Nesta semana, com a festa do Batismo de Jesus no rio
Jordão, início da sua vida pública, começa o tempo comum na Liturgia. Tempo
também de refletirmos sobre o nosso Batismo, começo da nossa vida cristã, o
primeiro dos sete sacramentos da Igreja.
Sacramentos são
sinais eficazes da graça, instituídos por Cristo e confiados à Igreja, pelos
quais nos é dispensada a graça divina.
O Batismo é o primeiro dos Sacramentos da iniciação
cristã, ou seja, começamos a ser cristãos, incorporados em Cristo, no dia do
nosso Batismo. É o fundamento de toda a vida cristã e a porta que dá acesso aos
outros sacramentos. Pelo Batismo somos libertos do pecado e regenerados como
filhos de Deus: tornamo-nos membros de Cristo e somos incorporados na Igreja e
tornados participantes na sua missão. É o que se chama: nascer de novo,
significa e realiza aquele nascimento da água e do Espírito, sem o qual
“ninguém pode entrar no Reino de Deus” (Jo 3,5).
O Batismo foi prefigurado na Antiga Aliança: a Arca de
Noé, prefigura aqueles que foram salvos pela água; a travessia do Mar Vermelho,
verdadeira libertação de Israel da escravidão do Egito, que anuncia a
libertação operada pelo Batismo; na travessia do rio Jordão, graças à qual o
povo de Deus recebe o dom da terra prometida à descendência de Abraão, imagem
da vida eterna. A promessa desta herança bem-aventurada cumpre-se na Nova
Aliança. Todas as prefigurações da Antiga Aliança encontram a sua
realização em Jesus Cristo. Ele começa a sua vida pública depois de Se ter
feito batizar por São João Baptista no Jordão. E depois da sua ressurreição,
confere esta missão aos Apóstolos: “Ide, pois, fazei discípulos de todas as
nações; batizai-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo e ensinai-os a
cumprir tudo quanto vos mandei” (Mt 28, 19-20).
Nosso Senhor
sujeitou-se voluntariamente ao Batismo de São João, destinado aos pecadores,
para cumprir toda a justiça. Este gesto de Jesus é uma manifestação do seu “aniquilamento”.
O Espírito que pairava sobre as águas da primeira criação, desce então sobre
Cristo como prelúdio da nova criação e o Pai manifesta Jesus como seu “Filho
muito amado”. “Repara: Onde é que foste batizado, de onde é que vem o Batismo,
senão da cruz de Cristo, da morte de Cristo? Ali está todo o mistério: Ele
sofreu por ti. Foi n'Ele que tu foste resgatado, n'Ele que foste salvo” (Santo
Agostinho). Nascidas com uma natureza humana decaída e manchada pelo pecado
original, as crianças também têm necessidade do novo nascimento no Batismo para
serem libertas do poder das trevas e transferidas para o domínio da liberdade
dos filhos de Deus, a que todos os homens são chamados. A pura gratuidade da
graça da salvação é particularmente manifesta no Batismo das crianças. Por
isso, a Igreja e os pais privariam, a criança da graça inestimável de se tornar
filho de Deus, se não lhe conferissem o Batismo pouco depois do seu nascimento.
*Bispo da Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney
http://domfernandorifan.blogspot.com.br/
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