Do
dia 1º a 7 de outubro, a Igreja no Brasil celebra a Semana Nacional da Vida,
oportunidade para os católicos celebrarem esse grande dom de Deus, através da
oração, da escuta da Palavra divina e da solidariedade para com os mais
vulneráveis, pobres, menos favorecidos, doentes e, sobretudo, os nascituros. A
Semana Nacional da Vida culmina com o Dia do Nascituro, celebrado no dia 8 de
outubro.
O
tema “Família, Santuário da Vida” indica como devemos considerar a família,
criação de Deus, lugar onde começa a vida, que devemos proteger e defender como
grande dom de nosso Pai do Céu. Os filhos são a “bênção do Senhor”. Consequentemente,
devemos avaliar o valor incomparável da pessoa humana, objeto de tanto amor de
Deus, o grande bem da vida, dom sagrado e inviolável, o respeito pela vida dos
outros, especialmente dos mais fracos, entre os quais se encontram,
primordialmente, os nascituros, que devem ser objeto especial da nossa proteção
por serem frágeis e sem defesa.
Voltamos a insistir: diante da atual banalização da vida e
de opiniões favoráveis ao aborto, defendido por inúmeras pessoas influentes, é
importante lembrar que a Igreja compreende as situações difíceis que levam mães
a abortar, mas, por uma questão de princípios, defende com firmeza a vida do
nascituro: “É verdade que, muitas vezes, a opção de abortar reveste para a mãe
um caráter dramático e doloroso: a decisão de se desfazer do fruto concebido
não é tomada por razões puramente egoístas ou de comodidade, mas porque se
quereriam salvaguardar alguns bens importantes como a própria saúde ou um nível
de vida digno para os outros membros da família. Às vezes, temem-se para o
nascituro condições de existência tais que levam a pensar que seria melhor para
ele não nascer. Mas essas e outras razões semelhantes, por mais graves e
dramáticas que sejam, nunca podem justificar a supressão deliberada de um
ser humano inocente” (S. João Paulo II, Evangelium Vitae n. 58). O fim não justifica os meios.
E, usando da prerrogativa da
infalibilidade, o mesmo Papa define: “Com a autoridade que Cristo conferiu a
Pedro e aos seus sucessores, em comunhão com os Bispos – que de várias e
repetidas formas condenaram o aborto e que... apesar de dispersos pelo mundo,
afirmaram unânime consenso sobre esta doutrina - declaro que o aborto direto,
isto é, querido como fim ou como meio, constitui sempre uma desordem moral
grave, enquanto morte deliberada de um ser humano inocente. Tal
doutrina, fundada sobre a lei natural e sobre a Palavra de Deus escrita, é
transmitida pela tradição da Igreja e ensinada pelo Magistério ordinário e
universal” (EV, 62).
Peçamos
aos santos anjos da guarda da família, especialmente das crianças, a São
Miguel, São Gabriel e São Rafael, arcanjos, que protejam todas os membros de
cada núcleo familiar. As crianças são as mais vulneráveis, corporal e
espiritualmente: “Quem causar escândalo (levar ao pecado) a um só destes
pequenos que creem em mim, melhor seria que lhe amarrassem ao pescoço uma
grande mó e o lançassem ao fundo do mar” (Mt 18, 6).
*Bispo da Administração Apostólica Pessoal
São João Maria Vianney
http://domfernandorifan.blogspot.com.br/