O APÓSTOLO DO BRASIL

 

Sexta-feira próxima, celebramos a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, recordando o grande amor de Deus por nós. Jesus Cristo, Deus feito homem, tem um coração como o nosso, com todas as perfeições divinas e humanas, num coração perfeito. E esse amor nós vemos espelhado no coração dos santos, que se dedicaram a espalhar o amor de Deus pelo mundo.

            Exemplo desse amor, nós o temos no Apóstolo do Brasil, o grande missionário São José de Anchieta, falecido em 9 de junho de 1597, em Reritiba, hoje Anchieta ES. Por isso, nesse dia, celebramos a sua memória.

São José de Anchieta nasceu na verdade em Tenerife, no arquipélago espanhol das Canárias, em 19 de março de 1534. Tendo recebido uma primorosa educação cristã em sua família, foi enviado a estudar em Coimbra, onde dividia o seu tempo entre o estudo e a oração. Sentindo-se chamado por Deus para a vida consagrada e desejando levar a luz do Evangelho aos que não o conheciam, entrou, aos 17 anos, na Companhia de Jesus, sociedade religiosa missionária recém-fundada por Santo Inácio de Loyola. Deus o provou com uma grave doença, com fraqueza e dores em todo o corpo, durante dois anos. Os superiores decidiram enviá-lo ao Brasil, na esperança de que o bom clima da terra lhe fizesse bem. Providência divina! Partiu de Lisboa em 1553, com 19 anos de idade, acompanhando o novo Governador Geral do Brasil, Duarte da Costa, e alguns outros jesuítas. 

Viveu aqui no Brasil dos 19 aos 63 anos, idade em que morreu, sendo ao longo desses 43 anos o verdadeiro “Apóstolo do Brasil”, participando da fundação de escolas, igrejas e cidades, liderando a catequese dos índios, aprendendo perfeitamente a língua deles e escrevendo a primeira gramática brasileira em tupi. É, junto com o Pe. Manuel da Nóbrega, o fundador da cidade de São Paulo, tendo estado também no Rio por ocasião da fundação da cidade, onde dirigiu o Colégio dos Jesuítas. Preparou alas da escola como enfermaria, criando a Santa Casa do Rio de Janeiro, sendo, além disso, diretor do Colégio dos Jesuítas em Vitória ES.

Anchieta lutou para que o Brasil não ficasse dividido entre portugueses e franceses. Quando, apoiados pelos franceses, os Tamoios se rebelaram contra os portugueses, Anchieta se ofereceu como refém, enquanto Manuel da Nóbrega negociava a paz. Ficou cinco meses no cativeiro, resistindo à tentação contra a sua castidade, pois os índios ofereciam mulheres aos prisioneiros. Para manter a virtude, Anchieta fez uma promessa a Nossa Senhora de que escreveria um poema em sua homenagem: é o seu célebre “Poema da Virgem”, de 4.172 versos.

A pé ou de barco, Anchieta viajou pelo Brasil inaugurando missões, catequizando e instruindo os índios e colonos, consolidando assim o cristianismo e o sistema de ensino no país, fundando povoados, sendo o grande promotor da expansão e interiorização do país. Ele amou os pobres e sofredores, amenizando e curando seus males e foi solidário com os índios, ajudando-os conhecer e amar a Deus em sua própria língua e costumes. Sadia enculturação!

 

        *Bispo da Administração Apostólica Pessoal

                                                                         São João Maria Vianney

                                                                         http://domfernandorifan.blogspot.com.br/

 

 

1 comentários:

  1. QUE O SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS E O IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA ENDOSSEM A DEVOÇÃO A TÃO TERNOS CORAÇÕES PARA CONOSCO, APESAR DE INJURIARMO-LOS, EMBORA AMBOS POR SI MESMOS SÃO PENHORES DE NOSSA ETERNA SALVAÇÃO!
    O Senhor Deus em quem acreditamos, cuja essência é-nos desconhecida por sermos simples criaturas, portanto limitadas, convida-nos a seguir na liturgia à constante recordação do SS Coração de Jesus logo após a festa do Imaculado Coração de Maria, tão extremamente ternos e afáveis para conosco, os quais não passamos de misérrimos e reincidentes pecadores, inserindo em: "Não conspires, ó ímpio, contra a casa do justo, não destruas sua habitação! Porque o justo cai sete vezes, mas ergue-se, enquanto os ímpios desfalecem na desgraça." Prov 24 15-16.
    De fato, o justo, após cada caída no pecado, reergue-se de imediato, reconhece a sua culpa e se dispõe a não mais cometê-lo - ao menos propositadamente, distanciando-se do erro, já que somos frágeis e dualistas, compostos de partes de bem e de mal, embora mais tendenciosos e direcionados a esse, mais que assegurado na prática!
    Tem-se demonstrado sobeja e amplamente pregado, confirmando firmemente que “Deus é amor”, incitando-nos recorrentemente a contemplar a sua gratíssima bondade, ternura e a infinita misericórdia de Deus, sem reservas quaisquer para conosco, colaborando para que nos entranhemos e compenetremos da validade desse amor gratuito, sem esperar recompensa alguma de nossa parte - senão injúrias - no entanto, é ideal que nos envolvamos na dinâmica de amor e viver nele, em graça, a nossa relação com Deus e com os irmãos numa mutuidade.
    Há uma catequese sobre a história de amor que une Jahweh a seu amado e eleito povo de Israel, doutrinando como foi o amor gratuito, sem prévias condições e ainda eterno, que levou o Senhor por seu beneplácito e escolher Israel, a libertá-lo dos povos paganizados e opressores à sua volta e em constantes escaramuças contra ele!
    Mais que sabido, não só os mais necessitados são os mais disponíveis para acolher os dons de Deus por possuirem também poucos recursos financeiros, que para o mundo é intolerável ser pobre em espírito e deficitário em bens desse mundo transitório, embora seja, é uma preciosa dádiva do Céu e indispensável para se apegar com mais intensidade nos bens perenes para após a vida mortal, que permanecem para a vida eterna a ser gozada no Céu, em relação a esses falsos bens que durarão apenas por um curto e determinado tempo, sem acrescentar nada ao crescimento espiritual e vive-se no vazio da fé; ao contrário a quem acolhe a proposta e segue a Jesus, cujo caminho é estreito e contém cruzes a serem transpostas, porém asseguradamente conduz para a vida eterna em sua companhia!
    Por certo, os receptivos poderão viver como filho de Deus, em comunhão com Ele por toda a eternidade, sendo que o apego aos bens e à fama grandiosos desse mundo que fiquem para os terráqueos, incentivados e/ou agregados às niilistas, pérfidas e devassas ideologias, as quais. com fictícias promessas de um mundo aprazível para todos, repleto de prazeres, a muitos subvertem com seus enganos, senão delirantes engodos, tal a eficácia das constantes lavagens cerebrais nos desprevenidos, caminhos trilhados por dissimulados ideologistas - mestres do engano!
    "Buscai o Senhor, vós todos, humildes da terra, que observais a sua lei; buscai a justiça e a humildade: talvez assim estareis ao abrigo no dia da cólera do Senhor". Sof 2,3

    ResponderExcluir

Seu comentário é muito bem vindo. Que Deus o abençõe.