Domingo próximo será a festa do DIVINO, ou seja, a
solenidade de Pentecostes, na qual celebraremos a vinda do
Divino Espírito Santo sobre os Apóstolos reunidos com
Nossa Senhora: a inauguração da Igreja de Cristo, seu
Corpo Místico vivo, pela ação do Espírito Santo.
Deus, ao criar Adão, o primeiro homem,
após formar o seu corpo do pó do solo, soprou sobre ele
um “sopro de vida”, surgindo assim o ser humano
completo, corpo e alma (Gn 2, 7). Jesus, durante sua
vida pública, formou o corpo da Igreja: convocou os
Apóstolos, a quem deu a sua autoridade, escolheu Pedro
para o chefe, a “pedra”, e deu-lhes o poder de
transmitir a graça e os seus ensinamentos. Estava
formada a hierarquia, a Igreja docente, que, junto com
os outros discípulos, a Igreja discente, formava o corpo
da Igreja. Faltava agora a alma, o sopro da vida. Sopro
em latim é “spiritus”. Sopro divino, a alma da Igreja, é
o Espírito Santo, que Jesus enviou sobre os Apóstolos,
sobre a sua nascente Igreja. Agora a obra está completa.
Assim o Espírito Santo completou a obra de Cristo,
santificando os Apóstolos, transformando-os de fracos em
fortes, de medrosos em corajosos, de ignorantes em sábios,
para assim pregarem o Evangelho de Jesus a todos os povos,
enfrentando a sabedoria pagã, as perseguições e até a
morte, pela causa de Cristo. E até hoje, é o Espírito
Santo que dá força aos mártires, testemunhas do Evangelho
até o derramamento do sangue, o vigor aos missionários e
pregadores, a ciência aos doutores, a pureza às virgens, a
perseverança aos justos e a conversão aos pecadores. É o
Espírito Santo que garante a indefectibilidade e a
infalibilidade à Igreja, até ao fim do mundo. Nenhuma
sociedade humana sobreviveria a tantas perseguições,
tantas heresias e cismas, tantos inimigos externos e
internos, tanta gente ruim no seu seio (nós, por
exemplo!), leigos, padres, Bispos e Papas ruins, tantos
escândalos da parte dos seus membros, tantas dificuldades,
se não fosse a ação do Espírito Santo que a mantém
incólume no meio de todas essas tempestades, até a
consumação dos séculos. É essa ação do Espírito Santo que produziu os santos, que fazem a glória da Igreja, e são milhares e milhares. Conhecemos alguns por nome, respeitados por todo o mundo, mesmo pelos não católicos e não cristãos: quem não respeita e admira a santidade de um São Francisco de Assis, a ciência de um Santo Agostinho, um São Jerônimo e um Santo Tomás de Aquino, a firmeza de São Sebastião, a pureza de Santa Inês e Santa Cecília, a candura de Santa Teresinha do Menino Jesus, a caridade de Santa Teresa de Calcutá e da Beata Dulce dos Pobres, etc. É o Espírito Santo, presente na Igreja, que cumpre a promessa de Jesus: “Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt 28, 20).
A Igreja reproduz a condição do seu Divino Fundador, Jesus, Deus e homem. Como Deus, perfeitíssimo como o Pai, como homem, sujeito a fraquezas como nós, exceto no pecado. Também a Igreja, humana e fraca nos seus membros, que somos todos nós, é divina nos seus ensinamentos, graça e perfeição, pela presença do Espírito Santo, continuador da obra de Jesus.
Deus o abençoe. Sou filisofo e teólogo. Colaborador do blog vocacionadosdedeusemaria.bkogspot.com e modestaspropostas.bogspot.com . PAX Christi
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