No próximo
dia 8, celebraremos a Imaculada Conceição de Nossa
Senhora, ou seja, honraremos o privilégio singular
concedido por Deus à Virgem Maria, escolhida para a Mãe
de Jesus, o Filho de Deus encarnado, Salvador do gênero
humano, preservando-a, em vista dos méritos dele, desde
a sua concepção, da herança do pecado original.
Este
pecado original, em Adão uma falta voluntária, nos
outros homens se constitui na privação da graça divina,
que havia sido concedida a toda a humanidade na pessoa
do primeiro homem. A graça, por ele perdida para si e
para todos os seus descendentes, foi recuperada pelo
segundo Adão, Jesus Cristo, pela sua Redenção, que nos
alcança e santifica através do Batismo.
Ora, Deus
havia prometido, no momento do pecado de Adão, que uma
mulher com o seu filho, o futuro Salvador, venceria
completamente o demônio. Não teria, pois, nenhum pecado.
Não teria, em nenhum instante, a menor privação da graça
divina. Por isso, essa mulher especial, Maria, escolhida
para a Mãe do Redentor, foi saudada pelo Anjo mensageiro
de Deus com as palavras: “Ave, ó cheia de graça
(agraciada de modo especial) ..., bendita entre as
mulheres”, ou seja, sem pecado (privação da graça). A
Redenção de Cristo a atingiu, de modo preventivo,
preservando-a, por privilégio único, do pecado que
atinge a todos os homens.
A
Imaculada Conceição de Maria tem muito a ver com o
Brasil. Em 1646, o Rei Dom João IV consagrou a Nossa
Senhora da Conceição Portugal e todos os seus domínios,
nos quais estava incluído o Brasil. E a padroeira
oficial do Brasil é Nossa Senhora da Conceição,
vulgarmente chamada de Aparecida.
Mas, por
que honramos Maria, de modo tão especial?
“O nosso
mediador é só um, segundo a palavra do Apóstolo: ‘não há
senão um Deus e um mediador entre Deus e os homens, o
homem Jesus Cristo, que Se entregou a Si mesmo para
redenção de todos’ (1 Tim. 2, 5-6). Mas a função
maternal de Maria em relação aos homens de modo algum
ofusca ou diminui esta única mediação de Cristo;
manifesta antes a sua eficácia. Com efeito, todo o
influxo salvador da Virgem Santíssima sobre os homens se
deve ao beneplácito divino e não a qualquer necessidade;
deriva da abundância dos méritos de Cristo, funda-se na
Sua mediação e dela depende inteiramente, haurindo aí
toda a sua eficácia; de modo nenhum impede a união
imediata dos fiéis com Cristo, antes a favorece” (Lumen
Gentium 60).
“A Virgem
Santíssima, predestinada para Mãe de Deus desde toda a
eternidade simultaneamente com a encarnação do Verbo,
por disposição da divina Providência foi na terra a
nobre Mãe do divino Redentor, a Sua mais generosa
cooperadora e a escrava humilde do Senhor. Concebendo,
gerando e alimentando a Cristo, apresentando-O ao Pai no
templo, padecendo com Ele quando agonizava na cruz,
cooperou de modo singular, com a sua fé, esperança e
ardente caridade, na obra do Salvador, para restaurar
nas almas a vida sobrenatural. É por esta razão nossa
mãe na ordem da graça” (Lumen Gentium 61).
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