Palavra oriunda do latim,
significando “vinda”, Advento é o tempo litúrgico de preparação para o Natal,
sendo, na expressão do Papa Francisco, “um novo caminho do Povo de Deus com
Jesus Cristo, o nosso Pastor, que nos guia na história para o cumprimento do
Reino de Deus e nos faz experimentar um sentimento profundo do sentido da
história. Redescobrimos a beleza de estar todos em caminho: a Igreja, com a
sua vocação e missão, e toda a humanidade, os povos, as culturas, todos em
caminho pelos caminhos do tempo”.
“Mas em
caminho para onde? Há uma meta comum? E qual é esta meta?”, pergunta o Papa.
“Este caminho não está nunca concluído. Como na vida de cada um de nós, há
sempre necessidade de começar de novo, de levantar-se, de reencontrar o sentido
da meta da própria existência, assim, para a grande família humana é necessário
renovar sempre o horizonte comum rumo ao qual somos encaminhados. O horizonte
da esperança! Este é o horizonte para fazer um bom caminho. O tempo do Advento,
que começamos de novo, nos restitui o horizonte da esperança, uma esperança que
não desilude porque é fundada na Palavra de Deus. Uma esperança que não
desilude, simplesmente porque o Senhor não desilude nunca! Ele é fiel! Ele não
desilude! Pensemos e sintamos esta beleza” (Angelus, 1/12/2013).
Por isso, a
Igreja nos convida à mudança de vida, ou seja, à conversão, a “despertarmos do
sono” (Rm 13,11), a sairmos da mediocridade.
Celebramos duas
vindas de Jesus Cristo ao mundo. A primeira, com a sua encarnação, ocorrida
historicamente há cerca de dois mil anos, celebraremos no Natal. A segunda, em
que meditamos no tempo do Advento, é o retorno glorioso no fim dos tempos. Como
disse o Papa Bento XVI, “esses dois momentos, que cronologicamente são
distantes – e não se sabe o quanto -, tocam-se profundamente, porque com sua
morte e ressurreição Jesus já realizou a transformação do homem e do cosmo que
é a meta final da criação. Mas antes do final, é necessário que o Evangelho
seja proclamado a todas as nações, disse Jesus no Evangelho de São Marcos (cf.
Mc 13,10). A vinda do Senhor continua, o mundo deve ser penetrado pela sua
presença. E esta vinda permanente do Senhor no anúncio do Evangelho requer
continuamente nossa colaboração; e a Igreja, que é como a Noiva, a esposa
prometida do Cordeiro de Deus crucificado e ressuscitado (cf. Ap 21,9), em
comunhão com o Senhor colabora nesta vinda do Senhor, na qual já inicia o
seu retorno glorioso”(Angelus, 2/12/2012).
Há
ainda uma terceira vinda de Cristo, também celebrada no Natal. Acontece em
nosso coração, pela sua graça. Essa será a grande alegria do Natal: “O encontro
pessoal com o amor de Jesus que nos salva... A ALEGRIA DO EVANGELHO enche o
coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus. Quantos se deixam
salvar por Ele são libertados do pecado, da tristeza, do vazio interior, do
isolamento. Com Jesus Cristo, renasce sem cessar a alegria” (Francisco, Evangelii
Gaudium).
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