O PAPA NA IGREJA

 

Um dos alicerces da nossa catolicidade, da Igreja Católica, é a instituição do Papado: o Papa como sucessor de São Pedro, constituído como chefe da Igreja, aquele que tem as chaves, o poder de ligar e desligar, sancionado por Deus no Céu. Nele se cumpre a promessa que Jesus fez à sua Igreja: “Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt 28, 20).

            Repito isso porque, alguns cristãos, zelosos pela ortodoxia, no ímpeto de defender algum dos valores e riquezas da Igreja, esquecem-se desse valor primordial. Destruído esse, os outros valores se desmoronam. Perde-se o vínculo da unidade na Igreja e da união com o fundador.        

           Uma das provas de que a Igreja é indefectível, apesar das fraquezas humanas, e goza da assistência contínua e infalível do seu fundador, é a instituição do Papado, que nos dá a garantia da presença contínua dele na sua Igreja, através daquele que lhe faz as vezes, o seu Vigário. 

           Jesus escolheu como seu vigário (que lhe faz as vezes, repito) na terra, Pedro, a pedra. E Pedro, primeiro Papa, é uma figura emblemática e paradigmática. Pedro se chamava Simão. Jesus lhe mudou o nome, significando sua missão, como é habitual nas Escrituras: “Tu és Simão, filho de João. Tu te chamarás Cefas! (que quer dizer Pedro - pedra)” (Jo 1, 42). Quando Simão fez a profissão de Fé na divindade de Jesus, este lhe disse: “Não foi carne e sangue quem te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. Por isso, eu te digo: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as forças do inferno não poderão vencê-la. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus (a Igreja): tudo o que ligares na terra será ligado nos céus e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus” (Mt 16, 13-19). Corajoso e com imenso amor pelo Senhor, sentiu também sua fraqueza humana, ao negar três vezes que o conhecia. “Simão, Simão! Satanás pediu permissão para vos peneirar, como o trigo. Eu, porém, orei por ti, para que tua fé não desfaleça. E tu, uma vez convertido, confirma os teus irmãos” (Lc 22, 31-32).  E Pedro, depois de ter chorado seu pecado, foi feito por Jesus o Pastor da sua Igreja.

São Pedro, fraco por ele mesmo, mas forte pela força que lhe deu Jesus, representa bem a Igreja de Cristo. “Cremos na Igreja una, santa, católica e apostólica, edificada por Jesus Cristo sobre a pedra que é Pedro... Cremos que a Igreja, fundada por Cristo e pela qual Ele orou, é indefectivelmente una, na fé, no culto e no vínculo da comunhão hierárquica. Ela é santa, apesar de incluir pecadores no seu seio; pois em si mesma não goza de outra vida senão a vida da graça. Se realmente seus membros se alimentam dessa vida, se santificam; se dela se afastam, contraem pecados e impurezas espirituais, que impedem o brilho e a difusão de sua santidade. É por isso que ela sofre e faz penitência por esses pecados, tendo o poder de livrar deles a seus filhos, pelo Sangue de Cristo e pelo dom do Espírito Santo” (Credo do Povo de Deus).

Nenhuma sociedade humana sobreviveria a tantas fraquezas e dificuldades, se não fosse a ação do Espírito Santo que a mantém incólume no meio de todas essas tempestades, até a consumação dos séculos.

 

        *Bispo da Administração Apostólica Pessoal

                                                                         São João Maria Vianney

                                                                         http://domfernandorifan.blogspot.com.br/

 

 

           

1 comentários:

  1. DIFERENCIEMOS SEMPRE OS MEMBROS DA IGREJA E DELA MESMA EM SI *EXTENSÃO DO CORPO DE CRISTO, INDESTRUTÍVEL E INDEFECTÍVEL SOB O PAPADO, DESDE S PEDRO AOS SUCESSORES PAPAS LEGITIMAMENTE ELEITOS!
    É extremamente conveniente e imprescindível distinguimos as diferenças intransponíveis entre ambos acima, pelo fato de aqueles serem pecadores desde a concepção até ao nascimento, cujas mães conceberam-nos no pecado, conforme reza o salmo 50 acentuadamente: "minha mãe me concebeu em pecado e no pecado nasci".
    Trata-se de que viemos à luz nesse mal e tornamo-nos dualistas, compostos de bem e mal, piorando é sermos muito mais tendenciosos a esse e menos dispostos em praticar o bem, para o qual parecemos arrastar-nos forçosamente para promovê-lo - é a nossa triste realidade, embora frutuosa oportunidade de santificarmo-nos ainda mais, vencendo as tentações de diversas modalidades!
    No entanto, a não ser que sejamos previa e abundantemente contemplados com especiais graças de Deus - suplicando Lhas sempre ou um privilegiado desde o nascimento, como aconteceram com diversos santos de relevo, como S Terezinha do Menino Jesus, cujo ambiente familiar de pais santos favoreceram-na demasiado na sua vocação e santidade de vida, a ponto de tornar-se doutora da Igreja por seus maravilhosos escritos!
    Note-se, apesar de uma vida temporal muito diminuta dela, foi maximamente bem aproveitada no amor a Deus, incontestável exemplo para nós, tão tíbios, ainda mais nessa época paganizada pelas ideologias niilistas marxistas, até a partir de dentro da Igreja por infiltrados da maçonaria, passando-se desde clérigos até à Alta Hierarquia, embora promovendo pavorosos escândalos - aparentando nem um pouco arrependidos, até sorridentes quando interpelados sobre suas participações, sempre negando, jamais desculpando-se, pedindo perdão - até que apareçam os vídeos comprovando seus malfeitos...
    O homem, obrigatoriamente não é o produto do meio, no entanto, que esse pode influenciá-lo ou determinar-lhe seus comportamentos pelo restante da vida é indiscutível e - embora nesse meio possam surgir algum santo - apesar de essa não ser a regra geral - pois os planos de Deus para cada criatura, mesmo nesses ambientes, é insondável para nós determinarmo-la.
    Porém, ao lamentável quadro acima nosso, comum a todos os viventes, temos uma única exceção: Nossa Senhora, a Qual, antecipadamente pelos méritos de Cristo foi preservada miraculosamente do pecado original! Afinal, ela era o seio virginal para acolher o Todo Poderoso, Verbo Encarnado, Puríssimo e não poderia nascer de uma mulher outra com qualquer mancha oriunda de nossos primeiros pais que cairam nas sedutoras palavras da Serpente do Éden, retransmitindo-nos-lo, o qual é extinto no Santo Batismo, embora, nem por isso, o dualismo interno nosso de bem e mal sejam extirpados.
    Assim sendo, vivemos numa incessante batalha do bem x mal do começo ao fim da vida tão logo tomemos consciência e, se formos cristãos católicos de verdade, frequentarmos rigidamente e assim cumprirmos os Mandamentos do Senhor Deus e da Igreja, atentos à vida dos santos a que mais nos afeiçoamos e imitamos seus carismas, modos de ação a que mais nos atraem, amando a Deus acima de tudo, podemos ter grande esperança de nossa salvação de não sermos confundidos entre os infiéis e réprobos com aquele terribilíssimo - não o conheço - dirá o Justo Juiz post mortem e no Juízo Final ao infiel!

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