AUTORIDADE DA ENCÍCLICA

               A última encíclica do Papa Francisco, “Laudato si”, sobre o cuidado da casa comum, contém importantes ensinamentos para o mundo de hoje. Alguns, porém, poderiam contestar, dizendo que não se trata de um dogma de fé e seus ensinamentos são discutíveis.
                Há diversos graus de autoridade nos ensinamentos da Igreja. No primeiro grau, estão as verdades divinamente reveladas, ensinadas de forma solene pelo Magistério infalível, que exigem de nós assentimento pleno e irrevogável de fé. No segundo grau, estão as verdades relacionadas com o campo dogmático ou moral, necessárias para guardar e expor o depósito da fé, propostas de modo definitivo pela Igreja, a que devemos também um assentimento pleno e irrevogável, baseado na fé da assistência do Espírito Santo ao Magistério. No terceiro grau, estão os ensinamentos que o Romano Pontífice ou o Colégio Episcopal propõem quando exercem o magistério autêntico, ainda que não entendam proclamá-los com um ato definitivo.
                É nesse terceiro grau que se enquadra a Encíclica “Laudato si”, do Papa Francisco.
            A esses ensinamentos do terceiro grau do Magistério, ou seja, do Magistério simplesmente autêntico, ainda que não tenham sido definidos com um juízo solene nem propostos como definitivos pelo Magistério ordinário e universal, “é exigida uma religiosa submissão da vontade e da inteligência. Esta não pode ser puramente exterior e disciplinar (silêncio respeitoso), mas deve colocar-se na lógica e sob o estímulo da obediência da fé” (Donum Veritatis, 23). Infelizmente há uma pressuposta equação falsa em voga: ensinamento magisterial não definitivo é igual a não obrigatório.
            “Porque o ensinamento não infalível da Igreja, embora não de maneira absoluta, é também assistido pelo Espírito Santo. Muito se enganaria, pois, quem cuidasse que ele nos deixa inteiramente livres de assentir ou de discordar. Não obrigar sob pena de heresia, está longe de equivaler a não obrigar de todo... Nem basta acolher este ensinamento com um silêncio respeitoso; impõe-se uma adesão intelectual” (Penido – O Mistério da Igreja, VII).
 “Nem se deve crer que os ensinamentos das encíclicas não exijam, por si, assentimento, sob alegação de que os sumos pontífices não exercem nelas o supremo poder de seu magistério. Entretanto, tais ensinamentos provêm do magistério ordinário, para o qual valem também aquelas palavras: ‘Quem vos ouve a mim ouve’ (Lc 10,16)” (Pio XII, Humani Generis, 20)
“Com relação ao ensinamento do Magistério em matéria em si não irreformável, a vontade leal de se submeter deve ser a regra... Neste âmbito de intervenções de tipo prudencial, aconteceu que alguns documentos magisteriais não fossem isentos de carências. Os Pastores nem sempre colheram prontamente todos os aspectos ou toda a complexidade de uma questão. Mas seria contrário à verdade se, a partir de alguns casos determinados, se inferisse que o Magistério da Igreja possa enganar-se habitualmente nos seus juízos prudenciais, ou não goze da assistência divina no exercício integral da sua missão” (Donum Veritatis 24/5/1990, 24).

3 comentários:

  1. A bênção, D Fernando!
    É difícil no presente existirem critérios acertados acerca do expressado na mídia sobre a fé católica - mesmo de certos relativistas religiosos associados ao modernismo ou a esquerdistas, caso dos padres da TL - à exceção dos ensinamentos conservadores da Igreja e ratificados no Vaticano II ou expressos em seus documentos oficiais; por sinal. foi um Concilio tão válido quanto os outros.
    Entretanto, nos sites católicos nos comentários de participantes, é tido como inválido e similares, notado em talvez por uns 98%, inclusive expressando-se de forma bastante irresponsável por palavras injustificaveis de parte dos contestadores, incorrendo em gravíssimo erro; dependendo do caso, cismáticos ou hereges!
    E excetuando-se os sites sedevacantistas, fora da estatística!
    Certo é que os maquiavélicos ideologistas, experts dos laboratórios de engenharia social penetraram a tal ponto nas mentes via guerra cultural na mídia globalista - A IMPRENSA É A MAIS PODEROSA ARMA DE NOSSO PARTIDO -Stálin - que estamos imersos nelas, muitas vezes sem dar conta: são eximios falsários, experts em fraudarem a verdade e repassarem ideologias sob forma de verdade de fé católica, de forma quase imperceptível, exigindo bastante pericia, e as tramas contidas não são captadas pelo público em geral.
    O caso da Laudato Sì, por ex., nas redes conservadoras, mais na questão temporal, está bastante criticada e o papa Francisco, ao conter certas restrições a economias de mercado - de certa forma se privilegiaria o estatismo vermelho, comprovado gerador do "igualitarismo da miséria" - menos para os donos do poder da Corte dos irmãos Castro.
    É o caso da martelo e foice e fortemente escravagista Cuba - idem perseguidora formal da Igreja até então, imensa favela a ceu aberto, depois de mais de 50 anos de intenso comunismo!
    Aliás, Cuba é idolatrada pelo marxi-revolucionário PT, gerador de miseráveis e alienados, como modelo ideal dessa paranoia para o Brasil e toda a já tão oprimida América Latina, tendo como exemplo o inferno em que se tornou a Venezuela após o golpe e atualmente sob as patas dos comunista!.
    Acrescentam-se mais ressalvas posteriormente pela recente visita à Bolivia do papa Francisco, não se opondo à "PATRIA GRANDE", do Foro de S Paulo-Lula/Fidel Castro; assim, estaria a apoiando.
    Na questão de suposto aquecimento por atividade industrial, sem criticar os países comunistas, como a China e os ex da URSS, até hoje, os maiores devastadores e poluidores do planeta por terem a mídia censurada; nunca se saber de nada real, ponto principal em termos de degradação ambiental por meio dos esquemas de industrialização estatal centralmente planificada das antigas nações comunistas, além de fortemente opressoras.
    Quem visitou a antiga URSS ou o Leste Europeu durante o comunismo da Cortina de Ferro via a paisagem devastada o constatava!
    No entanto, tem pontos interessante como não dar socorros a bancos, que o crescimento demográfico não prejudica o meio ambiente, dentre mais.
    Muito reprovável: em varios sites conservadores frequentados, o papa Francisco está em maioria severamente criticado até com inverdades, caluniado, tratado como da mesma estirpe, colega de time!

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  2. Parece que o papa Francisco no seu documento pede para que nós cuidemos do meio ambiente que foi agredido no mundo inteiro, principalmente nos países ricos. É um assunto importante e atual que merece a nossa atenção.

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  3. Papa Leão XIII, Satis cognitum, #9, 29 de Junho de 1896:
    “A prática da Igreja tem sido sempre a mesma, apoiada pelo juízo unânime dos Santos Padres, que sempre consideraram como excluídos da comunhão católica e fora da igreja qualquer um que se desvie, NO MENOR GRAU QUE SEJA, de qualquer ponto de doutrina proposta pelo seu magistério autêntico.”.

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