Em
companhia de Maria e José, ouvindo as palavras do profeta Isaías e de João
Batista: “Preparai o caminho para a vinda do Senhor” (Is 40, 3) e incentivados
por São Paulo: “Alegrai-vos sempre no Senhor” (Fl 4,4), estamos nos preparando
para um Natal feliz e alegre, como foi o primeiro Natal. Nasceu Jesus, o Messias!
Deus se fez homem! E os anjos anunciaram aos pastores essa felicidade. A reaparição
da estrela misteriosa fez renascer a alegria e a felicidade no coração dos
Magos que vieram do Oriente (Mt 2, 10).
Segundo a filosofia (Cícero e Boécio),
felicidade é o estado constituído pelo acúmulo de todos os bens com a ausência
de todos os males. Então, como poderemos chamar feliz um Natal onde houve
desprezo, rejeição – Jesus nasceu numa estrebaria por falta de lugar para Ele
nas casas e nas hospedarias -, lágrimas, gritos, morte, luto – Herodes,
perseguindo Jesus, mandou matar as crianças de Belém – fuga, desterro, pobreza,
sacrifícios? Realmente, felicidade perfeita, na definição filosófica, só se
encontrará no Céu, na Jerusalém celeste, onde Deus “enxugará toda a lágrima dos
seus olhos e já não haverá morte, nem luto, nem grito, nem dor, porque tudo
isto passou” (Ap 21,4).
É a grande lição do Natal: é possível
ser feliz na dor, no desprezo, no luto, aqui na terra. Aqui, a felicidade
consiste em ter Jesus, em estar com Jesus, em amar Jesus de todo o coração, com
a esperança de tê-lo perfeitamente um dia no Céu. Talvez tenha sido essa a
felicidade que Assis Valente, autor de “Anoiteceu”, não conhecia quando a pediu
ao Papai Noel. Talvez por isso tenha se matado, pois ele e ela, como ele
imaginava, não vieram.
O cristão é otimista e feliz, por causa
da esperança. Mesmo quando sofre. Por isso, o primeiro Natal foi cheio de
felicidade. A pobre estrebaria de Belém era o Céu. Ali faltava tudo e não
faltava nada. Ali estava a felicidade que a todos encheu de alegria: Jesus.
“A alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se
encontram com Jesus. Quantos se deixam salvar por Ele são libertados do pecado,
da tristeza, do vazio interior, do isolamento. Com Jesus Cristo, renasce sem
cessar a alegria” (Papa Francisco, Evangelii gaudium, 1). O presépio de
Belém é o princípio da pregação de Jesus, o resumo do seu Evangelho. Daquele
pequeno púlpito, silenciosamente, ele nos ensina o desprezo da vanglória desse
mundo, o valor da pobreza e do desprendimento, o nada das riquezas, a
necessidade da humildade, o apreço das almas simples, a paciência, a mansidão,
a caridade para com o próximo, a harmonia na convivência humana, o perdão das
ofensas, a grandeza de coração, enfim, as virtudes cristãs que fariam o mundo
muito melhor, se as praticasse.
É por isso que o Natal cristão é festa de paz e harmonia, de
confraternização em família, de troca de presentes entre amigos, de gratidão e
de perdão. Pois é a festa daquele que, sendo Deus, tornou-se nosso irmão aqui
na terra, ensinando-nos o que é a felicidade.
É assim que desejo a você, caro/a leitor/a, um
verdadeiro ALEGRE E FELIZ NATAL!
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