Amanhã celebraremos o Santíssimo Salvador, padroeiro
da cidade e da Diocese de Campos. "Feliz a nação cujo Deus é o Senhor”,
reza o Salmo 32. O Santíssimo Salvador, não é um santo, como se poderia pensar
quando o povo fala em São Salvador, mas é o próprio Jesus Cristo, o Filho de
Deus feito homem, enquanto considerado como nosso Redentor, aquele que pagou o
nosso resgate, morrendo por nós na cruz, salvando-nos da eterna condenação.
O pecado original do primeiro homem foi exatamente não
reconhecer a Deus como seu Senhor, querendo ele mesmo ser o senhor do bem e do
mal. Jesus, Senhor e Deus como o Pai, feito homem pela nossa salvação, o novo
Adão, veio nos ensinar a reconhecer a Deus como Nosso Senhor. Por isso ele é o
nosso Salvador.
O grande dogma do “povo da primitiva aliança”, na
introdução aos Mandamentos, começa com as palavras: “Ouve, Israel! O SENHOR nosso Deus é o único SENHOR” (Dt 6,4).
Obedecemos a Deus porque o reconhecemos como o Senhor. Essa é a primeira oração
que uma criança judia aprende e é parte integral do culto de Israel. É uma profissão
de fé, expressão da convicção da soberania de Deus. Jesus, o Salvador, que
muitas vezes repetiu essa profissão de fé, veio ensinar esse caminho da
humildade, fazendo-se Ele mesmo obediente até à morte.
O Papa São João Paulo II, na sua exortação apostólica “Ecclesia in
Europa”, nos apontava Jesus Cristo como fundamento único e indefectível da
verdadeira esperança, num mundo que, esquecido de sua herança cristã, mergulha
no agnosticismo prático e no indiferentismo religioso, no nihilismo filosófico,
no relativismo gnoseológico, moral e jurídico, no pragmatismo e hedonismo
cínico na configuração da vida quotidiana, que constituem a apostasia
silenciosa do homem saciado que vive como se Deus não existisse.
O mesmo nos ensinava o Papa Bento XVI: “Não tenhais medo de Cristo! Ele
não tira nada, ele dá tudo. Quem se doa por Ele, recebe o cêntuplo. Sim, abri de
par em par as portas a Cristo e encontrareis a vida verdadeira. Quem faz entrar
Cristo, nada perde, nada absolutamente nada daquilo que torna a vida livre,
bela e grande. Só nesta amizade se abrem de par em par as portas da vida. Só
nesta amizade se abrem realmente as grandes potencialidades da condição humana.
Só nesta amizade experimentamos o que é belo e o que liberta” (24/4/2005).
Esse é o nosso tesouro. “Não tenho ouro nem prata, mas trago o que de
mais precioso me foi dado: Jesus Cristo!” (Papa Francisco, na chegada ao Rio,
JMJ).