O dia de hoje é dedicado à memória dos fieis defuntos,
dos nossos falecidos, daqueles que estiveram conosco e hoje estão na
eternidade, os “finados”, aqueles que
chegaram ao fim da vida terrena e já começaram a vida eterna. Uma
nova vida começou eternamente.
Em sua última instrução – “Ad resurgendum cum Christo” –, a
propósito da sepultura dos defuntos e da conservação das cinzas da cremação, a
Congregação para a Doutrina da Fé dá as razões doutrinais e pastorais da
preferência cristã em dar sepultura aos corpos.
“A Ressurreição de Jesus é a verdade culminante da fé cristã, anunciada
como parte fundamental do Mistério Pascal desde as origens do cristianismo...
Pela sua morte e ressurreição, Cristo libertou-nos do pecado e deu-nos uma vida
nova... Por outro lado, Cristo ressuscitado é princípio e fonte da nossa
ressurreição futura: ‘Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que
morreram...; do mesmo modo que em Adão todos morreram, assim também em Cristo
todos serão restituídos à vida’ (1 Cor 15. 20-22)”.
“Se é verdade que Cristo nos ressuscitará ‘no último dia’, é também
verdade que, de certa forma já ressuscitamos com Cristo. De fato, pelo Batismo,
estamos imersos na morte e ressurreição de Cristo e sacramentalmente
assimilados a Ele... Unidos a Cristo pelo Batismo, participamos já, realmente,
na vida de Cristo ressuscitado”.
“Graças a Cristo, a morte cristã tem um significado positivo. A Liturgia
da Igreja reza: ‘Para os que creem em Vós, Senhor, a vida não acaba, apenas se
transforma; e, desfeita a morada deste exílio terrestre, adquirimos no céu uma
habitação eterna’. Na morte, o espírito separa-se do corpo, mas na ressurreição
Deus torna a dar vida incorruptível ao nosso corpo transformado, reunindo-o, de
novo, ao nosso espírito. Também nos nossos dias a Igreja é chamada a anunciar a
fé na ressurreição: ‘A ressurreição dos mortos é a fé dos cristãos: acreditando
nisso somos o que professamos’”.
“Seguindo a antiga tradição cristã, a Igreja recomenda insistentemente
que os corpos dos defuntos sejam sepultados no cemitério ou num lugar sagrado.
Ao lembrar a morte, sepultura e ressurreição do Senhor, mistério à luz do qual
se manifesta o sentido cristão da morte, a inumação é, antes de mais, a forma
mais idônea para exprimir a fé e a esperança na ressurreição corporal”.
“Embora não proíba a cremação, “a Igreja continua a preferir a
sepultura dos mortos, uma vez que assim se evidencia uma estima maior pelos
defuntos. Enterrando os corpos dos fiéis defuntos, a Igreja confirma a fé na
ressurreição da carne, e deseja colocar em relevo a grande dignidade do corpo
humano... A Igreja, que como mãe acompanhou o cristão durante a sua
peregrinação terrena, oferece ao Pai, em Cristo, o filho da sua graça e entrega
a terra os restos mortais na esperança de que ressuscitará para a glória”.
Rezemos por aqueles
que nos precederam com o sinal da fé e dormem no sono da paz.
Que o Senhor na sua bondade infinita conceda aos nossos irmãos o descanso eterno.
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