Celebramos
nesta semana a Epifania
(manifestação) do Senhor. Foi o dia em que Jesus se manifestou como Salvador de
todos os povos, na pessoa dos Reis do Oriente, que vieram visitar o Menino
Jesus em Belém, exemplo de perseverança na vocação, ao chamado de Deus, nas
dificuldades e tentações da vida. “Aquela estrela era a graça” (Santo
Agostinho).
Deus
usa de vários meios para chamar a si as pessoas, meios adaptados à
personalidade e às condições de cada um. Aos pastores, judeus, já
familiarizados com as revelações divinas do Antigo Testamento, Deus chamou
através dos anjos, mensageiros da boa nova do nascimento de Jesus. Os Magos,
porém, eram pagãos. Como eram astrônomos e astrólogos, Deus os chamou através
de uma estrela misteriosa. Jesus não discrimina ninguém: no seu presépio vemos
pobres e ricos, judeus e árabes. Todos são bem-vindos ao berço do pacífico
Menino Deus.
Jesus veio ao
mundo trazer a paz, a sua paz, a verdadeira: “Dou-vos a minha paz. Não é à
maneira do mundo que eu a dou” (Jo 14, 27).
“Príncipe da Paz” é o título que lhe dava o profeta Isaías: “seu nome
será... Príncipe da Paz” (Is 9,5). Esse foi o cântico dos anjos na noite de
Natal: “Glória a Deus no mais alto dos céus, e, na terra, paz aos que são do
seu agrado!” (Lc 2, 14). Essa foi a sua saudação ao ressuscitar: “A paz esteja
convosco” (Jo 20, 19 ss).
Em sua
mensagem para o 55º Dia Mundial da Paz, em 1º de janeiro deste ano de 2022, com
o título “Diálogo entre gerações, educação e trabalho: instrumentos para
construir uma paz duradoura”, o Papa Francisco toma como lema a frase do
profeta Isaías: “Que formosos são sobre os montes os pés do mensageiro que
anuncia a paz” (Is 52,7).
“Em cada
época, a paz é conjuntamente dádiva do Alto e fruto dum empenho compartilhado.
De fato, há uma ‘arquitetura’ da paz, onde intervêm as várias instituições da
sociedade, e existe um ‘artesanato’ da paz, que nos envolve pessoalmente a cada
um de nós. Todos podem colaborar para construir um mundo mais pacífico partindo
do próprio coração e das relações em família, passando pela sociedade e o meio
ambiente, até chegar às relações entre os povos e entre os Estados”.
“Quero propor,
aqui, três caminhos para a construção duma paz duradoura. Primeiro, o diálogo entre as gerações, como base
para a realização de projetos compartilhados. Depois, a educação, como fator de liberdade, responsabilidade e
desenvolvimento. E, por fim, o trabalho,
para uma plena realização da dignidade humana. São três elementos
imprescindíveis para tornar possível a criação dum pacto social, sem o qual se
revela inconsistente todo o projeto de paz. Aos governantes e a quantos têm
responsabilidades políticas e sociais, aos pastores e aos animadores das
comunidades eclesiais, bem como a todos os homens e mulheres de boa vontade,
faço apelo para caminharmos, juntos... E que sempre nos preceda e acompanhe a
bênção do Deus da paz!”.
*Bispo da
Administração Apostólica Pessoal São João Maria Vianney
http://domfernandorifan.blogspot.com.br/
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