Celebramos no domingo passado, por instituição do Papa
Francisco, o 1º Dia Mundial dos Pobres, ocasião oportuna para refletirmos mais
sobre a pobreza e suas implicações morais, na linha da doutrina social da
Igreja.
“Hoje muitos homens, talvez a maioria, não dispõem de
instrumentos que consintam entrar, de modo efetivo e humanamente digno, dentro
de um sistema de empresa, no qual o trabalho ocupa uma posição verdadeiramente
central... Em suma, eles, se não são propriamente explorados, veem-se
amplamente marginalizados, e o progresso econômico desenvolve-se, por assim
dizer, por cima das suas cabeças, quando não restringe ainda mais os espaços já
estreitos das suas economias tradicionais de subsistência... Muitos outros,
embora não estando totalmente marginalizados, vivem inseridos em ambientes onde
a luta pelo necessário é absolutamente primária... Infelizmente a grande
maioria dos habitantes do Terceiro Mundo vive ainda nestas condições” (S. João
Paulo II, Centesimus Annus, 33).
“Quanto aos deserdados da fortuna, aprendam da Igreja
que, segundo o juízo do próprio Deus, a pobreza não é um opróbrio e que
se não deve corar por ter de ganhar o pão com o suor do seu rosto. É o que
Jesus Cristo nosso Senhor confirmou com o seu exemplo. Ele que, ‘de muito rico
que era, se fez indigente’ (2Cor 8,9) para a salvação dos homens; que, Filho de
Deus e Deus Ele mesmo, quis passar aos olhos do mundo como filho dum
carpinteiro, que chegou a consumir uma grande parte da sua vida no trabalho
manual: ‘Não é Ele o carpinteiro, filho de Maria’ (Mc 6,3)? Quem tiver na sua
frente o modelo divino compreenderá mais facilmente o que vamos dizer: que a
verdadeira dignidade do homem e a sua excelência reside nos seus costumes,
isto é, na sua virtude; que a virtude é o patrimônio comum dos mortais,
ao alcance de todos, dos pequenos e dos grandes, dos pobres e dos ricos; só a
virtude e os méritos, seja qual for a pessoa em que se encontrem, obterão a
recompensa da eterna felicidade. Mais ainda: é para as classes desafortunadas
que o coração de Deus parece inclinar-se mais. Jesus Cristo chama os pobres
bem-aventurados (cf. Mt 5,3); convida com amor a virem até Ele, a fim de
consolar todos os que sofrem e choram (cf. Mt 11, 18). Abraça com a caridade
mais terna os pequenos e os oprimidos. Estas doutrinas foram, sem dúvida
alguma, feitas para humilhar a alma orgulhosa do rico e torna-la mais
condescendente, para reanimar a coragem daqueles que sofrem e inspirar-lhes
resignação. Com elas achar-se-ia diminuído o abismo procurado pelo orgulho e
obter-se-ia sem dificuldade que as duas classes se dessem as mãos, e as
vontades se unissem na mesma amizade” (Leão XIII, Rerum Novarum, 15).
“A caridade representa o maior mandamento social.
Respeita o outro em seus direitos. Exige a prática da justiça e só ela nos
torna capazes de praticá-la. Inspira uma vida de autodoação: ‘Quem procura
ganhar sua vida vai perdê-la; e quem a perder vai conservá-la’ (Lc 17, 33)”
(Catecismo da Igreja Católica, n. 1889).
Peçamos a Deus que nos ajude a evangelizar
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