São Leonardo de Porto Maurício, missionário
franciscano e exímio pregador, falando sobre a grande responsabilidade dos pais
de família, nos conta uma curiosa parábola: certo pastor de cabras foi preso e
lançado na prisão sem saber por quê. E ele dizia a si mesmo: eu não fiz mal
algum, eu rezava, tocava minha flauta, colhia flores e descansava à sombra de uma
árvore. Que mal há nisso? Levado ao julgamento, ele protestava: vocês estão me
tomando por outra pessoa, eu não fiz mal algum! E no tribunal lhe perguntaram:
você não é o pastor tal, guardião daquele rebanho? Sim, respondeu ele. Você
está condenado às galés. Mas por que? Enquanto você tocava sua flauta e
descansava, suas cabras romperam a cerca, entraram na plantação do vizinho e
destruíram tudo. Elas são animais irracionais. Mas você era o guardião e
responsável: crime de omissão. Pela sua negligência, está condenado a pagar
todos os prejuízos.
Pequenas
negligências podem causar grandes estragos. Pequenas faltas de atenção podem
causar grandes desastres. Pequenas ao nosso julgamento, mas são enormes.
Ainda
estamos abalados com a tragédia de Santa Maria, onde mais de duzentos jovens
perderam a vida. E a causa? Claro que ninguém teve a intenção de mata-los. Mas
houve negligências, omissões, pequenas na aparência, mas com tão grandes
consequências! Na forração acústica do teto, trocaram, uma espuma por outra,
inflamável... Os encarregados de fazer a vistoria a deixaram para depois... A
fiscalização não foi atenta... Usaram fogos inapropriados para o local... Não
houve preocupação com um possível caso de pânico..., etc. Um acúmulo de
“pequenas” negligências que causou tão grande tragédia. E se tornaram graves.
O
mesmo já aconteceu em inúmeros desastres. No circo de Niterói, cobriram a lona
com cera, para que ficasse impermeável, mas se tornou inflamável em alguns
segundos. No Titanic, o telegrafista não se importou com as insistentes advertências
dos outros navios sobre a presença de perigosos icebergs. Alguém esqueceu um
aparelho ligado no prédio que depois virou uma fornalha. Uma pequena distração
do motorista, uma conversa ao celular, uma inadvertência do comandante do transatlântico,
um cochilo do piloto do avião que depois ficou ingovernável, etc. Pequenas
negligências, grandes desastres! A irresponsabilidade é falta grave.
A “Imitação
de Cristo” nos lembra o adágio: “Age quod agis”, faze bem aquilo que fazes. O
zelo é o contrário da negligência. É preciso senso de responsabilidade, seriedade
no cumprimento do dever do qual se é encarregado, atenção e cuidado, para não
sermos culpados de grandes prejuízos. Isso se aplica a toda classe de deveres e
trabalhos de grande responsabilidade: pais, poderes públicos, médicos,
enfermeiros, motoristas, aviadores, mecânicos, etc. O pecado de omissão pode
ser tão grave quanto o de uma ação má.
E se os homens não nos
responsabilizarem, não ficaremos imunes à justiça divina. Jesus promete o
prêmio eterno a quem for fiel nas pequenas coisas e adverte que prestaremos
contas no dia do Juízo de qualquer palavra ociosa que tivermos proferido.
O pecado de omissão pode ser tão grave quanto o de uma ação má.
ResponderExcluirO mundo seria outro se nós observássemos este pensamento.
BLOG JFCBALBI.
http://jfbalbi.blogspot.com.br/
Excelente texto. Nos faz refletir nas pequenas coisas e talvez coisas que não achamos importantes e que no fim, pode ser desastrosa.
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ResponderExcluirCURTI O TEXTO DE DOM FERNANDO E O COMENTARIO DE ANDREJO. DEUS ABENÇÕE A TODOS !
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