No próximo
domingo, dia 17, por instituição do Papa Francisco, se celebrará o terceiro Dia
Mundial dos Pobres, com o lema: “A esperança dos
pobres jamais se frustrará” (Sl 9, 19). Estas palavras são de
incrível atualidade. Expressam uma verdade profunda, que a fé consegue gravar
sobretudo no coração dos mais pobres: a esperança perdida devido às injustiças,
aos sofrimentos e à precariedade da vida será restabelecida, são palavras do
Papa Francisco.
E o Papa nos
explica: “A opção pelos últimos, por aqueles que a
sociedade descarta e lança fora, é uma escolha prioritária que os discípulos de
Cristo são chamados a abraçar para não trair a credibilidade da Igreja e dar
uma esperança concreta a tantos indefesos. É neles que a caridade cristã
encontra a sua prova real, porque quem partilha os seus sofrimentos com o amor
de Cristo recebe força e dá vigor ao anúncio do Evangelho”.
“O
compromisso dos cristãos, por ocasião deste Dia Mundial e sobretudo
na vida ordinária de cada dia, não consiste apenas em iniciativas de
assistência que, embora louváveis e necessárias, devem tender a aumentar em
cada um aquela atenção plena, que é devida a toda a pessoa que se encontra em
dificuldade. Esta atenção amiga é o início duma verdadeira preocupação pelos
pobres, buscando o seu verdadeiro bem. Não é fácil ser testemunha da esperança
cristã no contexto cultural do consumismo e do descarte, sempre propenso a
aumentar um bem-estar superficial e efêmero. Requer-se uma mudança de
mentalidade para redescobrir o essencial, para encarnar e tornar incisivo o
anúncio do Reino de Deus”.
“A
esperança comunica-se também através da consolação que se implementa
acompanhando os pobres, não por alguns dias permeados de entusiasmo, mas com um
compromisso que perdura no tempo. Os pobres adquirem verdadeira esperança, não
quando nos veem gratificados por lhes termos concedido um pouco do nosso tempo,
mas quando reconhecem no nosso sacrifício um ato de amor gratuito que não
procura recompensa”.
“Queridos
irmãos e irmãs, exorto-vos a procurar, em cada pobre que encontrais, aquilo de
que ele tem verdadeiramente necessidade; a não vos deter na primeira
necessidade material, mas a descobrir a bondade que se esconde no seu coração,
tornando-vos atentos à sua cultura e modos de se exprimir, para poderdes
iniciar um verdadeiro diálogo fraterno. Coloquemos de parte as divisões que
provêm de visões ideológicas ou políticas, fixemos o olhar no essencial que não
precisa de muitas palavras, mas dum olhar de amor e duma mão estendida. Nunca
vos esqueçais que a pior discriminação que sofrem os pobres é a falta de
cuidado espiritual. É certo que os pobres também se aproximam de nós porque
estamos a distribuir-lhes o alimento, mas aquilo de que verdadeiramente
precisam ultrapassa a sopa quente ou a sanduíche que oferecemos. Os pobres
precisam das nossas mãos para se reerguer, dos nossos corações para sentir de
novo o calor do afeto, da nossa presença para superar a solidão. Precisam
simplesmente de amor...”.
*Bispo da Administração Apostólica
Pessoal
São João Maria Vianney
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