Interrogam-nos
às vezes o que achamos da proliferação de igrejas pelo nosso Brasil afora. De
um lado, reconhecemos a busca do povo pela religiosidade, por Deus, pelas
coisas espirituais. Por outro lado, lamentamos profundamente que se abuse da
boa fé do povo e da sua procura por Deus e se lhes ofereçam caminhos errados. Estamos em “um
novo período da história, caracterizado pela desordem generalizada..., pela
difusão de uma cultura distante e hostil à tradição cristã e pela emergência de
variadas ofertas religiosas que tratam de responder, à sua maneira, muitas
vezes errônea, à sede de Deus que nossos povos manifestam”(DocAp 10).
É tempo de mais reflexão e oração. E
hoje, por sinal, começamos a Novena de preparação para o Santo Natal. Será um
Natal especial, dentro do Ano Santo da Misericórdia. “Jesus Cristo é o rosto da misericórdia do Pai. O mistério da fé
cristã parece encontrar nestas palavras a sua síntese. Tal misericórdia
tornou-se viva, visível e atingiu o seu clímax em Jesus de Nazaré. O Pai, ‘rico
em misericórdia’ (Ef 2,
4), depois de ter revelado o seu nome a Moisés como ‘Deus misericordioso e
clemente, vagaroso na ira, cheio de bondade e fidelidade’ (Ex34,
6), não cessou de dar a conhecer, de vários modos e em muitos momentos da história,
a sua natureza divina. Na ‘plenitude do tempo’ (Gl 4, 4), quando tudo estava pronto
segundo o seu plano de salvação, mandou o seu Filho, nascido da Virgem Maria,
para nos revelar, de modo definitivo, o seu amor. Quem O vê, vê o Pai (cf. Jo 14, 9). Com a sua palavra, os seus
gestos e toda a sua pessoa, Jesus de Nazaré revela a misericórdia de Deus”
(Papa Francisco, Misericordiae vultus,1). É esse Jesus misericordioso que
esperamos no Natal.
E o esperamos em companhia da Mãe de Misericórdia, Maria
Santíssima, modelo de expectativa do Messias. Na oração litúrgica das Vésperas dos
dias que antecedem a grande festa natalina, cantam-se as belíssimas antífonas
latinas que começam com a exclamação de desejo “Ó!”: Ó Sabedoria, Ó Adonai, Ó
Raiz de Jessé, Ó Chave de Davi, Ó Oriente, Ó Rei das Nações, Ó Emanuel,
palavras das antigas profecias bíblicas, referentes ao Salvador. Por causa
dessas antífonas da expectação, o povo deu a ela o título de Nossa Senhora do
Ó.
O Documento de Aparecida exalta “o papel tão
nobre e orientador que a religiosidade popular desempenha, especialmente a
devoção mariana, que contribuiu para nos tornar mais conscientes de nossa comum
condição de filhos de Deus” (37). Mas, reconhece que “no entanto, devemos
admitir que essa preciosa tradição começa a diluir-se... Nossas tradições
culturais já não se transmitem de uma geração à outra...” (39). “Observamos que o crescimento percentual da
Igreja não segue o mesmo ritmo que o crescimento populacional... Verificamos,
deste modo, uma mentalidade relativista no ético e no religioso.... Nas últimas
décadas vemos com preocupação, que numerosas pessoas perdem o sentido
transcendental de suas vidas e abandonam as práticas religiosas... ‘Percebe-se
certo enfraquecimento da vida cristã no conjunto da sociedade e da própria
pertença à Igreja Católica’ (Bento XVI)” (100).
A bênção, D Fernando!
ResponderExcluirFeliz Natal!
Intensificando-se a paganização do mundo que vem mais distantemente da Reforma (Revolta) Protestante adiante sob os auspicios do Iluminismo, a adoção do material-ateísmo incide numa situação que vem se agravando há séculos, seguidamente.
No entanto, no século XIX tomou forma mais evidente, e nem a comparemos a partir dos anos 60 devido aliar-se aos avanços tecnológicos pertencentes aos grandes globalistas, em que cada vez mais as pessoas se "ligam" a seus interessantes inventos, se bem direcionados; em contrario, desconectam-se da realidade, caindo todos no mundo da alienação virtual, resultando em tornarem-se seus fantoches - o que mais querem!
Assim, tendo o seu maior e poderoso exército nas mãos, a midia controlada, aproveitam-se dela e alienam o povo com seus conteúdos niilistas, de forma maciça, até que o domestiquem e o faça cativo, tendo nós como exemplos as novelas e os BBB - a zona boemia em seu lar a um clic - assim como similares programas noticiosos nas redes de teleperversão da vida - desinformação sob forma de informação, o que mais existe e se constata!
Dessa forma, as festividades católicas que conduzem o homem para o transcendente, como o Santo Natal, comemoração da vinda do Senhor Deus Menino, são desviadas para o imanente, para um certo natal do ventre e anexos exterioristas a ele, e não ao Natal do Salvador integral da pessoa, resultando desse desprezo e indevida troca num caos intencional que reflete na atual sociedade tão desintegrada, bastante conflitiva, destroçada pelo desrespeito à familia cristã nos aspectos ético-moral-religioso e, complementando para pior, nas múltiplas deficiencias financeiras!
D. Fernando: gostaria de saber, se o sr. estabeleceu a igreja de Nossa Senhora do Terço com a indulgência da Porta Santa, pois, está sendo ensinado lá que pode-se lucrar dita indulgência em qualquer "capelinha", além do que, o Pároco deu uma "bênção" da "Porta Santa". É certa esta concessão, e há outras igrejas da Administração Apostólica com este benefício? Por favor, peço-vos, que me oriente. Peço-vos, a vossa bênção sobre mim e a minha família. Ave Maria!
ResponderExcluirSe nós fizessemos uma catequese, dizendo ao povo que a igreja de Jesus Cristo é a nossa e as outras são criadas por homens, com certeza nós teríamos mais gente professando a fé católica. Peçamos ao nosso bom Deus que nos proteja e nos ilumine.
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