Estou participando mais uma vez, a convite, de um
Congresso internacional para Bispos, de 22 a 25 de janeiro, nos Estados Unidos,
promovido pelo Acton Institute,
instituição universitária voltada para estudos de economia e sociologia à luz
da Doutrina social da Igreja. O congresso deste ano intitula-se “A Igreja, a
Globalização e o desenvolvimento humano integral”. A presença de cerca de 50
Bispos, de mais de vinte países, mostra a universalidade do congresso e a
múltipla representação da Igreja.
A primeira palestra, de Dom Alberto
Bochatey, Bispo auxiliar da Arquidiocese de La Plata, versou sobre Bioética, o
Bem comum e a Pobreza. Muito interessante foi a palestra de Dr. Samuel Gregg,
doutor em Filosofia da Universidade de Oxford e autor de vários livros, que
versou sobre “A Globalização, Economia e Direito Natural”.
Discorrendo
sobre “Verdade, Justiça Social e Desenvolvimento Econômico”, o Dr. Michael Matheson
Miller, graduado em várias universidades e pesquisador em países da Europa,
Ásia e África, falou sobre diferentes aspectos da sociologia cristã.
Teremos
também a palestra de Carrol Ríos de Rodríguez, sobre “O desafio do Crony
Capitalismo”, e a de Andreas Widmar sobre a “Redução da Pobreza, Negócios e
Desenvolvimento Humano Integral”, terminando com a exposição final do Pe.
Robert Sirico, co-fundador e diretor do Acton, sobre o “Cuidado da
Pobreza, reflexões pastorais e econômicas”, explicando a correta maneira de
praticar a caridade para com os pobres, oferecendo-lhes condições de trabalho
digno e honesto, e não apenas donativos, que podem faze-los acomodados e sem
dignidade. Os valores cristãos mostram-se assim a solução para todos os
problemas atuais, morais, sociais, políticos e econômicos.
Nessa
altura, surge sempre o debate marxismo x capitalismo.
O B.
João Paulo II explicava: “A Igreja não tem modelos a propor”, mas constata que
“a solução marxista faliu”... E seria o capitalismo “o modelo que se deve
propor aos Países do Terceiro Mundo, que procuram a estrada do verdadeiro
progresso econômico e civil?... Se por ‘capitalismo’ se indica um sistema
econômico que reconhece o papel fundamental e positivo da empresa, do mercado,
da propriedade privada e da consequente responsabilidade pelos meios de
produção, da livre criatividade humana no setor da economia, a resposta é
certamente positiva, embora talvez fosse mais apropriado falar de ‘economia de
empresa’, ou de ‘economia de mercado’, ou simplesmente ‘economia livre’. Mas se
por ‘capitalismo’ se entende um sistema onde a liberdade do setor da economia
não está enquadrada num sólido contexto jurídico que a coloque ao serviço da
liberdade humana integral e a considere como uma particular dimensão desta
liberdade, cujo centro seja ético e religioso, então a resposta é sem dúvida
negativa... “Não existe verdadeira solução para a questão social fora do
Evangelho”.” (Encíclica Centesimus annus, 42 e 5).
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