Esta semana
realiza-se no Rio de Janeiro a XXVIII Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que tem como lema “Ide e
fazei discípulos entre todas as nações” (Mt 28, 19). As JMJs tiveram sua origem
nos grandes encontros com os jovens celebrados pelo Papa João Paulo II em Roma,
em 1984 e 1985, que foi declarado Ano Internacional da Juventude pelas Nações
Unidas.
A JMJ caracteriza-se como uma peregrinação: jovens do mundo inteiro
estarão acorrendo ao “Santuário Mundial da Juventude” para o encontro com
Cristo juntamente com o primeiro peregrino, o sucessor do Apóstolo Pedro, o
Papa Francisco, em sua primeira viagem apostólica. Essa é a parte espiritual e
moral da JMJ, a mais importante de todas. Ademais, a JMJ, até no aspecto humano é um evento único e altamente
promissor, pois busca promover reflexões que visam à construção de uma
sociedade mais justa e fraterna.
Como bem explicou Dom Orani, Arcebispo do Rio de Janeiro: “Neste tempo de ‘mudança de
época’, em que nossa juventude assume o seu profetismo cristão nas
manifestações pacíficas e com objetivos claros de cidadania, todos nós, como peregrinos,
somos chamados a ser ‘protagonistas de um mundo novo’. Por isso mesmo, o
peregrino discípulo-missionário pauta sua vida pela disponibilidade e
fraternidade. Não procura levar vantagem em nada por se colocar a serviço e
tampouco desanima com as dificuldades próprias de uma grande concentração. Ele,
com isso, ganha a pertença ao Reino, a certeza do amor de Deus e de ser para os
outros sinal cândido de misericórdia e de amor. O peregrino leva no seu coração
e reparte com os outros a esperança de tempos novos. Nos tempos de hoje, com as
violências, guerras, corrupções, maldades, divisões, dependências e
frustrações, o peregrino é sinal de que em Cristo Ressuscitado, a esperança tem
seu fundamento”
Quanto à parte material, os gastos da JMJ, o Comitê Organizador Local
(COL) esclareceu que 70% do custo serão viabilizados por meio de contribuições
dos peregrinos. Além disso, há doações espontâneas, patrocínios, parcerias e
licenciamento de produtos que geram divisas para o evento. Serão gerados mais de 20 mil empregos diretos
com a realização do evento e estima-se um impacto econômico de mais de meio
bilhão de reais. Na Espanha, que foi o último país a receber a JMJ em 2011, o
impacto econômico foi em torno de R$ 920 milhões. O evento gerou 8 mil
empregos, sendo 3 mil somente na capital. E a JMJ trará reflexos positivos para
o Rio de Janeiro e o Brasil em termos de imagem, o que beneficiará, sobretudo,
o turismo.
Quanto aos
investimentos efetuados pelo governo federal e estadual para o evento, a maior
parte dos recursos está sendo aplicada em segurança, além dos gastos inerentes
à recepção do Papa como chefe de Estado, o que é normal. Os gastos da
Prefeitura do Rio se restringem à comunicação, mobilidade, logística, saúde e o
bom funcionamento da cidade durante a Jornada e a permanência do papa Francisco.
Os católicos, mais de 50% da população, ficam satisfeitos em ter um pouco dos
seus impostos assim bem empregados.