Foi comemorado dia 8 passado o dia internacional da
mulher, mas ainda é oportuno voltar ao tema. E digamos logo, sem rodeios, por
amor à verdade: foi o cristianismo que salvou a dignidade da mulher! A
história, nos testemunhos de Juvenal e Ovídio, nos conta que a moral sexual e a
fidelidade conjugal, antes do cristianismo, estavam em extrema degradação. Constatamos
isso, vendo atualmente a situação da mulher nos povos que não têm o
cristianismo. No começo do século II, Tácito afirmava que uma mulher casta era
um fenômeno raro. Galeno, o médico grego do século II, ficava impressionado com
a retidão do comportamento sexual dos cristãos. Os próprios historiadores são
obrigados a confessar que foram os cristãos que restauraram a dignidade do
matrimônio.
O
cristianismo estendeu o conceito de adultério também à infidelidade do marido,
pois no mundo antigo ele só se limitava à infidelidade da esposa. O cristianismo
santificou o matrimônio, elevando-o à ordem de sacramento, proibindo o divórcio,
que prejudica, sobretudo, a mulher. O cristianismo, ao contrário da mentalidade
machista, iguala o pecado do homem e da mulher: o sexto e o nono mandamentos
valem igualmente para os dois.
As
mulheres encontraram na Igreja, conforme a sua própria condição, seu lugar
digno: foi-lhes permitido formar comunidades religiosas dotadas de governo
próprio, dirigir suas próprias escolas, conventos, colégios, hospitais e orfanatos,
coisa impensável no mundo antigo (cf. Thomas E. Woods Jr, “Como a Igreja
Católica construiu a civilização ocidental”).
Isso confere
com o que ensina Papa B. João Paulo II: “Cristo
se constituiu, perante os seus contemporâneos, promotor da verdadeira dignidade
da mulher e da vocação correspondente
a tal dignidade. Às vezes, isso provocava estupor, surpresa, muitas vezes
raiando o escândalo: ‘ficaram admirados por estar ele conversando com uma
mulher’ (Jo 4, 27), porque este comportamento se distinguia daquele dos
seus contemporâneos. Em todo o ensinamento de Jesus, como também no seu
comportamento, não se encontra nada que denote a discriminação, própria do seu
tempo, da mulher. Devemos nos colocar no contexto do ‘princípio’ bíblico, no
qual a verdade revelada sobre o homem como ‘ imagem e semelhança de Deus’
constitui a base imutável de toda a antropologia cristã. ‘Deus
criou o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou, criou-os homem e mulher’
(Gn 1, 27). Os dois são seres humanos, em grau igual, ambos criados à
imagem de Deus” (Mulieris dignitatem,
sobre a dignidade e a vocação da mulher).
Mas, “a igualdade de dignidade não significa ser
idêntico aos homens. Isso só empobrece as mulheres e toda a sociedade,
deformando ou perdendo a riqueza única e valores próprios da feminilidade. Na
visão da Igreja, o homem e a mulher foram chamados pelo Criador para viver em
profunda comunhão entre si, conhecendo-se mutuamente, para dar a si mesmos e
agir em conjunto, tendendo para o bem comum com as características
complementares do que é feminino e masculino” (João Paulo II, Mensagem sobre a
mulher, 26/5/1995).
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