Dois
santos admiráveis celebramos nessa semana: Santa Mônica (dia 27) e Santo
Agostinho (dia 28), do século IV.
Aurélio
Agostinho nasceu em Tagaste, na Região de Cartago, na África, filho de
Patrício, pagão, e Mônica, cristã fervorosa. Segundo narra ele próprio,
Agostinho bebeu o amor de Jesus com o leite de sua mãe. Infelizmente, porém,
como acontece muitas vezes, a influência do pai fez com que se retardasse o seu
batismo, que ele acabou não recebendo na infância nem na juventude. Estudou
literatura, filosofia, gramática e retórica, das quais foi professor. Afastou-se
dos ensinamentos da mãe e, por causa de más companhias, entregou-se aos vícios.
Cometeu maldades, viveu no pecado durante sua juventude, teve uma amante e um
filho, e, pior, caiu na heresia gnóstica dos maniqueus, para os quais trabalhou
na tradução de livros.
Sua
mãe, Santa Mônica, rezava e chorava por ele todos os dias. “Fica tranquila”,
disse-lhe certa vez um bispo, “é impossível que pereça um filho de tantas
lágrimas!” E foi sua oração e suas lágrimas que conseguiram a volta para Deus
desse filho querido transviado.
Agostinho
dizia-se um apaixonado pela verdade, que, de tanto buscar, acabou reencontrando
na Igreja Católica: “ó beleza, sempre antiga e sempre nova, quão tarde eu te
amei!”; “fizestes-nos para Vós, Senhor, e o nosso coração está inquieto,
enquanto não descansa em Vós!”: são frases comoventes escritas por ele nas suas
célebres “Confissões”, onde relata a sua vida de pecador arrependido. Transferiu-se
com sua mãe para Milão, na Itália. Dotado de inteligência admirável, a
retórica, da qual era professor, o fez se aproximar de Santo Ambrósio, Bispo de
Milão, também mestre nessa disciplina. Levado pela mãe a ouvir os célebres
sermões do santo bispo e nutrido com a leitura da Sagrada Escritura e da vida
dos santos, Agostinho converteu-se realmente, recebeu o Batismo aos 33 anos e
dedicou-se a uma vida de estudos e oração. Ordenado sacerdote e bispo, além de pastor
dedicado e zeloso, foi intelectual brilhantíssimo, dos maiores gênios já
produzidos em dois mil anos da História da Igreja. Escreveu numerosas obras de
filosofia, teologia e espiritualidade, que ainda exercem enorme influência.
Foi, por isso, proclamado Doutor da Igreja. De Santo Agostinho, disse o Papa
Leão XIII: “É um gênio vigoroso que, dominando todas as ciências humanas e
divinas, combateu todos os erros de seu tempo”. Sua vida demonstra o poder da graça
de Deus que vence o pecado e sempre, como Pai, espera a volta do filho pródigo.
Sua mãe, Santa Mônica, é o exemplo da mulher forte, de
oração poderosa, que rezou a vida toda pela conversão do seu filho, o que conseguiu
de maneira admirável. Exemplo para todas as mães que, mesmo tendo ensinado o
bom caminho aos seus filhos, os vêm desviados nas sendas do mal. A oração e as
lágrimas de uma mãe são eficazes diante de Deus. E a vida de Santo Agostinho é
uma lição para nunca desesperarmos da conversão de ninguém, por mais pecador
que seja, e para sempre estarmos sinceramente à procura da verdade e do bem.