem é por natureza um animal político, destinado a viver em sociedade” (Política, I, 1,9). Política vem do grego pólis, que significa cidade. E, continua Aristóteles, “toda a cidade é evidentemente uma associação, e toda a associação só se forma para algum bem, dado que os homens, sejam eles quais forem, tudo fazem para o fim do que lhes parece ser bom”. E Santo Tomás de Aquino cunhou o termo bem comum, ou bem público, que é o bem de toda a sociedade, dando-o como finalidade do Estado. “A comunidade política existe... em vista do bem comum; nele encontra a sua completa justificação e significado e dele deriva o seu direito natural e próprio. O bem comum compreende o conjunto das condições de vida social que permitem aos indivíduos, famílias e associações alcançar mais plena e facilmente a própria perfeição” (Gaudium et Spes, 74). Daí se conclui que a cidade – o Estado - exige um governo que a dirija para o bem comum. Não se pode separar a política da direção para o bem comum. Procurar o bem próprio na política é um contrassenso.
Como cristãos, nós sabemos que a base da moral e da ética é a lei de Deus, natural e positiva, traduzida na conduta pelo que se chama o santo temor de Deus ou a consciência reta e timorata. Uma vez perdido o santo temor de Deus, perde-se a retidão da consciência, que passa a ser regida pelas paixões. Uma vez abandonados os valores morais e os limites éticos, a sociedade fica ao sabor das paixões desordenadas do egoísmo, da ambição e da cobiça.

A FAMÍLIA E A SOCIEDADE

         Teve início com o dia dos pais, a Semana Nacional da Família, de 13 a 19 de agosto. O tema deste ano é “Família, uma luz para vida em sociedade”. Se houver uma verdadeira renovação da família, célula da sociedade, todo o corpo social se renovará. É lá que tudo começa. Ali é o lugar do cultivo dos valores humanos e cristãos. Ali se aprendem o respeito, a mútua convivência, a fraternidade, o senso de hierarquia, a responsabilidade pelos próprios atos, o correto uso da liberdade, a disciplina, o amor, que se refletirão na vida em sociedade.
A Igreja sempre deu enorme importância à família, tratando-a como “Igreja doméstica e santuário da vida”, porque ambas nos transmitem a Fé: “tal como uma mãe ensina os seus filhos a falar e, dessa forma, a compreender e a comunicar, a Igreja, nossa Mãe, ensina-nos a linguagem da fé, para nos introduzir na inteligência e na vida da fé” (C.I.C. n.171).
“A família é a base da sociedade e o lugar onde as pessoas aprendem pela primeira vez os valores que os guiarão durante toda a vida”, dizia São João Paulo II.  O Papa Bento XVI, no Encontro Mundial das Famílias, em Valência, Espanha, afirmou que “esta é uma instituição insubstituível segundo os planos de Deus e cujo valor fundamental a Igreja não pode deixar de anunciar e promover, para que seja vivido sempre com sentido de responsabilidade e alegria”.
Naquele memorável encontro mundial das famílias, refletiu-se no tema “a transmissão da Fé na família”. “Nenhum homem se deu o ser a si mesmo nem adquiriu sozinho os conhecimentos elementares da vida. Todos recebemos de outros a vida e as verdades básicas para ela, e estamos chamados a alcançar a perfeição em relação e comunhão amorosa com os demais. A família, fundada no matrimônio indissolúvel entre um homem e uma mulher, expressa esta dimensão relacional, filial e comunitária, e é o âmbito no qual o homem pode nascer com dignidade, crescer e desenvolver-se de maneira integral”. E o Papa emérito corroborava seu ensinamento com os exemplos bíblicos de Ester e de São Paulo: “Ester confessa: ‘No seio da família, ouvi desde criança, Senhor, escolheste Israel entre todos os povos’ (4, 16). Paulo segue a tradição dos seus antepassados judeus prestando culto a Deus com consciência pura. Louva a fé sincera de Timóteo e recorda-lhe: ‘a tua fé, que se encontrava já na tua avó, Loide, e na tua mãe Eunice e que, estou seguro, se encontre também em ti’ (2 Tm 1, 5). Nestes testemunhos bíblicos a família compreende não só pais e filhos, mas também avós e antepassados. Assim, a família se nos apresenta como uma comunidade de gerações e garantia de um patrimônio de tradições”.
E o Papa Francisco nos recorda o quanto “é importante que os pais cultivem as práticas comuns de fé na família, que acompanhem o amadurecimento da fé dos filhos” (Carta Enc. Lumem Fidei, 53). E nos ensinou a rezar assim: “Sagrada Família de Nazaré, tornai também as nossas famílias lugares de comunhão e cenáculos de oração, escolas autênticas do Evangelho e pequenas Igrejas domésticas”.


AS OLIMPÍADAS

         Os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro são uma ocasião para nossa reflexão sobre os valores cristãos de disciplina, fraternidade, paz e reconciliação do mundo, através dos esportes.
          São Paulo Apóstolo escrevendo aos Coríntios, familiarizados com os jogos olímpicos, partilhou a admiração desses povos helenos pelas proezas dos atletas nos estádios, tirando do seu exemplo lições para a nossa vida espiritual (cf. 1 Cor 9, 24-25).
A religião não é alheia ao esporte e a Igreja sempre apoiou o desporto sadio. A finalidade do verdadeiro esporte é tornar o corpo são e dócil para que paralelamente a alma possa se robustecer e enobrecer. Na alta Idade Média, a verdadeira e não a falsa que muitas vezes historiadores superficiais tentam nos impingir, houve uma florescência ideal do verdadeiro desporto cristão. O Barão Pedro de Coubertin, renovador dos Jogos Olímpicos da atualidade, cuja iniciativa foi encorajada pelo Papa São Pio X, assim escreve: “A Idade Média conheceu um espírito desportivo de intensidade e vigor provavelmente superiores aos que conheceu a própria antiguidade grega”. Ele atribui isso à influência primordial da religião que criou uma atmosfera das mais favoráveis à eclosão e desenvolvimento do espírito cavalheiresco que consiste na “lealdade praticada sem hesitação” (Pierre de Coubertin, La Pédagogie Sportive). O cristianismo tem, pois, grande influência no jogo limpo, no “fair-play”.
“As Olimpíadas são o maior acontecimento esportivo mundial, nas quais participam atletas de muitas nações, revestindo-se assim de um alto valor simbólico. É por isso que a Igreja católica as olha com uma simpatia e atenção particulares”. Ele convidou os católicos a rezar para que “segundo a vontade de Deus, os Jogos de Londres sejam uma verdadeira experiência de fraternidade entre os povos da Terra”. “Eu dirijo minhas saudações aos organizadores, aos atletas e aos expectadores, e eu rezo para que, no espírito da trégua olímpica, a boa vontade gerada por este acontecimento esportivo internacional traga frutos, promovendo a paz e a reconciliação no mundo” (Bento XVI, no Ângelus de 22/7/2012, falando sobre os Jogos Olímpicos de Londres).
         “As potencialidades do fenômeno desportivo tornam-no instrumento significativo para o desenvolvimento global da pessoa e fator muito útil para a construção de uma sociedade mais humana. O sentido de fraternidade, a magnanimidade, a honestidade e o respeito pelo corpo — sem dúvida virtudes indispensáveis para todos os bons atletas — contribuem para a edificação de uma sociedade civil na qual o ‘agonismo’ substitua o antagonismo, o encontro prevaleça sobre a competição e o confronto leal sobre a contraposição vingativa. Entendido desta maneira, o desporto não é um fim, mas um meio; pode tornar-se veículo de civilização e distração genuína, estimulando a pessoa a pôr em campo o melhor de si e a evitar o que pode ser perigoso ou de grave prejuízo para si mesmo e para os outros” (Bento XVI, por ocasião do campeonato europeu de futebol, citando São João Paulo II). 

FAMÍLIA, MISSÃO DE AMOR

      Teve início, com o dia dos pais, a Semana Nacional da Família, de 9 a 15 de agosto. O tema central deste ano é “O amor é a nossa missão: a família plenamente viva”. “A temática família perpassa o ano todo, sendo uma reflexão transversal de toda ação evangelizadora da Igreja. A escolha de uma semana especial sobre a família é justamente para a reflexão não ficar apenas no âmbito eclesial, mas se trata de uma oportunidade de oferecer também à sociedade o debate referente aos desafios da família”... “A Semana Nacional da Família é um evento que vem crescendo a cada ano. Ela acontece num contexto importante de agosto, mês vocacional. É um mês que faz referência às diferentes vocações como a vida consagrada, dos pais, religiosos” explica o Bispo de Osasco (SP) e presidente da Comissão para a Vida e a Família da CNBB, Dom João Bosco Barbosa.
       “A família é a base da sociedade e o lugar onde as pessoas aprendem pela primeira vez os valores que os guiarão durante toda a vida”, dizia São João Paulo II.  O Papa Bento XVI, no Encontro Mundial das Famílias, em Valência, Espanha, afirmou que “esta é uma instituição insubstituível segundo os planos de Deus e cujo valor fundamental a Igreja não pode deixar de anunciar e promover, para que seja vivido sempre com sentido de responsabilidade e alegria”.
      Naquele memorável encontro mundial das famílias, refletiu-se no tema “a transmissão da Fé na família”. “Nenhum homem se deu o ser a si mesmo nem adquiriu sozinho os conhecimentos elementares da vida. Todos recebemos de outros a vida e as verdades básicas para ela, e estamos chamados a alcançar a perfeição em relação e comunhão amorosa com os demais. A família, fundada no matrimônio indissolúvel entre um homem e uma mulher, expressa esta dimensão relacional, filial e comunitária, e é o âmbito no qual o homem pode nascer com dignidade, crescer e desenvolver-se de maneira integral”. E o Papa emérito corroborava seu ensinamento com os exemplos bíblicos de Ester e de São Paulo: “Ester confessa: ‘No seio da família, ouvi desde criança, Senhor, que escolheste Israel entre todos os povos’ (4, 16). Paulo segue a tradição dos seus antepassados judeus prestando culto a Deus com consciência pura. Louva a fé sincera de Timóteo e recorda-lhe: ‘a tua fé, que se encontrava já na tua avó, Loide, e na tua mãe Eunice e que, estou seguro, se encontra também em ti’ (2 Tm 1, 5). Nestes testemunhos bíblicos a família compreende não só pais e filhos, mas também avós e antepassados. Assim, a família se nos apresenta como uma comunidade de gerações e garantia de um patrimônio de tradições”.
      E o Papa Francisco nos recorda o quanto “é importante que os pais cultivem as práticas comuns de fé na família, que acompanhem o amadurecimento da fé dos filhos” (Carta Enc. Lumen Fidei, 53). E nos ensinou a rezar assim: “Sagrada Família de Nazaré, tornai também as nossas famílias lugares de comunhão e cenáculos de oração, escolas autênticas do Evangelho e pequenas Igrejas domésticas”.

A AMBIÇÃO DO PODER E O PODER DA AMBIÇÃO

         O lema da Campanha da Fraternidade desse ano – “Eu vim para servir” - foi tirado do discurso de Jesus sobre o modo de mandar, liderar e chefiar que ele desejava fosse adotado na sua Igreja: “Sabeis que os que são considerados chefes das nações as dominam e os seus grandes fazem sentir seu poder. Entre vós não deve ser assim. Quem quiser ser o maior entre vós seja aquele que vos serve, e quem quiser ser o primeiro entre vós seja o escravo de todos. Pois o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida em resgate por muitos” (Mc 10, 42-45).
       Jesus não está negando o poder que deve haver na hierarquia da sua Igreja, mas explicando o modo de exercê-lo. A modo de serviço. Servir, em latim, é “ministrare”. Daí vem a palavra “ministro”, aquele que serve. O sacerdote é ministro, servidor dos fiéis, o Bispo, ministro para os seus sacerdotes, isto é, servidor, e o Papa, desde tempos imemoriais, assina “servus servorum Dei”, servo dos servos de Deus. E Jesus nos deu o exemplo: “Sendo Deus por natureza, não se apegou ao ser igual a Deus, mas despojou-se, assumindo a forma de escravo” (Fl 2, 6-7). E São Paulo pede que tenhamos esse mesmo sentir e pensar.
       Concomitante com a ambição do poder, existe a ambição de possuir. Infelizmente, nos ambientes religiosos, tem sido cultivada a teologia da prosperidade, que propaga a falsa ideia de que ser rico e próspero é ser abençoado por Deus, ser pobre é ser por ele amaldiçoado. A prosperidade é apresentada como prova de fidelidade a Deus. A Fé se torna um instrumento para se obter saúde, riqueza, sucesso e poder terrenos. Os males, as doenças a pobreza são produtos do Diabo. Deturpando, pois, o sentido verdadeiramente evangélico, essa teologia da prosperidade cultiva o individualismo e o interesse próprio, o oposto do verdadeiro cristianismo.
             Erradamente, reforçam sua tese dizendo que temos que viver como “filhos do Rei”, isto é, na prosperidade material. Transforma-se assim a religião em puro materialismo, falsamente baseado na Sagrada Escritura. É claro que não faltam citações que corroborem essa tese, mas todas do Antigo Testamento, não do Novo, que é a plenitude da Revelação.
            Jesus, o verdadeiro filho do Rei, Rei ele mesmo, veio “para servir”. Nasceu pobrezinho numa manjedoura em Belém, viveu humilde e pobre em Nazaré, numa família simples. Na sua vida pública, viveu sem bens materiais: “As raposas têm tocas e os pássaros do céu têm ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde repousar a cabeça” (Mt 8, 20). “Não podeis servir a Deus e ao dinheiro” (Mt 6, 24). “Em verdade vos digo, dificilmente um rico entrará no Reino dos Céus. E digo ainda: é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha, do que um rico entrar no Reino de Deus” (Mt 19, 20).
        Não é condenável possuir riquezas, desde que honestamente.  O direito de propriedade é defendido por lei divina (7º Mandamento). Mas “sobre toda propriedade particular pesa sempre uma hipoteca social, para que os bens sirvam ao destino geral que Deus lhes deu” (São João Paulo II, 29-1-1979), ou seja, se se tem dinheiro é preciso usá-lo para o bem do próximo e da sociedade.  O que é reprovável é a desenfreada busca do dinheiro e a ambição de ficar rico. “A raiz de todos os males é o amor ao dinheiro. Por se terem entregue a ele, alguns se desviaram da fé e se afligem com inúmeros sofrimentos” (1Tm 6, 10). E, pior, querer usar da religião como meio de se enriquecer e prosperar.

 É uma visão, portanto, deturpada do cristianismo a teologia da prosperidade, com sua visão individualista e materialista, instrumentalizando a religião para benefício material próprio. O resumo da mensagem cristã é: “Não temos aqui cidade permanente, mas estamos à procura daquela está para vir” (Hb 13, 14).