São Tiago apóstolo
nos adverte: “Se alguém julga ser religioso, mas não refreia a sua língua,
engana-se a si mesmo: a sua religiosidade é vazia... Todos nós tropeçamos em
muitas coisas. Aquele que não peca no uso da língua é um homem perfeito” (Tg 1,
26; 3, 2).
Na audiência geral de 22 de maio
último, na qual estive presente, Sua Santidade o Papa Francisco ensinou que em
Babel tiveram início a dispersão e a confusão das línguas, fruto da soberba e
orgulho do homem; o efeito, porém, da
obra do Espírito Santo é a unidade e a comunhão: “Em Pentecostes, estas
divisões são superadas. Já não há orgulho em relação a Deus, nem fechamento de
uns aos outros, mas abertura a Deus, saída para anunciar a sua Palavra: uma
língua nova, do amor, que o Espírito Santo derrama nos corações (cf.Rm 5, 5)... A língua do Espírito, do
Evangelho, é a língua da comunhão, que convida a superar fechamentos e
indiferenças, divisões e oposições. Cada um deve se perguntar: como me deixo
guiar pelo Espírito Santo, de modo que a minha vida e o meu testemunho de fé
seja de unidade e comunhão? Levo a palavra de reconciliação e amor, que é o
Evangelho, aos ambientes onde vivo? Às vezes parece repetir-se hoje o que
aconteceu em Babel: divisões, incapacidade de compreensão, rivalidades, inveja
e egoísmo. Que faço na minha vida? Crio unidade ao meu redor? Ou divido com
mexericos, críticas e inveja. O que faço?”.
É uma preocupação recorrente na
pregação do nosso Papa, desde os tempos de Cardeal: o vício de acusar, apontar
e condenar com a língua, grande fator de divisão. Em espanhol, é cotillear;
em bom português, fofocar. Ele citava Santo Agostinho: “Há homens de juízo
temerário, detratores, maldizentes, murmuradores, suspeitosos do que não veem,
procurando acusar do que nem mesmo suspeitam” (Sermão 47). E continuava: “O
falatório nos leva a nos concentramos nas faltas e defeitos dos outros; desta
maneira, acreditamos nos sentir melhores. A oração do publicano no Templo
ilustra essa realidade (Lc 18, 11-12), e Jesus já nos havia advertido sobre ver
o cisco no olho do outro, ignorando a trave em nosso próprio”.
“Falar mal dos outros é um mal para
a Igreja toda, pois não fica ali, no mero comentário, passa para a agressão
(pelo menos no coração). Santo Agostinho chama o murmurador de ‘homem sem
remédio’: ‘os homens sem remédio são aqueles que deixam de cuidar de seus
próprios pecados para reparar nos dos outros. Não buscam o que se há de
corrigir, e sim o que podem criticar. E, ao não poder escusar a si mesmos,
estão sempre dispostos a acusar os outros’ (Sermão 19)”.
“Não é raro encontrar nas
comunidades grupos que lutam para impor a hegemonia de seu pensamento e de sua
preferência. Isso costuma acontecer quando a caritativa abertura ao próximo é
suprida por ideias de cada um. Já não se defende o todo da família, e sim a parte
que me toca. Já não se adere à unidade que vai configurando o corpo de Cristo,
e sim ao conflito que divide, parcializa, debilita...” (Jorge Mario Bergoglio,
S.J., Sobre a acusação de si mesmo).
Bom dia!
ResponderExcluirMuito bom!
Isto é muito real nos dias de hoje.
José Francisco.
Prezado D. Rifan,
ResponderExcluirComo faço para lhe enviar um email?
Salve Maria!
Flávio Mamede
flaviomamede.gomes@gmail.com
Paz e bem
ResponderExcluirVenho por esses dias através do meu vlog combatendo os inimigos da Igreja se puder me dar uma força serei muito grato
http://www.youtube.com/watch?v=_UosQQGCv24&hd=1
att
Claudio Campos