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UM TESTAMENTO DOLOROSO



“Eu sou um velho de quase 80 anos, já próximo de terminar a minha jornada. Olhando para o passado, reconheço que em minha juventude trilhei um caminho falso, o do mal, que me conduziu à perdição”.
“Pela imprensa, pelos espetáculos e pelos maus exemplos, vi que a maior parte dos jovens seguiam esse caminho sem pensar. Nem eu me preocupava com isso. Pessoas crentes e praticantes, eu as tinha perto de mim; obcecado, porém, por uma força bruta que me empurrava para o mal caminho, não lhes dava importância”.
“Aos 20 anos cometi um crime passional, de que agora tenho horror só ao recordá-lo. Maria Goretti, agora santa, foi o anjo bom que a Providência colocou no meu caminho para me salvar. Ainda tenho impressas em meu coração suas palavras de reprovação e perdão. Rogou por mim, intercedeu por seu assassino”.
“Seguiram 30 anos de prisão. Se não fosse menor de idade teriam me condenado à prisão perpétua. Aceitei a sentença merecida e expiei resignado minha culpa. A pequena Maria foi minha luz, minha protetora. Com sua ajuda, comportei-me bem na prisão e tratei de viver honestamente, quando a sociedade me acolheu de novo”.
“Os filhos de São Francisco, os Frades Menores Capuchinhos delle Marche, me receberam com caridade seráfica, não como um criado, senão como um irmão, e com eles estou há 24 anos. Agora espero sereno o momento de ser admitido à visão de Deus, de abraçar de novo meus entes queridos, de estar perto de meu anjo protetor e de sua mãe Assunta”.
“Eu gostaria que os que lessem esta carta aprendessem a fugir do mal e a fazer sempre o bem. Pensassem desde crianças que a religião, com seus preceitos, não é algo de que se possa prescindir, senão o verdadeiro alento, o único caminho seguro em todas as circunstâncias da vida, até as mais dolorosas. Paz e bem”.
Esse foi o testamento espiritual de Alessandro Serenelli, o assassino de Santa Maria Goretti, a santa Inês do século XX, morta barbaramente aos 11 anos de idade, porque preferiu morrer do que ofender a Deus, no dia 6 de julho de 1902, dia em que celebramos a sua memória.
E ele acrescentou: “Peço perdão ao mundo pelo ultraje feito à Mártir Maria Goretti e à pureza. Exorto a todos a se manterem afastados dos espetáculos imorais, dos perigos, das ocasiões que podem conduzir ao pecado” (extraído do livro “O punhal de tantos remorsos”, vida de Alessandro Serenelli).
“Santa Maria Goretti pertence para sempre ao exército das virgens e não quis perder, por nenhum preço, a dignidade e a inviolabilidade do seu corpo, templo do Espírito Santo... Ela é um fruto maduro do lar cristão, onde se reza, onde se educam os filhos no temor de Deus e na obediência aos pais. Que o nosso debilitado mundo aprenda a honrar e a imitar a invencível fortaleza desta jovem virgem” (Papa Pio XII).
                                                                                                                                                                  

A CONQUISTA DA JUVENTUDE


No século XIX, um menino pobre, órfão de pai aos dois anos, que recebeu uma forte educação humana e cristã de sua mãe, Margarida, mulher simples, sem estudos, mas de muita fé, tornou-se o maior educador daquele século e modelo de todos os educadores. Estamos falando do grande São João Bosco, cuja festa celebraremos dia 31, com os seus filhos salesianos.
            Estamos em Turim, Itália, na época do começo da industrialização, com o problema decorrente da imigração juvenil. Inundada de jovens procurando emprego, que nem sempre conseguiam, essa cidade oferecia ocasião para muitas desordens e perigos para essa juventude. É nesse contexto que entra em ação o Padre João Bosco, Dom Bosco, como se chamam os padres na Itália, como hábil organizador de iniciativas, implantando um fantástico sistema educacional que mais tarde se chamaria “sistema preventivo”, fundado na razão, na religião e na amabilidade. E assim ele conquistou a juventude.
            Seu sistema de educação consistia em prevenir as quedas, em tirar os jovens das ocasiões de pecado. Vigilância, palavrinha de conselho ao ouvido de cada um, compreensão, amabilidade e amor no trato com os jovens, vida pessoal de oração e uso dos sacramentos da Igreja, eram os seus instrumentos didáticos e pedagógicos. E todos o amavam e procuravam imitar. Não seria esse o melhor método para educar a nossa juventude tão desnorteada hoje?!
            Enfrentando ataques violentos dos anticlericais, ele implantou o oratório festivo de Valdocco, enriqueceu-o de laboratórios artesanais e profissionais, com escolas de artes e ofícios para jovens trabalhadores e com escolas humanísticas para os jovens encaminhados ao sacerdócio. Em pouco tempo, já havia oitocentos jovens, provenientes das camadas populares da Itália. E sua obra se espalhou por todo o mundo.
            Para assegurar o futuro de sua obra, fundou a Pia Sociedade de São Francisco de Sales, os Salesianos, e, com a ajuda da Irmã Maria Mazzarello, o Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora, das quais temos ilustres representantes em nossa cidade, dedicados à educação dos jovens. A eles e a elas a nossa homenagem e imensa gratidão.
            São João Bosco foi considerado o novo São Vicente de Paulo, pela sua dedicação aos mais carentes. Foi grande escritor de livros populares, sobretudo para os jovens.
            Esse grande apóstolo da juventude, exemplo para todos os educadores, faleceu santamente em 31 de janeiro de 1888. Foi proclamado pelo Papa João Paulo II “pai e mestre dos jovens”. Que São João Bosco proteja a nossa juventude!

A JORNADA MUNDIAL

                    Esta semana realiza-se no Rio de Janeiro a XXVIII Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que tem como lema “Ide e fazei discípulos entre todas as nações” (Mt 28, 19). As JMJs tiveram sua origem nos grandes encontros com os jovens celebrados pelo Papa João Paulo II em Roma, em 1984 e 1985, que foi declarado Ano Internacional da Juventude pelas Nações Unidas.
            A JMJ caracteriza-se como uma peregrinação: jovens do mundo inteiro estarão acorrendo ao “Santuário Mundial da Juventude” para o encontro com Cristo juntamente com o primeiro peregrino, o sucessor do Apóstolo Pedro, o Papa Francisco, em sua primeira viagem apostólica. Essa é a parte espiritual e moral da JMJ, a mais importante de todas. Ademais, a JMJ, até no aspecto humano é um evento único e altamente promissor, pois busca promover reflexões que visam à construção de uma sociedade mais justa e fraterna.
Como bem explicou Dom Orani, Arcebispo do Rio de Janeiro: “Neste tempo de ‘mudança de época’, em que nossa juventude assume o seu profetismo cristão nas manifestações pacíficas e com objetivos claros de cidadania, todos nós, como peregrinos, somos chamados a ser ‘protagonistas de um mundo novo’. Por isso mesmo, o peregrino discípulo-missionário pauta sua vida pela disponibilidade e fraternidade. Não procura levar vantagem em nada por se colocar a serviço e tampouco desanima com as dificuldades próprias de uma grande concentração. Ele, com isso, ganha a pertença ao Reino, a certeza do amor de Deus e de ser para os outros sinal cândido de misericórdia e de amor. O peregrino leva no seu coração e reparte com os outros a esperança de tempos novos. Nos tempos de hoje, com as violências, guerras, corrupções, maldades, divisões, dependências e frustrações, o peregrino é sinal de que em Cristo Ressuscitado, a esperança tem seu fundamento”
Quanto à parte material, os gastos da JMJ, o Comitê Organizador Local (COL) esclareceu que 70% do custo serão viabilizados por meio de contribuições dos peregrinos. Além disso, há doações espontâneas, patrocínios, parcerias e licenciamento de produtos que geram divisas para o evento. Serão gerados mais de 20 mil empregos diretos com a realização do evento e estima-se um impacto econômico de mais de meio bilhão de reais. Na Espanha, que foi o último país a receber a JMJ em 2011, o impacto econômico foi em torno de R$ 920 milhões. O evento gerou 8 mil empregos, sendo 3 mil somente na capital. E a JMJ trará reflexos positivos para o Rio de Janeiro e o Brasil em termos de imagem, o que beneficiará, sobretudo, o turismo.

Quanto aos investimentos efetuados pelo governo federal e estadual para o evento, a maior parte dos recursos está sendo aplicada em segurança, além dos gastos inerentes à recepção do Papa como chefe de Estado, o que é normal. Os gastos da Prefeitura do Rio se restringem à comunicação, mobilidade, logística, saúde e o bom funcionamento da cidade durante a Jornada e a permanência do papa Francisco. Os católicos, mais de 50% da população, ficam satisfeitos em ter um pouco dos seus impostos assim bem empregados. 

A CRUZ DA JUVENTUDE


Neste domingo, chegaram festivamente à nossa cidade de Campos dos Goytacazes os símbolos da Jornada Mundial da Juventude, a cruz e o ícone de Nossa Senhora, oferecidos aos jovens pelo Papa Beato João Paulo II, símbolos que percorrem o mundo todo para dar incentivo para a próxima mega-concentração juvenil que ocorre periodicamente nos diversos continentes, como a que terá lugar no mês de julho no Rio de Janeiro. Estes símbolos serão levados às diversas paróquias da Diocese de Campos e da nossa Administração Apostólica com o mesmo objetivo de preparação para a próxima Jornada Mundial.
            As Jornadas Mundiais da Juventude foram propostas pelo Papa João Paulo II em Roma no ano de 1985, Ano Internacional da Juventude. Como disse o mesmo Papa, “o principal objetivo das Jornadas é fazer da pessoa de Jesus o centro da fé e da vida de cada jovem, para que ele possa ser seu ponto de referência constante e também a inspiração para cada iniciativa e compromisso para a educação das novas gerações. Uma Jornada da Juventude oferece ao jovem uma experiência viva de fé e comunhão, que o ajudará a enfrentar as questões profundas da vida e a assumir com responsabilidade o seu lugar na sociedade e na comunidade eclesial”.
            O símbolo da Cruz será para os jovens uma excelente e contínua lembrança do cristianismo: “Meus queridos jovens, na conclusão do Ano Santo, eu confio a vocês o sinal deste Ano Jubilar: a Cruz de Cristo! Carreguem-na pelo mundo como um símbolo do amor de Cristo pela humanidade, e anunciem a todos que somente na morte e ressurreição de Cristo podemos encontrar a salvação e a redenção”, disse João Paulo II.
            “Vós sois a esperança da Igreja e do mundo. Vós sois a minha esperança” disse o mesmo Papa aos jovens. São chamados a serem heróis, e a Cruz irá sempre lembrar-lhes o heroísmo de Cristo e a necessidade de abraça-la no seu seguimento: “Não tenhais medo de caminhar ao longo daquela vereda que o Senhor foi o primeiro a percorrer. Com a vossa juventude, imprimi no terceiro milênio, que agora tem início, o sinal da esperança e do entusiasmo típico da vossa idade. Se permitirdes que a graça de Deus atue em vós, e se corresponderdes à seriedade no vosso compromisso quotidiano, fareis deste novo século um tempo melhor para todos”.
            “Nessa cruz, vemos a nossa redenção, vemos a vitória do amor sobre o ódio, vitória da paz sobre a guerra, sobre a violência, vemos a ressurreição. Olhando para a cruz, vejo o quanto custei caro. Olhando para o espelho, vejo o quanto eu me vendo barato para o pecado” (Pe. Antônio Vieira).  
            Que a passagem da Cruz e do Ícone de Nossa Senhora recorde aos nossos jovens o conselho que lhes deu Bento XVI: “Quando encontramos Jesus e acolhemos o seu Evangelho, a vida muda e somos impelidos a comunicar aos outros a própria experiência. A Igreja necessita de santos. Todos somos chamados à santidade, e só os santos podem renovar a humanidade...”.