ELES NÃO TÊM VINHO!


Nas Bodas de Caná, a falta de vinho teria sido um grande vexame. Os convivas queriam vinho. Nossa Senhora só expôs o problema, modelo de oração, deixando a Jesus a solução. E Jesus mandou encher a talhas de água, talvez causando decepção e transformou a água em vinho, e dos melhores (Jo 2,1-10). Deus espera que façamos a nossa parte e que confiemos nele.
E fazer a nossa parte, significa tomar os cuidados cabíveis e necessários, numa sadia ecologia cristã. No dia 24 de maio último comemoramos o 5º aniversário da encíclica Lodato Si do Santo Padre o Papa Francisco, sobre o cuidado da casa comum, contra o mal que provocamos à nossa irmã, a mãe terra, na expressão de São Francisco de Assis: “Esta irmã clama contra o mal que lhe provocamos por causa do uso irresponsável e do abuso dos bens que Deus nela colocou... A violência, que está no coração humano ferido pelo pecado, vislumbra-se nos sintomas de doença que notamos no solo, na água, no ar e nos seres vivos”.
Nesse tema de uma sadia ecologia, o Papa Francisco segue a linha dos seus predecessores: “Chamado a cultivar e guardar o jardim do mundo (cf. Gn 2, 15), o homem detém uma responsabilidade específica sobre o ambiente de vida, ou seja, sobre a criação que Deus pôs ao serviço da sua dignidade pessoal, da sua vida: e isto não só em relação ao presente, mas também às gerações futuras. É a questão ecológica — desde a preservação do ‘habitat’ natural das diversas espécies animais e das várias formas de vida, até à ‘ecologia humana’ propriamente dita — que, no texto bíblico, encontra luminosa e forte indicação ética para uma solução respeitosa do grande bem da vida, de toda a vida. Na realidade, ‘o domínio conferido ao homem pelo Criador não é um poder absoluto, nem se pode falar de liberdade de ‘usar e abusar’, ou de dispor das coisas como melhor agrade. A limitação imposta pelo mesmo Criador, desde o princípio, e expressa simbolicamente com a proibição de ‘comer o fruto da árvore’ (cf. Gn 2, 16-17), mostra com suficiente clareza que, nas relações com a natureza visível, nós estamos submetidos a leis, não só biológicas, mas também morais, que não podem impunemente ser transgredidas” (São João Paulo II, Evangelium vitae, 42).
“O tema do desenvolvimento aparece, hoje, estreitamente associado também com os deveres que nascem do relacionamento do homem com o ambiente natural... Quando a natureza, a começar pelo ser humano, é considerada como fruto do acaso ou do determinismo evolutivo, a noção da referida responsabilidade debilita-se nas consciências. Na natureza, o crente reconhece o resultado maravilhoso da intervenção criadora de Deus, de que o homem se pode responsavelmente servir para satisfazer as suas legítimas exigências — materiais e imateriais — no respeito dos equilíbrios intrínsecos da própria criação. Se falta esta perspectiva, o homem acaba por considerar a natureza um tabu intocável ou, ao contrário, por abusar dela. Nem uma nem outra destas atitudes corresponde à visão cristã da natureza, fruto da criação de Deus” (Bento XVI Caritas in Veritate, 48).


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