Dia 1º de maio, dia do trabalho, foi também dia de São
José operário, patrono dos trabalhadores. Desejoso de ajudar os trabalhadores a
santificar o seu dia, já mundialmente comemorado, o Papa Pio XII instituiu a
festa de São José operário, modelo do trabalhador. De origem nobre da Casa de
Davi, ganhando a vida como simples carpinteiro, São José harmoniza bem a união
de classes em uma sociedade cristã, onde predominam a justiça e a caridade.
Preconizando “a prioridade do trabalho
em confronto com o capital” (S. João Paulo II, Laborem Exercens 12), a
doutrina social da Igreja ensina também que, para uma sadia economia, são
necessários o trabalho e o capital, na clássica formulação de Leão XIII: “Elas
(as duas classes – a dos detentores do capital e a dos que oferecem a
mão-de-obra) têm imperiosa necessidade uma da outra: não pode haver capital sem
trabalho, nem trabalho sem capital. A concórdia traz consigo a ordem e a
beleza...” (Rerum Novarum 31). E defende o direito de propriedade, por
ser ela fruto do trabalho humano, e a necessidade do justo salário, que seja
suficiente para assegurar a subsistência do operário sóbrio e honrado (Rerum
Novarum 16 e 61).
O trabalho é obra de Deus. Deus, ao
criar o homem, colocou-o no jardim do Éden para nele trabalhar. O trabalho
existe, portanto, antes do pecado. Depois deste, passou a ter a conotação de
penitência, pois adquiriu uma nota de dificuldade e o necessário esforço para
desempenhá-lo: “Comerás o pão com o suor do teu rosto” (Gn 3,19).
O trabalho é algo muito digno e nobre, seja ele qual
for, desde que seja honesto e nos encaminhe para Deus, seu autor. O trabalho é também expressão do amor. “A expressão
quotidiana deste amor na vida da Família de Nazaré é o trabalho. O texto evangélico especifica o tipo de trabalho,
mediante o qual José procurava garantir a sustentação da Família: o trabalho de
carpinteiro. Esta simples
palavra envolve toda a extensão da vida de José. Para Jesus este período
abrange os anos da vida oculta, de que fala o Evangelista, a seguir ao episódio
que sucedeu no templo: ‘Depois, desceu com eles para Nazaré e era-lhes
submisso’ (Lc 2, 51).
Esta submissão, ou seja, a obediência de Jesus na casa de Nazaré é entendida também como participação no trabalho de José.
Aquele que era designado como o ‘filho do
carpinteiro’, tinha aprendido o ofício
de seu ‘pai’ adotivo. Se a Família de Nazaré, na ordem
da salvação e da santidade, é exemplo e modelo para as famílias humanas, é-o
analogamente também o trabalho de
Jesus ao lado de José carpinteiro. Na nossa época, a Igreja pôs em
realce isto mesmo, também com a memória de São
José Operário, fixada no primeiro de maio. O trabalho humano, em particular o trabalho manual, tem no Evangelho uma acentuação especial.
Juntamente com a humanidade do Filho de Deus ele foi acolhido no
mistério da Encarnação, como também foi redimido de maneira particular.
Graças ao seu banco de trabalho, junto do qual exercitava o próprio ofício
juntamente com Jesus, José aproximou o trabalho humano do mistério da Redenção”(S. João Paulo II, Ex. Apost. Redemptoris
Custos 22).
Procuremos seguir o exemplo de São José Operário. Que ele no Céu peça a Jesus por nós.
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