Este
mês de junho é repleto de comemorações: é o mês do Divino Espírito
Santo, mês do Coração de Jesus, mês eucarístico (Corpus Christi), e o
mês das tradicionais festas juninas, em honra de três santos de especial
importância: Santo Antônio, dia 13, São João Batista, dia 24, e São
Pedro, dia 29. Infelizmente, como muitas outras festas religiosas, as
festas juninas são também um pouco desvirtuadas, ficando-se nos
acessórios e esquecendo-se do principal. Hoje vamos nos deter no santo
dos milagres, Santo Antônio, cuja festa celebraremos amanhã.
Santo Antônio de Pádua é também chamado, sobretudo pelos
portugueses, Santo Antônio de Lisboa. Ele nasceu em Lisboa, chamava-se
Fernando, foi cônego da Ordem da Cruz em Lisboa e, depois, em Coimbra.
Ali, como hospedeiro, recebeu alguns franciscanos que estavam de partida
para Marrocos, na África, onde iriam trabalhar na evangelização dos
muçulmanos. Lá foram martirizados e seus corpos foram trazidos para
Coimbra, onde foram vistos pelo Cônego Fernando, que, assim, concebeu um
grande desejo de ser também franciscano para também receber a palma do
martírio. Entrou, pois, na Ordem Franciscana, recém fundada por São
Francisco de Assis, recebendo o nome de Antônio. Foi, como era seu
desejo, enviado à África, mas seu navio passou por grande tempestade e
foi atirado nas costas da Itália. Lá teve oportunidade de conhecer São
Francisco pessoalmente.
Frei Antônio ficou obscuro até que um dia, tendo faltado um
pregador numa grande festa, pediram-lhe que fizesse a homilia. Então se
revelou o grande gênio da oratória que ele era e seu profundo
conhecimento das Sagradas Escrituras, fruto dos seus estudos e da sua
vida de oração. Foi então nomeado o pregador oficial dos Franciscanos e
professor de Teologia.
Pregou
na Itália e na França, recebendo as alcunhas de “Doutor Evangélico” e
“Martelo dos hereges”. Deus o abençoou com muitos milagres que
confirmavam sua pregação. É chamado “o santo dos milagres”, tal a
quantidade de fatos extraordinários e sobrenaturais que acompanhavam o
seu ministério. Sua língua está miraculosamente conservada em Pádua, há
mais de 700 anos.
Um dos grandes milagres da sua vida aconteceu em Rimini, na Itália,
quando, ao pregar na praça, percebeu o total desinteresse dos ouvintes.
Então lhes disse: “já que não me dais atenção, vou pregar aos peixes”. E
foi fazer o seu sermão na praia. Ao começar, os peixes acorreram em
profusão, ficando em ordem de altura, e balançando a cabeça em sinal de
atenção. É claro que o povo todo o acompanhou admirado e daí por diante
acudiu atento à sua pregação.
Os últimos seis meses da sua vida, passou em Pádua, na Itália,
pregando sempre o Evangelho. Ali, exausto, aos 36 anos de idade, veio a
falecer. Seu corpo ali se conserva, objeto de veneração de peregrinos de
todo o mundo. Foi canonizado em menos de um ano após sua morte. Sua
devoção está espalhada por toda a Igreja e seus exemplos são dignos de
memória e imitação por todos os cristãos.
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