Celebramos hoje a conversão do grande apóstolo São Paulo,
uma das colunas da Igreja ao lado de São
Pedro. São Paulo foi o apóstolo dos gentios, dos povos não judeus, instrumento
da propagação da Igreja fora da Judéia; o verdadeiro propagador do
cristianismo.
O
primeiro livro de História da Igreja, os Atos dos Apóstolos, escrito por São
Lucas, discípulo de São Paulo e testemunha dos fatos, narra-nos que Saulo -
esse era o seu nome antes - era um fariseu fanático, cheio de ódio pelos
discípulos de Cristo. Ele, quando jovem, já havia participado, como
coadjuvante, do apedrejamento de Santo Estevão, diácono. Quando ia pelo caminho
de Damasco, capital da Síria, com ordens dos Sumos Sacerdotes, para prender os
cristãos da cidade, foi violentamente derrubado do cavalo por uma luz
misteriosa, que o cegou, da qual saia uma voz tonitruante que o invectivava:
“Saulo, Saulo, por que me persegues?” E ao perguntar quem era aquele a quem ele
perseguia, a voz respondeu: “Eu sou Jesus, a quem tu persegues”. Jesus atribuía
a si a perseguição feita aos seus discípulos, os cristãos.
A
partir daí, Saulo foi instruído na Fé cristã e batizado. Tornou-se o grande
Apóstolo Paulo, escolhido por Deus para evangelizar os gentios, os povos não
judaicos. É o autor de 13 epístolas endereçadas às primeiras comunidades
cristãs, mas de valor e ensinamento perenes.
Foi
martirizado em Roma, na perseguição de Nero. Sua grande basílica é a homenagem
cristã àquele que, com São Pedro, é uma das colunas da Igreja Romana.
Jesus
tinha escolhido 12 apóstolos para evangelizarem o mundo. Mas eles eram pessoas
simples. Deus tudo pode, mas usa dos meios humanos mais apropriados, conforme
ele quer e capacita. Para espalhar sua doutrina no mundo greco-romano pagão,
ele quis escolher alguém, perito em diversas línguas, douto na doutrina
judaica, cidadão romano, conhecedor do mundo grego e homem de decisão e forte
personalidade. E o escolheu entre os seus piores inimigos: os fariseus. E esse
fariseu fanático tornou-se, pela graça de Deus, o grande São Paulo.
A
admirável conversão de São Paulo é a mostra do que pode a Graça de Deus. E essa
Graça tem operado maravilhosas conversões no decurso dos séculos. Temos, entre
tantos, os exemplos de Agostinho, gênio intelectual que, de gnóstico e herege,
tornou-se o grande Santo Agostinho, doutor da Igreja, convertido pela força das
lágrimas de sua mãe e pela convincente pregação de Santo Ambrósio; de Francisco
de Assis que, de mundano tornou-se o grande santo da pobreza; de Santo Inácio
de Loyola, convertido ao ler a vida dos santos, num leito de hospital; de Dr.
Aléxis Carrel, prêmio Nobel de medicina, ao examinar um milagre de Lourdes.
Conversão
é a saída do pecado para a Graça de Deus. É mudança de mentalidade e de vida.
Para melhor. É por isso que todos nós precisamos nos converter. Todos os dias.
“A
alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram
com Jesus. Quantos se deixam salvar por Ele são libertados do pecado, da
tristeza, do vazio interior, do isolamento” (Francisco, Evangelii gaudium,
1).