Celebramos no dia 25 a conversão do grande apóstolo
São Paulo, uma das colunas da Igreja ao lado de São Pedro. São Paulo foi o
apóstolo dos gentios, dos povos não judeus, instrumento da propagação da Igreja
fora da Judéia; o verdadeiro propagador do cristianismo.
O primeiro livro de História da
Igreja, os Atos dos Apóstolos, escrito por São Lucas, discípulo de São Paulo e
testemunha dos fatos, narra-nos que Saulo - esse era o seu nome antes - era um
fariseu fanático, cheio de ódio pelos discípulos de Cristo. Ele, quando jovem,
já havia participado, como coadjuvante, do apedrejamento de Santo Estevão,
diácono. Quando ia pelo caminho de Damasco, capital da Síria, com ordens dos
Sumos Sacerdotes, para prender os cristãos da cidade, foi violentamente
derrubado do cavalo por uma luz misteriosa, que o cegou, da qual saia uma voz
tonitruante que o invectivava: “Saulo, Saulo, por que me persegues?” E ao perguntar
quem era aquele a quem ele perseguia, a voz respondeu: “Eu sou Jesus, a quem tu
persegues”. Jesus atribuía a si a perseguição feita aos seus discípulos, os
cristãos.
A partir daí, Saulo foi instruído na Fé
cristã e batizado. Tornou-se o grande Apóstolo Paulo, escolhido por Deus para
evangelizar os gentios, os povos não judaicos. É o autor de 14 epístolas
endereçadas às primeiras comunidades cristãs, mas de valor e ensinamento
perenes.
Foi martirizado em Roma, na perseguição
de Nero. Sua grande basílica é a homenagem cristã àquele que, com São Pedro, é
uma das colunas da Igreja Romana.
Jesus tinha escolhido 12 apóstolos para
evangelizarem o mundo. Mas eles eram pessoas simples. Deus tudo pode, mas usa
dos meios humanos mais apropriados, conforme ele quer e capacita. Para espalhar
sua doutrina no mundo greco-romano pagão, ele quis escolher alguém, perito em
diversas línguas, douto na doutrina judaica, cidadão romano, conhecedor do
mundo grego e homem de decisão e forte personalidade. E o escolheu entre os
seus piores inimigos: os fariseus. E esse fariseu fanático tornou-se, pela
graça de Deus, o grande São Paulo.
A admirável conversão de São Paulo é a
mostra do que pode a Graça de Deus. E essa Graça tem operado maravilhosas
conversões no decurso dos séculos. Temos, entre tantos, os exemplos de
Agostinho, gênio intelectual que, de gnóstico e herege, tornou-se o grande
Santo Agostinho, doutor da Igreja, convertido pela força das lágrimas de sua
mãe e pela convincente pregação de Santo Ambrósio; de Francisco de Assis que,
de mundano tornou-se o grande santo da pobreza; de Santo Inácio de Loyola,
convertido ao ler a vida dos santos, num leito de hospital; de Dr. Aléxis
Carrel, prêmio Nobel de medicina, ao examinar um milagre de Lourdes.
Conversão
é a saída do pecado para a Graça de Deus. É mudança de mentalidade e de vida.
Para melhor. É por isso que todos nós precisamos nos converter. Todos os dias.
“A
alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram
com Jesus. Quantos se deixam salvar por Ele são libertados do pecado, da
tristeza, do vazio interior, do isolamento” (Francisco, Evangelii gaudium,
1).