A revista VEJA da Semana da Páscoa (8 de abril) trouxe
interessante reportagem sobre a Ressurreição de Jesus, “o grande dogma do
cristianismo”, ressaltando que a comemoração do domingo de Páscoa reafirma o
poder da fé na Ressurreição do Filho de Deus morto na Cruz, “ideia”, constata a
reportagem, “que se fortalece com a passagem dos milénios”. E pergunta: “por
que, depois de pouco menos de 2000 anos, a crença na ressurreição de Jesus
Cristo, um dos mais extraordinários mistérios da fé, ainda exerce efeito tão
arrebatador?” E constata que, se nada houvesse ocorrido na Páscoa daquele ano,
ou seja, se a Ressurreição do Senhor não fosse um fato extraordinário atestado
e comprovado, não se conseguiria explicar a miraculosa e extraordinária
expansão do cristianismo diante de tantas forças contrárias do paganismo.
Houve
tentativas modernas de se negar a Ressurreição de Jesus como fato histórico.
Segundo algumas dessas teorias, Jesus teria ressuscitado “dentro do Kerigma”,
segundo a fórmula de Rudolf Bultmann, famoso teólogo protestante, ou seja, a
ressurreição significaria apenas que os discípulos haviam reconhecido que “a
causa de Jesus continua”! Por isso, torna-se muito elucidativa para nós a tese
de Heinrich Schlier, discípulo de Bultmann, sobre a Ressurreição de Jesus,
provando o fato histórico, base da fé cristã.
Heinrich
Schelier era pastor luterano, professor de exegese na Alemanha, e, depois, fez
parte da “Igreja confessante”, ou seja, a parte da comunidade evangélica alemã
que tentava salvaguardar a substância cristã do luteranismo, não aceitando que
esse se desintegrasse no movimento que apoiava o nazismo. Depois da guerra,
lecionou Novo Testamento e História da Igreja na Faculdade Teológica Evangélica
de Bonn. Em 1953, para surpresa do seu mestre Bultmann, converteu-se à Igreja
Católica e disse que sua conversão ocorrera de uma forma completamente
protestante, ou seja, a partir de sua relação com a Escritura, segundo nos
conta Ratzinger. Em 24 de outubro de 1953, foi recebido na Igreja Católica. No
dia seguinte, recebe a primeira comunhão e, depois, a confirmação. Tem inúmeras
obras teológicas, especialmente essa sobre a Ressurreição de Jesus, prefaciada
pelo então Cardeal Joseph Ratzinger.
Baseado
na história e na Escritura, Schelier
demonstra que “a Igreja primitiva não falou da ressurreição de Jesus
Cristo com distanciamento e de modo descompromissado, mas com emoção e num ato
de profissão de fé”. E ele argumenta tratar-se de um fato incontestável, embora
conserve seu caráter de mistério. Segundo ele, os textos neotestamentários
entendem a Ressurreição como um evento, um acontecimento histórico concreto. A
Ressurreição não veio da pregação, mas sim a pregação partiu do fato da
Ressurreição. E da sua Ressurreição deriva a conclusão lógica de que Ele é o
Senhor, como se lê no discurso de São Pedro aos judeus: “De fato, Deus
ressuscitou este mesmo Jesus, e disso todos nós somos testemunhas... Portanto,
que todo o povo de Israel reconheça com plena certeza: Deus constituiu Senhor e
Cristo a este Jesus que vós crucificastes” (At 2, 32-36).
É como dizia São Paulo em uma de suas cartas: se Cristo não tivesse ressuscitado em vão seria a nossa fé. Mas, com certeza Jesus ressuscitou para a honra e glória de Deus. Ele agora está vivo e vive para sempre. Por isso peçamos ao nosso Salvador que nos ajude a vivermos como bons cristãos.
ResponderExcluirA bênção, D Rifan!
ResponderExcluirA Ressurreição de Jesus dividiu o tempo em antes e depois do fato, pois a Igreja, enquanto Jesus não dava sinais de estar vivo e ressuscitar-se, acuou-se; estava mesmo até desiludida com tantos seus portentos outrora e, dias após, ainda tudo permanecer como se tivera de fato desaparecido - caso discípulos de Emaús - como sucede com as pessoas que, após falecerem, não mais retornam a esse mundo, (nem de forma como apregoam centros espíritas de entes que imitam suas vozes e simulam ser as mesmas mortas).
Porém, constatada a sua Ressurreição e recebendo os dons do Espírito Santo, destemidamente, os discípulos saíram a pregoá-Lo, insistindo para que todos se convertessem à sua doutrina e mudassem de vida, acompanhados de toda sorte de portentos, confirmando que Jesus atuava de forma misteriosa, mas presente.
Quanta diferença de hoje em dia, parecendo que o espírito de profecia está gradativamente extinguindo-se, com tantos que deveriam serem os defensores do S Evangelho, além de omissos ou o ideologizarem, ainda se aliam aos inimigos da Igreja num "diálogo", no qual só eles querem ter razão...
No nosso tempo, no entanto, as ideologias têm todo interesse em negar esse fato para descristianizarem e alienarem as pessoas para mais facilmente as domesticarem em suas ideologias, pois pessoas bem formadas na fé não as admitem, sendo necessário recorrerem a artifícios escusos para as relativizarem, e nada melhor que desfundamentar-lhes na fé da Ressurreição de Jesus e lançá-las no imanentismo total, no materialismo socialista tão entronizado por essa ideologias niilistas, às quais essa frase de S Pio X lhes é dirigida, particularmente aos ordenados:
"Tomem severas medidas para combater a fome, a peste, a pobreza, as impurezas da atmosfera, e contemple com complacência a contaminação dos espíritos" .