“Felizes os perseguidos por causa da justiça!” (Mt 5,
10); “se me perseguiram, perseguirão a vós também”, já nos prevenira Jesus (Jo
15, 20). “Todos os que quiserem viver piedosamente no Cristo Jesus serão
perseguidos” (2 Tm 3, 12), completa São Paulo.
Mas às vezes pensamos que isso era coisa
do começo da Igreja ou dos séculos passados. Não! O martírio é algo inseparável
da vida da Igreja.
Chocantes as notícias recentes dos
jornais, relatando que mais de 40 peregrinos da JMJ pediram refúgio no Brasil
por causa da perseguição religiosa que sofrem em seus países: “No corpo do serra-leonês
A., de 24 anos, as cicatrizes revelam as marcas da intolerância. Aos 4 anos,
ele viu o pai e a irmã mais velha serem assassinados pelos vizinhos por conta
de sua opção religiosa: a família era católica... Quando fez 9 anos, A. foi
levado à força... seu corpo foi perfurado com ganchos: ‘eu fiquei dias
sangrando sem nenhum tipo de assistência’. O paquistanês Z... relata as privações sofridas por ele, os familiares e
amigos em sua terra natal. Ele conta que
o irmão teve que largar o emprego de vendedor... quando descobriram que
era católico. Ele afirma ainda que já foi perseguido por autoridades locais e
discriminado na busca por um emprego quando se declarou católico... Casas são
invadidas, pessoas eram presas e não voltaram, ... afirmando que em março
outros católicos, que praticavam a religião como ele, foram perseguidos e
apreendidos” (O Globo, 23.8.2013, pág. 14).
“O sacerdote Hani Bakhoum Kiroulos, assistente
do Patriarcado copto-católico na capital egípcia, fez um balanço de todos e
cada um dos lugares atacados –mais de 30– pelos extremistas muçulmanos durante
o massacre desta quarta-feira que cobrou (em total) a vida de mais de 520
pessoas e mais de 3700 feridos. Em Suez, um convento da Congregação do Bom
Pastor, a escola adjacente e o hospital foram saqueados e incendiados. Uma
igreja franciscana também foi atacada e incendiada. Na cidade de Minya, na zona
nordeste do país, os extremistas muçulmanos atacaram a Igreja copta-católica
Mar Guirguis, a igreja (também copta-católica) de São Marcos; e um convento e
uma escola das irmãs de São José. Em Beni Souef, na zona central do norte, os
extremistas atearam fogo ao convento franciscano do Imaculado Coração de Maria.
Na localidade de Asyut na zona central do Egito, o ataque foi também à Igreja franciscana
Santa Teresa e a um convento de irmãs franciscanas. Os extremistas muçulmanos
também atacaram a Basílica de Nossa Senhora de Fátima no Cairo, apedrejaram e
bateram nas portas, mas não conseguiram entrar. O Papa Francisco, reunido a
milhares de Fiéis para a Missa e Ângelus da Festa da Assunção de Nossa Senhora,
elevou uma oração pelas vítimas do massacre no Egito: ‘chegam infelizmente
notícias dolorosas do Egito. Desejo assegurar minha oração por todas as vítimas
e seus familiares. Pelos feridos e por quantos sofrem’. E acrescentou: ‘Oremos
juntos pela paz, o diálogo, a reconciliação nessa querida terra e no mundo
inteiro. Maria, Rainha da paz, rogai por nós’” (site da agência ACI 16/08/13).
*Bispo da Administração Apostólica Pessoal
São João Maria Vianney