A Páscoa, maior festa religiosa do
calendário cristão, é a celebração da gloriosa Ressurreição de Jesus Cristo, a
sua vitória sobre o pecado, sobre a morte e sobre a aparente derrota da Cruz.
Cristo ressuscitou glorioso e triunfante para nunca mais morrer, dando-nos o
penhor da nossa vitória e da nossa ressurreição. Choramos a sua Paixão e nos
alegramos com a vitória da sua Ressurreição. Para se chegar a ela, para vencer
com ele, aprendemos que é preciso sofrer com ele: “Quem quiser vir após mim,
renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” (Mt 16,24). “Que por sua Paixão
e Cruz cheguemos à glória da Ressurreição!”. A morte não é o fim. O Calvário
não foi o fim. Foi o começo de uma redenção, de uma nova vida. A Páscoa é,
portanto, a festa da alegria e a da esperança na vitória futura.
Como
figura, esta festa já existia no Antigo Testamento. Era a celebração da
libertação da escravidão do Egito, na qual sofreram os israelitas, povo de
Deus, por muitas gerações, sendo libertados por Moisés que, por ordem do
Senhor, fulminou os egípcios com as célebres dez pragas. Na última dessas
pragas, na passagem do anjo de Deus (Páscoa quer dizer passagem, em hebraico),
os egípcios foram castigados com a morte dos seus primogênitos, ao passo que os
hebreus foram poupados por causa do sangue do cordeiro que imolaram, conforme o
Senhor havia prescrito. Todos os anos, em ação de graças, eles repetiam, por
ordem de Deus, essa ceia de Páscoa: milhares de cordeiros eram imolados na
sexta-feira antes da Páscoa.
Assim o cordeiro ficou sendo por
excelência a vítima do sacrifício. São João Batista, ao apresentar Jesus ao
povo, disse: “Eis o Cordeiro de Deus, aquele que tira o pecado do mundo!” Esse
Cordeiro de Deus, numa sexta-feira antes da Páscoa foi também imolado,
realizando, com o seu sangue, a libertação do mundo do pecado, ressuscitando no
terceiro dia. Essa é a nossa festa da Páscoa, a festa da Ressurreição de Cristo,
o verdadeiro Cordeiro de Deus, o fim do Antigo Testamento e o começo da nova
Aliança entre Deus e os homens, o início da Igreja.
“Se se considera a importância que tem o
sábado na tradição do Antigo Testamento, baseada no relato da criação e no
Decálogo, torna-se evidente que só um acontecimento com uma força
extraordinária poderia provocar a renúncia ao sábado e sua substituição pelo
primeiro dia da semana. Só um acontecimento que se tivesse gravado nas almas
com uma força fora do comum poderia haver suscitado uma mudança tão crucial na
cultura religiosa da semana. Para isso não teriam bastado as meras especulações
teológicas. Para mim, a celebração do Dia do Senhor, que distingue a
comunidade cristã desde o princípio, é uma das provas mais fortes de que aconteceu
uma coisa extraordinária nesse dia: o descobrimento do sepulcro vazio e o
encontro com o Senhor Ressuscitado” (Bento XVI – Jesus de Nazaré II).
Feliz
e Santa Páscoa para todos: que todos fiquemos alegres com a esperança que Jesus
Cristo nos dá com o seu triunfo, penhor da nossa vitória um dia no Céu, onde
todos esperamos nos encontrar.
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