Propaganda vem do latim propagare,
propagar. É a missão da Igreja: propagar a fé, a boa nova do Evangelho: “ide e
ensinai”, “ide e fazei discípulos entre todas as nações!”.
Vale a propósito recordar alguns
trechos da curiosa palestra, proferida na CNBB, em 1977, pelo famoso publicitário
Alex Periscinotto, um dos pioneiros da propaganda no Brasil.
Ele
começou agradecendo à Igreja, por ter inventado todas as ferramentas de
trabalho, usadas hoje na comunicação: “O primeiro veículo de comunicação de
massa inventado até hoje, o mais forte de todos, foi o sino. O sino, que
tinha mensagem nas suas batidas, atingia, na ocasião das aldeias, 80, 90% das
pequenas cidades. Ele não só atingia como modificava o comportamento físico e
mental de 80, 90% das aldeias cada vez que ele batia”.
Outra
ferramenta moderna de comunicação, inventada pelos religiosos, diz ele, é o display,
o destaque. “Nós usamos o display para destacar uma informação. Quando todos os
telhados das aldeias eram baixinhos, vocês construíram um telhado altíssimo, 4,
5 vezes maior e em forma de ponta... Isso era para se avistar ao longe a
torre da igreja, logo que se entrasse na aldeia. Por esse display, a
gente com facilidade localizava a igreja. Mais do que isso, vocês inventaram o
primeiro logotipo, o mais feliz deles, a cruz. A cruz que nunca foi
esquecida de ser colocada no alto do display e que permitia que, além de
se identificar que ali era uma igreja, também se identificava que ela pertencia
àquela marca, àquela religião...”
“Hoje,
uma das ferramentas mais preciosas para se usar nas campanhas é a pesquisa. O
primeiro departamento de pesquisa de que se sabe foi inventado por vocês, é o
confessionário. Era então um santo departamento de pesquisa. Digo santo porque
hoje quando a gente faz um ibope qualquer é possível que a pessoa minta, mas no
santo departamento de pesquisa a coisa não só era espontânea, mas necessária e
verdadeira. Por exemplo, se eu quero me reconstruir de dentro para fora, eu vou
a um analista pago mil dinheiros e ele me ajuda um pouco, mas a minha mãe vai a
um confessionário, sai reconstruída de dentro para fora, sai de lá aliviada e
perdoada, coisa que nenhum analista faz nem que você pague o dobro”.
“Vocês
mudaram o sistema da missa, a missa não é mais em latim e o padre não fica mais
de costas para o público. Mas minha mãe nunca achou que vocês estavam de costas
para ela, achou que vocês estavam de frente para Deus e ela gostava do latim,
embora não entendesse bem as palavras, porque era uma linguagem mística que
fazia se entender por Deus... Mas o que quero dizer é que toda essa máquina de
comunicação que vocês inventaram não foi à toa. Vocês não inventaram sinos e
aquela indumentária toda, que eu chamo de embalagem religiosa simplesmente por
nada. Não! Vocês tinham o mesmo problema que nós temos agora: vocês tinham uma
coisa a ser propagada, o produto de vocês chamava-se fé. Eu tenho uma
boa notícia para vocês, esse produto, a fé, está em falta no mercado, mas hoje
vocês não propagam mais fé (!)... Fé
era o que minha mãe ia buscar na igreja...”.
Belíssimo texto, D. Rifan!!!! Que Nosso Senhor continue e lhe iluminar para o senhor sempre honrar o múnus apostólico que Deus lhe confere e, assim, dar maior glória a Deus e mostrar o caminho da salvação às almas. Sua benção, meu querido Bispo!!!
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